Câncer de mama: a quimioterapia sempre causa queda de cabelo?

A touca de resfriamento contribui na menor incidência de queda de cabelo associada à quimioterapia durante o tratamento do câncer de mama

Fonte: Assessoria - Publicada em 16 de outubro de 2024 às 16:31

Câncer de mama: a quimioterapia sempre causa queda de cabelo?

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que o Brasil tenha 73.610 novos casos de câncer de mama por ano em 2024 e 2025.

A campanha Outubro Rosa já se consolidou como o mês da prevenção do câncer de mama, mobilizando ações, informações e exames que ajudam no diagnóstico precoce da doença.

O diagnóstico em fases iniciais do câncer de mama é um dos principais aliados para melhorar o prognóstico e as chances de cura.

A quimioterapia é uma das principais etapas do tratamento do câncer de mama e, para muitas mulheres, a queda de cabelo associada a ela gera angústia e incerteza em um período já delicado de luta contra a doença.

A quimioterapia e a perda de cabelo

A queda de cabelo causada pela quimioterapia é mais um dos muitos momentos desafiadores enfrentados pelas pacientes diagnosticadas com câncer de mama.

O cabelo é um símbolo da feminilidade e a perda abrupta, em um momento já sensível, está relacionada a sentimentos complexos nas pacientes, como medo, incerteza, baixa autoestima e outros.

Apesar dos desafios desse período, compreender como ocorre a queda de cabelo associado a quimioterapia  pode ajudar a paciente a enfrentar essa questão durante o tratamento do câncer de mama.

Inicialmente é preciso compreender como funciona o ciclo capilar regular. Ele é composto por três fases:

Um tipo muito comum de queda de cabelo é o eflúvio telógeno que pode ser causada por estresse, medicamentos, distúrbios hormonais, deficiência nutricional e outras.

Nesses casos, mais fios entram na fase telógena, de queda, simultaneamente, resultando em uma queda de cabelo mais volumosa que o normal cerca de 3 meses após o evento desencadeante.

Entretanto, no caso da queda de cabelo pela quimioterapia não é esse mecanismo mais normal que ocorre, mas sim o chamado eflúvio anágeno.

Tipos de queda

A quimioterapia consiste na ingestão, oral ou intravenosa, que medicamentos quimioterápicos para combater as células cancerígenas.

Entretanto, uma vez ministrados, os ativos presentes nos quimioterápicos não conseguem distinguir as células saudáveis com alta taxa de reprodução, como as do cabelo, das células cancerígenas.

Com isso, os ativos usados na quimioterapia afetam o funcionamento de células normais. No caso do cabelo, os quimioterápicos interrompem a produção do fio ainda na fase anágena.

Assim, trata-se de uma queda distinta do eflúvio telógeno, pois o fio não passa pelas fases catágena e telógena antes de cair.

Essa distinção faz com que a queda de cabelo devido à quimioterapia possa começar já no dia seguinte à primeira sessão.

Sem estratégias específicas de contenção da queda de cabelo, ela tende a se manifestar entre 14 e 21 dias após o início do tratamento.

A queda pode ser progressiva ou abrupta, principalmente no banho, ao pentear e durante a noite. Além dos cabelos, pelos corporais também podem cair, incluindo sobrancelhas, cílios e do púbis.

A queda de cabelo durante a quimioterapia depende de diversos fatores e não será igual para todas as pacientes.

A maior queda de cabelo está associada a quimioterápicos específicos, como a doxorrubicina, paclitaxel, ciclofosfamida e os antracíclicos (quimioterapia vermelha), mais usada no tratamento do câncer de mama.

Além disso, as doses da medicação, bem como a combinação de medicamentos também influenciam a queda.

Assim, nenhuma experiência é igual, sendo importante conversar com o médico oncologista sobre as especificidades do tratamento que predispõem para queda de cabelo ou não.

É possível reduzir a queda de cabelo durante a quimioterapia?

Atualmente, já existem estratégias para minimizar o impacto da quimioterapia na saúde capilar das pacientes.

