Ararinhas-azuis ganham unidades de conservação
Governo cria três unidades de conservação na terça feira (5) no Dia Mundial do Meio Ambiente.
Na terça feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, as ararinhas-azuis, espécie mais ameaçadas de extinção no mundo, ganharam duas unidades de conservação na Bahia. O presidente da República, Michel Temer, assinou no mesmo dia (5) à tarde a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) da Ararinha-Azul e o Refúgio de Vida Silvestre (Revis) da Ararinha-Azul e mais a Reserva Extrativista Baixo Rio Branco-Jauaperi localizada na Amazônia. Com isso, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) passa a cuidar de 335 unidades de conservação no país.
"A criação das unidades (APA e Revis) é um marco para conservação da ararinha-azul, uma das espécies mais ameaçadas de extinção no mundo e que está extinta na natureza. Além disso, aumenta a proteção do bioma da Caatinga, que é o menos representado em unidades, e um dos mais ameaçados", ressaltou a presidente substituta do ICMBio, Silvana Canuto.
O Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul, com área aproximada 29.986 hectares, e da Área de Proteção Ambiental da Ararinha-Azul, com aproximadamente 89.996 hectares, estão localizados nos municípios de Juazeiro e Curaçá, na Bahia. A proposta de criação em conjunto, constituindo um mosaico de unidades de conservação, visa conciliar os objetivos de conservação de remanescentes de caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro, com o programa de reintrodução da Ararinha-Azul na natureza.
Originária da região de Curaçá, na Bahia, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) teve sua população dizimada, sobretudo devido ao tráfico de animais, e hoje é considerada extinta na natureza. Existem, atualmente, quase 160 exemplares da espécie, todos em cativeiro. Diante desse quadro, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) publicou em 2012 o Plano de Ação Nacional a Conservação da Ararinha-azul (PAN Ararinha-azul), cujos objetivos são o aumento da população manejada em cativeiro e a recuperação do habitat de ocorrência histórica da espécie, visando à sua reintrodução na natureza.
"Esse foi um grande passo. Agora temos como estabelecer o ICMBio na área, uma equipe permanente no local, fiscalização, educação ambiental e projetos de recuperação do habitat na região, além do envolvimento da comunidade. Somado ao investimento no turismo de observação de aves como fonte alternativa de renda para a comunidade local", ressaltou a coordenadora do PAN Ararinha-Azul, Camile Lugarini.
Coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave/ICMBio), o PAN Ararinha-azul teve como desdobramento a criação do Projeto Ararinha na Natureza, iniciativa que conta com a parceria da Vale e de organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, como o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil), além de mantenedores da ararinha-azul dentro e fora do país, que trabalham para viabilizar a reprodução da espécie: a Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), na Alemanha; a Al-Wabra Wildlife Preservation, no Catar; os criadouros Fazenda Cachoeira, Nest e a Fundação Lymington, no Brasil.
Reserva Extrativista Baixo Rio Branco - Jauaperi
A com uma área aproximada de 581.173 hectares, a Resex Juaperi está localizada nos municípios de Rorainópolis e Novo Airão, nos estados de Roraima e Amazonas, e beneficiará mais de 200 famílias. A proposta de criação da Reserva Extrativista Baixo Rio Branco-Jauaperi trata de uma área recoberta pelo bioma amazônico, apresentando grande biodiversidade e alto grau de conservação, e habitada por populações tradicionais, com inestimável valor paisagístico e biológico.
A proposta resulta da iniciativa da comunidade tradicional, e garante o acesso de forma sustentável dos recursos disponíveis na Floresta Amazônica, com o objetivo de destinar esse espaço territorial de relevante interesse ecológico e social à exploração sustentável dos recursos naturais renováveis pelas populações extrativistas que, tradicionalmente, habitam a região. Com a criação da Resex, pretende-se conciliar a proteção ambiental com o desenvolvimento do uso sustentável dos recursos naturais, conservando os modos de vida tradicional das populações tradicionais.
A proposta de criação da Reserva Extrativista do Rio Branco Jauaperi teve início em 2001 com o abaixo assinado dos moradores das comunidades de Xixuaú, Santa Maria Velha, Vila da Cota, Remanso, Itaquera, Floresta e Sumaúma, todas situadas no Estado de Roraima. Naquele momento as sete comunidades eram compostas por aproximadamente 88 famílias e em torno de 380 moradores.
Essa é quarta Resex criada pelo governo federal nos últimos meses. Em abril, foram criadas: as Reservas Extrativistas (Resex) Arapiranga-Tromaí, Baía do Tubarão e Itapetininga. Somando mais de 400 mil hectares, as Resex protegem uma rica biodiversidade, incluindo espécies marinhas, aves ameaçadas de extinção, aves migratórias, áreas de lagos e importantes manguezais. Além disso, as novas reservas beneficiarão mais de 13 mil famílias de pescadores artesanais e agricultores familiares.
Conheça o vídeo da ararinha-azul
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