Bretas condena Cachoeira, Cavendish e mais 13 por desvios milionários

De acordo com Bretas, nessas operações foram investigados os esquemas de direcionamento de emendas orçamentárias ao município de Seropédica (RJ), a manipulação de convênios e fraudes a licitações

Vladimir Platonow – Repórter da Agência Brasil
Publicada em 14 de junho de 2018 às 11:31
Bretas condena Cachoeira, Cavendish e mais 13 por desvios milionários

O juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal, condenou à prisão o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o empreiteiro Fernando Cavendish, proprietário da Delta Constuções, por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Além deles, também foram condenados, por participação no mesmo esquema, o doleiro Adir Assad e outras 12 pessoas. A sentença foi publicada na terça-feira (13) e foi baseada nos resultados das operações Vegas e Monte Carlo, desdobramentos da Lava Jato, durante o governo de Sérgio Cabral.

De acordo com Bretas, nessas operações foram investigados os esquemas de direcionamento de emendas orçamentárias ao município de Seropédica (RJ), a manipulação de convênios e fraudes a licitações. "Na operação Monte Carlo, foi identificado que grande parte dos valores depositados nas empresas de Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, era proveniente da empresa Delta Construções S/A e esses valores eram, na verdade, dinheiro público desviado para pagamento de propina a agentes públicos”, escreveu Bretas no início da sentença, que tem 205 páginas.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o esquema de lavagem de dinheiro foi elucidado na Operação Saqueador. Entre os anos 2007 e 2012, 96,3% do faturamento da Delta foi proveniente de verbas públicas, o que representa quase R$ 11 bilhões. A maior parte desses valores era proveniente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT).

“Consta na denúncia que, para desviar aproximadamente R$ 370 milhões dos cofres públicos à época dos fatos, a Delta utilizou 18 empresas de fachada e firmou diversos contratos fraudulentos, que não apresentaram qualquer causa econômica ou ligação direta com as obras efetivadas”, apontou o juiz.

Cavendish foi condenado a quatro anos e dois meses de prisão; Assad, a nove anos e três meses; Cachoeira, a nove anos e seis meses.

Além deles, foram condenados Carlos Duque Pacheco, Cláudia Maria de Andrade Salgado, Dionísio Janoni Tolomei, André Machado Ferreira, Heraldo Puccini Neto, Paulo Meriade Duarte, Cláudio Dias de Abreu, Aluizio Alves de Souza, Marcelo José Abbud, Sônia Mariza Branco, Sandra Maria Branco Malago, e Geovani Pereira da Silva.

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