Cheiro de fritura de assessores no governo do estado e outras notas políticas

A coluna aguarda da fonte as informações suplementares prometidas para revelar publicamente o que foi dito em privado.

ROBSON OLIVEIRA
Publicada em 12 de fevereiro de 2019 às 16:42
Cheiro de fritura de assessores no governo do estado e outras notas políticas

FRIGIDEIRA – Uma fonte empresarial da coluna com trânsito nas entranhas palacianas revelou que dois auxiliares do governo estão prestes a serem fritos dos cargos. De acordo com o relato, um dos auxiliares que está na frigideira teria supostamente usado indevidamente o cargo para interesses pessoais nada republicanos. O outro, ainda em fogo brando, teria metido os pés pelas mãos. Mais as mãos que os pés. Nos arredores do palácio o cheiro da fritura pulveriza o discurso duro do governador. A coluna aguarda da fonte as informações suplementares prometidas para revelar publicamente o que foi dito em privado.

DESERTA – Embora a prefeitura municipal de Porto Velho tenha prometido em juízo que no máximo em trinta dias lança o edital da licitação dos transportes coletivos – o que esta coluna duvida – há uma enorme chance de ser deserta, ou seja, nenhuma empresa se habilite para explorar os serviços. Os transportes coletivos da capital são deficitários e as condições exigidas pela municipalidade para exploração são atualmente inexequíveis.  

PREVIDÊNCIA – Não há – nem aqui nem alhures – uma proposta de reforma da previdência social que não mexa com direitos consagrados pela constituição cidadã. É bem verdade que de 1988 pra cá a expectativa de vida aumentou e, por consequência, essa longevidade diminui a capacidade dos estados em honrar com o número muito maior de aposentados em comparação ao ano da Assembleia Nacional Constituinte.

RESISTÊNCIAS - Qualquer proposta da previdência que seja apresentada ao Congresso Nacional sofrerá críticas e resistência, embora todos saibam que é preciso fazer alguma coisa antes que não sobre dinheiro para pagar as aposentadorias. Contudo, uma reforma justa e palatável tem e deve atingir todos os setores sem abrir exceção. Do contrário, nem aqui nem alhures, não consegue aprovação.

SINECURAS - O governo prepara as peças publicitárias para convencer a população de que não haverá prejuízos, mas é tudo empulhação porque não há como reformar nada sem modificar o que existe. Haverá perdas sim, o que se espera é que tais prejuízos não sejam contabilizados apenas para quem ganha pouco. Sejam também extensivos às sinecuras de estado que percebem suas aposentadorias acima do limite dos barnabés. As exceções no setor público são sinecuras que podem inviabilizar todo projeto. Como diria Ulisses Guimarães: “O Congresso tem medo de gente na rua”. Governo, idem!

PAU OCO – Há um burburinho nos bastidores políticos de que a operação policial que alcançou vários agentes públicos na Secretaria de Meio Ambiente, em novembro passado, com o confinamento do primeiro escalão da pasta, tende a alcançar novas figuras da política, inclusive com mandatos. Em “off” a coluna apurou que de oco esta investigação não tem nada e muito pau mandato está abrindo o bico. Veremos em breve os desdobramentos e o corte raso de cabeças importantes nesta floresta de degradação.

OBTUSOS – Nunca antes na história recente do país as reservas indígenas e seus habitantes estiveram em situação tão calamitosa. Partem de todos os lados ações orquestradas com intuito de avançar nas riquezas destas reservas com eliminação das suas comunidades. Não há nenhuma justificativa que permita o avanço da exploração gananciosa do agronegócio sobre as reservas. Quem acha que as entidades de proteção e a legislação que ainda resistem ao discurso avassalador e enganador do business o faz por ignorância histórica ou por completa estupidez. Defender nossas matas e o meio ambiente sadio deveria em geral ser obrigação de todos. Em particular dos agentes políticos.

DIÁLOGO – Embora um não morra de amor pelo outro, o prefeito da capital Hildon Chaves (PSDB) e o deputado federal Léo Moraes (PODEMOS) vão se reencontrar nesta quarta-feira em Brasília para discutir projetos de interesse do município. O primeiro encontro ocorreu dias atrás nas dependências de uma Faculdade por iniciativa do parlamentar. A atitude demonstra que o deputado está preocupado em honrar com os eleitores de Porto Velho os votos recebidos com ações concretas. Segundo quem presenciou o encontro, mesmo um não nutrindo nenhuma estima pelo outro, a conversa foi republicana e civilizada. O diálogo na política é tudo que todos esperam e torcem para que as diferenças fiquem circunscritas ao calor das campanhas. Porto Velho precisa que todos cuidem bem melhor dela.

