Brasil registra em janeiro menor tempo médio para abertura de empresas

Segundo o Mapa de Empresas, 22 horas foi o tempo médio registrado para abrir uma empresa no país no mês de janeiro de 2023. Boletim aponta 357.937 novos empreendimentos no período

Brasil 61
Publicada em 03 de março de 2023 às 10:03
Brasil registra em janeiro menor tempo médio para abertura de empresas

O tempo médio para abrir um novo negócio no Brasil em janeiro de 2023 foi de 22 horas, o menor já registrado no país. No mesmo mês do ano passado, eram necessários dois dias e sete horas. A informação é do Mapa de Empresas. elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

De acordo com o levantamento, o Brasil registrou 357.937 novas empresas no primeiro mês do ano. Quando comparado a janeiro de 2022, o número representa uma alta de 3,9% e um aumento de 68,4% em relação a dezembro. No total, o país encerrou janeiro com 20.417.635 empresas ativas. 

Dentre as 27 unidades da federação, somente Distrito Federal, Acre, Pará, Alagoas, Bahia e Sergipe apresentaram retração. Todos as  demais tiveram números positivos na abertura de novos empreendimentos. O estudo aponta que, em janeiro, Sergipe se manteve como o estado com o menor tempo médio necessário para a abertura de empresas, 7h. Na outra ponta está o Pará: dois dias. Em relação à quantidade de negócios abertos, São Paulo responde pelo maior volume de abertura (100.373), seguido por Minas Gerais (39.823) e Rio de Janeiro (31.891). 

O economista e professor William Baghdassarian destaca a importância de construir um ambiente que estimule a abertura de novos negócios para o crescimento econômico do  país. 

“A grande mensagem abrangente do tempo de abertura é que é muito importante que a gente trate o nosso ambiente de negócios como uma coisa realmente prioritária, para que nossos empresários possam gerar mais empregos; para que os estrangeiros possam investir no nosso país; para que, com isso, diminua o nível de desemprego e gere renda para uma população que tem uma renda per capita que poderia ser bem melhor”, afirma.  

Para o economista, reduzir as burocracias facilitando a abertura e o fechamento de empresas torna a economia do país mais “pujante”. Ele explica que muitos empreendimentos no país são abertos para datas específicas, como a Páscoa. Neste caso, se houver um grau de dificuldade elevado, perde-se a oportunidade de negócio, o que resulta em prejuízo para quem deseja empreender e também para a economia. 

“Na medida em que temos um ambiente de negócios próspero e que a economia gira mais rápido, a gente gera condições para que tudo isso aconteça. Tanto uma melhoria na condição de vida das pessoas,  uma melhoria da renda. Um país mais igual, com oportunidades iguais e mais desenvolvido”, destaca Baghdassarian.

O deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, ressalta a importância da aprovação da Lei de Liberdade Econômica (lei 13.874/2019) para a desburocratização do processo de abertura de  empreendimentos. Para ele, a atuação do Congresso Nacional tem sido fundamental para o ambiente de negócios, mas ainda são necessárias reformas estruturais para diminuir a insegurança jurídica, em especial a reforma tributária. 

“O ambiente está melhor, não há dúvidas, nós vivemos um momento agora em que precisamos manter a questão de  desburocratização. E o processo de digitalização feito pelo governo federal avançou muito”, pontua. 

Além da reforma tributária, o parlamentar defende outras medidas necessárias para melhorar o ambiente de negócios, como facilitar instrumentos de crédito; qualificar mão de obra; estimular o ensino profissionalizante; fortalecer as agências reguladoras; simplificar a regulação; modernizar a legislação trabalhista; e facilitar políticas de inovação. 

“São premissas da Frente Brasil Competitivo que nós trabalharemos para que cada vez mais ocupem o espaço da nossa pauta aqui no Congresso Nacional e nas políticas públicas necessárias para o Brasil ser menos custoso, mais eficiente e mais acolhedor ao espírito empreendedor”, afirma Arnaldo Jardim. 

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