Campanha contra abuso sexual de crianças e adolescentes busca apoio da mídia
Rádios, TVs e redes sociais serão meios utilizados para mobilizar a sociedade
Por causa da pandemia, campanha será intensifica na internet e mídias tradicionais
O Dia “D” da Campanha Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes acontece anualmente em 18 de maio. Este ano, por causa da pandemia, a Prefeitura de Porto Velho fará ações de conscientização utilizando como principais ferramentas os veículos de comunicação tradicionais e a mídia digital.
Sefra explica que o foco é garantir os direitos das crianças e adolescentes
A mobilização ficará a cargo da Secretaria Municipal de Assistência Social e da Família (Semasf).
A proposta do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que faz parte da Semasf e desenvolve a campanha, é buscar espaços em emissoras de rádio e TV para explicar os motivos da campanha e a importância de proteger as crianças e adolescentes. Além disso, serão utilizados todos os recursos possíveis para divulgação em sites e nas redes sociais.
Sefra Maria Barros, gerente do Creas, explica que o foco principal é garantir os direitos das crianças e dos adolescentes, e, nesse sentido, a campanha vai orientar e combater todas as formas de violência. “O objetivo é fortalecer uma grande rede de proteção que possa envolver a família, a escola, o poder público e toda sociedade”, anunciou.
Tatiana reforça a responsabilidade do Creas com a vítima
Ela também explica que a campanha é realizada durante todo o ano, e que maio é o mês de referência desse trabalho, culminando com o dia “D”, quando as ações são intensificadas. É quando a sociedade é chamada para trabalhar pela garantia dos direitos das crianças e adolescentes.
A psicóloga Tatiana Brasil Pessoa, integrante da equipe que desenvolve a campanha, reforça que a responsabilidade do Creas é com a vítima e seu núcleo familiar, sempre visando acabar com o ciclo de violência que porventura esteja sofrendo. “A primeira garantia de direitos é tirar a criança ou adolescente do ambiente onde são abusados”, disse.
Na sequência vem o atendimento psicológico, que presta orientações sobre o que a família deve observar ou fazer. Se for necessário, é feito o encaminhamento para o acompanhamento no Centro de Apoio Psicossocial (CAPS) e até mesmo na escola.
DENÚNCIAS
As denúncias de abusos, aliciamentos ou exploração de crianças e adolescentes devem ser feitas diretamente no Disk Direitos Humanos, mais conhecido como Disk 100. Foi também disponibilizado o WhatsApp (61) 99656-5008 para receber qualquer tipo de denúncia nesse sentido.
Ao menor indício de diminuição brusca do rendimento escolar, isolamento social ou depressão, a mãe ou responsável, ao comprovar que está diante de um caso de abuso, deve acionar os canais de denúncia ou mesmo a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) ou os Conselhos Tutelares imediatamente.
DADOS
Somente em 2019, conforme Sefra, o Creas registrou 110 atendimentos. Desse total, 85 foram abusos praticados pelos próprios pais. Em 2020 a situação foi praticamente idêntica, com 106 registros, sendo que 99 das demandas recepcionadas pelo Creas também foram cometidas pelos pais.
As vítimas de casos suspeitos ou consumados, de acordo com o também psicólogo Rogério Machado Canto, são encaminhadas ao Creas por representantes dos Conselhos Tutelares, Conselho de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, hospitais, delegacia de polícia (DPCA), Ministério Público Estadual, escolas e maternidade, entre outros.
Texto: Augusto Soares
Fotos: Wesley Pontes
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