HOMENAGEM – Flamenguista fervoroso que sou não poderia de deixar minhas homenagens aos jovens que tiveram as vidas ceifadas nas dependências do CT do Flamengo, no Rio de Janeiro. Até os vascaínos conseguiram fazer bonito nas mídias sociais e jogaram um bolão de homenagens dignas. Apesar de em campo serem um horror e, nas raras classificações, morrem na praia dos vices. Valeu pela homenagem que o freguês português nos fez.  

REGISTRO – A coluna lamenta pela passagem para o andar de cima do jornalista Ricardo Boechat. O jornalismo radiofônico, televisivo e o escrito ficam mais pobres com o falecimento do colega que revolucionou o colunismo na década de oitenta, e mudou a forma caricata dos âncoras das TVs brasileiras nessa última década. Boechat soube como ninguém enfrentar a depressão e anunciar publicamente os sintomas que provocaram em parte de sua vida um apagão. A sua fala fez bem a si e a muita gente que ouviu atenta o depoimento dado. O jornalista fará falta. Merece o registro na história do jornalismo brasileiro.

Comentários

  • 1
    image
    petista 14/02/2019

    Todo colunista fala que é preciso que se faça a reforma da previdência, mas poderiam , também, informar , que podia arrecadar um bom dinheiro se o governo desse um baixa nas pensões de filhas de militares, as grandes empresas que não quitam seus débitos com o INSS e outras coisas mais ,que daria dinheiro de sobra, para sanar o déficit da previdência. Agora, só quem pode pagar é o pobre trabalhador que não tem luxo algum nem privilégios , ou seja, como diz LULALÀ, o pobre é que tem que arcar com as contas, pois as políticas públicas são feitas só para as elites do Brasil.

  • 2
    image
    JOSIMAR 13/02/2019

    Exatamente isso Delegado Figueredo, o primeiro artigo da Reforma, deveria ser pra que quem Deve a Previdência q pague suas dívidas ou penhora de Bens, pra serem vendidos e o dinheiro ir para o lugar devido, Trabalhadores em Geral, não tem q pagarem por Roubos ou Más Gestões, de cada um foi Descontado o valor devido, portanto, eles q tem q corrigir os erros, espero pra ver os políticos recém eleitos, como irão se Posicionar, 👍

  • 3
    image
    DELEGADO FIGUEIREDO 13/02/2019

    VERIFICO QUE A MÍDIA (NA QUASE TOTALIDADE) VEM DEMONIZANDO O FUNCIONALISMO PÚBLICO COMO O RESPONSÁVEL PELO TAL "ROMBO" (QUE AINDA NÃO FOI DEMONSTRADO) NA PREVIDÊNCIA. OUTRO DIA , OUVINDO OS TAIS DINOSSAUROS, FALARAM QUE A CONTA VAI SER PAGA PELOS OUTROS CONTRIBUINTES. ORA! ESTÃO ESQUECENDO QUE PARA SER APOSENTAR O BARNABÉ TEM QUE CONTRIBUIR AO MENOS POR 30 ANOS. DAÍ A PERGUNTA: ESSE DINHEIRO TODO CORRIGIDO DARIA QUANTO ?? ENTÃO ILUSTRES, PARA NÃO ONERAR OS DEMAIS CONTRIBUINTES CORRIJA-SE OS VALORES DEPOSITADOS E OS DEVOLVA AO SERVIDOR E COM CERTEZA SE VERIFICARÁ QUE O QUANTUM FINAL DÁ PARA LHE SUSTENTAR PELOS ANOS DE VIDA QUE AINDA LHE RESTAM. A QUESTÃO DA PREVIDÊNCIA É MÁ GESTÃO E DESVIOS DE FINALIDADE, POIS A PREVIDÊNCIA SOCIAL TAMBÉM CUSTEIA QUEM NUNCA CONTRIBUIU, OU SEJA, O QUE SERIA UMA OBRIGAÇÃO DA UNIÃO ESTÁ SENDO ARCADO POR QUEM CONTRIBUI.

  • 4
    image
    MARIA JOSÉ 13/02/2019

    Como é possível demorar 30 dias para fazer um edital de licitação? Isso é o cumulo do retrocesso.

Envie seu Comentário

 
Winz

Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook