Artigo: "Corporativismo às avessas", por João Francisco Pinheiro Oliveira

Quando se ataca o Presidente da Ordem, está se atacando todos os Advogados nela Inscrito, o Conselho Gestor e toda a sua Diretoria. Não estamos enfraquecendo pessoas, estamos enfraquecendo uma Instituição, que nos representa.  

Por João Francisco Pinheiro Oliveira
Publicada em 05 de abril de 2018 às 13:59
Artigo:

Mesmo antes de ser advogado eu nutria uma admiração imensurável pela profissão e pela Instituição. A pompa da profissão, as vestes talares, o respeito das pessoas e das famílias, a oportunidade de viver com dignidade, e por tudo isso, aliado a minha vocação por justiça, resolvi seguir essa honrosa profissão. Por várias oportunidades deixei de concorrer a qualquer vaga na OAB porque na verdade não me sentia preparado, para merecer tão honrosa deferência. Nesta gestão, aceitei o convite para concorrer ao Conselho. Em meio aprendizados, alegrias e tristezas, vivencio, como todos nós, nossos colegas se distanciando do projeto que nos comprometemos a levar até o final, em nome de seus interesses políticos pessoais. Se fosse somente isso, tudo bem: Todos tem o direito de zelar pelos seus interesses! Somente não se tem o direito de, em nome dos seus interesses, colocar os interesses da Ordem, como instituição, nivelados por baixo, aliás bom que se diga: a ordem é maior do que cada um de nós. Quando se ataca o Presidente da Ordem, está se atacando todos os Advogados nela Inscrito, o Conselho Gestor e toda a sua Diretoria. Não estamos enfraquecendo pessoas, estamos enfraquecendo uma Instituição, que nos representa.  

Sinceramente meus colegas, eu não comungo, com a ideia de que nesta Gestão, apareçam vozes com ressonância isolada, porque a voz desta Gestão e deste Conselho, hão de ser uníssonas, ainda quando haja divergência de opiniões, de interesses, etc. A voz da maioria é que terá que soar nas cornetas da "voz da cidade". Qualquer cultura ou ação que contradite tal entendimento, estará dissociado do espírito de corpo que se espera de um advogado. Decisões internas desta Ordem, devem ser discutidas, documentadas e até mesmo questionadas, de forma "interna corporis", sob pena de ferir o todo, em detrimento do individual. O Todo excelências, é a comunidade de advogados que são membros desta instituição, sejam representantes eleitos ou não. 

Quando alguém sai dessas fronteiras, perde ou pele menos enfraquece a  qualidade de membro do corpo inteiro,  prejudica a sua funcionalidade, principalmente quando tem responsabilidades a serem cumpridas como gestor nomeado ou eleito. Pablo Neruda, foi muito feliz quando disse: "você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das conseqüências".  Dito isto, seja qual for a sua escolha, tenha auto-responsabilidade e não fique amargando as conseqüências de seus resultados, se tem o poder dever de fazer e assumi-los. Não podemos e nem devemos bancar o ingênuo, para querer que os outros sejam obrigados a tolerar nossas escolhas se não concorda com ela, porque contrasta com a sua posição dentro do grupo de gestão formado. E não importa que você se ache insubstituível, porque a OAB pela sua natureza é contínua, não há insubstituíveis ou super dotados de capacidade, que não possam ceder seu lugar a outros membros. Aqui não se trata de tendência por A ou por B, por situação ou por oposição, porque assim não vejo a Ordem dos Advogados do Brasil. Por fim exorto aos meus amados colegas a quem interessar a carapuça: não façam corporativismo às avessas, respeitem a nossa casa, para que o vizinho não a viole.

Comentários

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    j paulo 05/04/2018

    Joao Paulo Ferreira · Sem adentrar ao mérito, nem sei de que se trata o ataque. Acontece que não se pode usar desse argumento chulo indiscriminadamente como se as instituições fossem trincheiras para malfeitores. As instituições são mesmo intocaveis e integras, o problema sempre será de seus membros, dai usar do corporativismo é muito mal para o estado democratico de direito. Quando alguem diz que tá ocorrendo algo de irregular numa determinada instituição, algumas vezes por temer represália ou não ter colhido provas do fato concreto fazem denuncias sem citar nomes na esperança de que providencias sejam tomadas, e ao contrario da instituição investigar seus pares, retrucam com esse argumento, querendo que diga o nome, cpf, dna e etc. do suposto culpado. Se fosse assim quando algum suspeito fosse indiciado já poderia aplicar a pena, pois não seria necessário invetigação e julgamento. Em situação que envolvem pessoas públicas, digo, remuneradas com dinheiro publico, tem que inverter o onus da prova, por isso que corruptos se criam.

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