Segundo o jornalista Ricardo Noblat, o presidente Jair Bolsonaro parece aceitar o que parece ser uma inevitável declaração de inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em sua coluna recente no Metrópoles, Noblat sugere que Bolsonaro tentou um golpe entre novembro e dezembro do último ano. "Esperava a adesão completa das Forças Armadas. Com uma adesão apenas parcial, ele se retirou para Miami. De lá, em segurança e bem cuidado, ele assistiu pela televisão a tentativa fracassada de golpe em 8 de janeiro", afirmou Noblat.

Noblat lançou uma série de perguntas retóricas. "Onde está o homem forte que se dizia portador da caneta mais poderosa da República? Ele pode ter perdido a caneta, mas deveria ter mantido a virilidade. Onde está o homem que chamava o Exército de 'meu Exército'? Onde está o homem que, rodeado de seguranças, arrancou o celular das mãos de um adversário?".

O jornalista também prevê que os direitos políticos de Bolsonaro serão revogados pelo TSE "sem um som de protesto de sua parte" e que, após o veredicto, ele poderá ser preso por qualquer juiz de primeira instância. "Se isso acontecer, ele será libertado rapidamente. Mas, o que dizer da humilhação de ser preso e fichado? E os mais de 20 processos a que ele responde, incluindo um por ameaçar uma deputada do PT com estupro? Em sua fragilidade, como ele poderia manter a força política necessária para proteger seus filhos de problemas legais? Bolsonaro merece a agonia que está passando. Não é nada comparado ao dano que ele causou ao país nos últimos quatro anos", conclui Noblat.