A principal abordagem é a cold cap, ou touca de resfriamento. Trata-se de um equipamento com uma touca usada durante a sessão de quimioterapia para resfriamento do couro cabeludo.

Com as temperaturas entre 18 e 22°C, há menor circulação sanguínea no couro cabeludo durante o período, o que reduz a distribuição dos ativos quimioterápicos nessa região, minimizando o impacto da medicação nas células saudáveis do couro cabeludo.

As taxas de sucesso na preservação do cabelo com toucas de resfriamento durante a quimioterapia variam entre 50 e 65%. O recurso, no entanto, ainda é restrito a regiões com melhor infraestrutura para o tratamento de câncer.

Entretanto, como visto, a manutenção do cabelo vai depender de um conjunto de fatores e não é garantida com o uso da touca.

Cabelo após a quimioterapia

A psicóloga cearense Maria Camila Moura foi diagnosticada com um tipo raro de câncer de mama aos 26 anos.

No livro “Da Lama Nasce o Lótus”, Maria Camila conta sua trajetória no tratamento do câncer, inclusive para preservação do cabelo. Entre as estratégias, só tomar banho gelado, com a touca de resfriamento, contribuiu para a manutenção do cabelo por mais tempo.

O relato forte, real e empático de Maria Camila é mais uma amostra das diferentes facetas de um diagnóstico tão complexo como o de câncer de mama. 

Assim como o início rápido da queda de cabelo devido à quimioterapia, logo após o fim do tratamento, os cabelos já voltam a crescer, sendo normal cerca de 40 dias para os fios começarem a aparecer.

Nesse momento, é normal que os fios voltem com textura e diâmetro diferentes, entretanto, trata-se de uma fase, com a normalização das características anteriores do fio depois de um tempo.

É possível acelerar o crescimento capilar com abordagens dermatológicas específicas, visando, entre os resultados do tratamento capilar, a saúde dos fios após o estresse causado pela quimioterapia.

Câncer de mama: a quimioterapia sempre causa queda de cabelo?

A touca de resfriamento contribui na menor incidência de queda de cabelo associada à quimioterapia durante o tratamento do câncer de mama

Assessoria
Publicada em 16 de outubro de 2024 às 16:31
Câncer de mama: a quimioterapia sempre causa queda de cabelo?

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que o Brasil tenha 73.610 novos casos de câncer de mama por ano em 2024 e 2025.

A campanha Outubro Rosa já se consolidou como o mês da prevenção do câncer de mama, mobilizando ações, informações e exames que ajudam no diagnóstico precoce da doença.

O diagnóstico em fases iniciais do câncer de mama é um dos principais aliados para melhorar o prognóstico e as chances de cura.

A quimioterapia é uma das principais etapas do tratamento do câncer de mama e, para muitas mulheres, a queda de cabelo associada a ela gera angústia e incerteza em um período já delicado de luta contra a doença.

A quimioterapia e a perda de cabelo

A queda de cabelo causada pela quimioterapia é mais um dos muitos momentos desafiadores enfrentados pelas pacientes diagnosticadas com câncer de mama.

O cabelo é um símbolo da feminilidade e a perda abrupta, em um momento já sensível, está relacionada a sentimentos complexos nas pacientes, como medo, incerteza, baixa autoestima e outros.

Apesar dos desafios desse período, compreender como ocorre a queda de cabelo associado a quimioterapia  pode ajudar a paciente a enfrentar essa questão durante o tratamento do câncer de mama.

Inicialmente é preciso compreender como funciona o ciclo capilar regular. Ele é composto por três fases:

  • fase anágena: fase mais longa do ciclo capilar caracterizada pelo crescimento do fio;

  • fase catágena: momento de involução do fio, com redução do ritmo de crescimento e redução do bulbo capilar;

  • fase telógena: interrupção do crescimento, com atrofia da raiz e queda do fio.

Um tipo muito comum de queda de cabelo é o eflúvio telógeno que pode ser causada por estresse, medicamentos, distúrbios hormonais, deficiência nutricional e outras.

Nesses casos, mais fios entram na fase telógena, de queda, simultaneamente, resultando em uma queda de cabelo mais volumosa que o normal cerca de 3 meses após o evento desencadeante.

Entretanto, no caso da queda de cabelo pela quimioterapia não é esse mecanismo mais normal que ocorre, mas sim o chamado eflúvio anágeno.

Tipos de queda

A quimioterapia consiste na ingestão, oral ou intravenosa, que medicamentos quimioterápicos para combater as células cancerígenas.

Entretanto, uma vez ministrados, os ativos presentes nos quimioterápicos não conseguem distinguir as células saudáveis com alta taxa de reprodução, como as do cabelo, das células cancerígenas.

Com isso, os ativos usados na quimioterapia afetam o funcionamento de células normais. No caso do cabelo, os quimioterápicos interrompem a produção do fio ainda na fase anágena.

Assim, trata-se de uma queda distinta do eflúvio telógeno, pois o fio não passa pelas fases catágena e telógena antes de cair.

Essa distinção faz com que a queda de cabelo devido à quimioterapia possa começar já no dia seguinte à primeira sessão.

Sem estratégias específicas de contenção da queda de cabelo, ela tende a se manifestar entre 14 e 21 dias após o início do tratamento.

A queda pode ser progressiva ou abrupta, principalmente no banho, ao pentear e durante a noite. Além dos cabelos, pelos corporais também podem cair, incluindo sobrancelhas, cílios e do púbis.

A queda de cabelo durante a quimioterapia depende de diversos fatores e não será igual para todas as pacientes.

A maior queda de cabelo está associada a quimioterápicos específicos, como a doxorrubicina, paclitaxel, ciclofosfamida e os antracíclicos (quimioterapia vermelha), mais usada no tratamento do câncer de mama.

Além disso, as doses da medicação, bem como a combinação de medicamentos também influenciam a queda.

Assim, nenhuma experiência é igual, sendo importante conversar com o médico oncologista sobre as especificidades do tratamento que predispõem para queda de cabelo ou não.

É possível reduzir a queda de cabelo durante a quimioterapia?

Atualmente, já existem estratégias para minimizar o impacto da quimioterapia na saúde capilar das pacientes.

A principal abordagem é a cold cap, ou touca de resfriamento. Trata-se de um equipamento com uma touca usada durante a sessão de quimioterapia para resfriamento do couro cabeludo.

Com as temperaturas entre 18 e 22°C, há menor circulação sanguínea no couro cabeludo durante o período, o que reduz a distribuição dos ativos quimioterápicos nessa região, minimizando o impacto da medicação nas células saudáveis do couro cabeludo.

As taxas de sucesso na preservação do cabelo com toucas de resfriamento durante a quimioterapia variam entre 50 e 65%. O recurso, no entanto, ainda é restrito a regiões com melhor infraestrutura para o tratamento de câncer.

Entretanto, como visto, a manutenção do cabelo vai depender de um conjunto de fatores e não é garantida com o uso da touca.

Cabelo após a quimioterapia

A psicóloga cearense Maria Camila Moura foi diagnosticada com um tipo raro de câncer de mama aos 26 anos.

No livro “Da Lama Nasce o Lótus”, Maria Camila conta sua trajetória no tratamento do câncer, inclusive para preservação do cabelo. Entre as estratégias, só tomar banho gelado, com a touca de resfriamento, contribuiu para a manutenção do cabelo por mais tempo.

O relato forte, real e empático de Maria Camila é mais uma amostra das diferentes facetas de um diagnóstico tão complexo como o de câncer de mama. 

Assim como o início rápido da queda de cabelo devido à quimioterapia, logo após o fim do tratamento, os cabelos já voltam a crescer, sendo normal cerca de 40 dias para os fios começarem a aparecer.

Nesse momento, é normal que os fios voltem com textura e diâmetro diferentes, entretanto, trata-se de uma fase, com a normalização das características anteriores do fio depois de um tempo.

É possível acelerar o crescimento capilar com abordagens dermatológicas específicas, visando, entre os resultados do tratamento capilar, a saúde dos fios após o estresse causado pela quimioterapia.

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