Cidadão de primeira e de segunda classe
Afinal, quem aprendeu desde cedo que se não deve roubar e que lugar de ladrão é atrás das grades, devidamente punido pela Justiça, e não nas ruas, não pode achar isso normal. Certo?
Sempre que acompanho pelo noticiário os desdobramentos de operações realizadas pelas Policias Federal e Civil, com a participação do Ministério Público de Rondônia, destinadas a desmantelar quadrilhas especializadas em desviar recursos públicos, por meio de licitações fraudulentas e outras picaretagens do gênero, não consigo conter o entusiasmo e, por consequência, aumenta ainda mais a crença de que realmente precisamos fortalecer cada vez mais nossas instituições, em todos as esferas de poder.
Acho que esse tipo de sentimento não acontece somente comigo. Afinal, qual cidadão de bem já não vibrou, num primeiro momento, com as prisões efetuadas pelos agentes da lei em decorrência das inúmeras operações realizadas até agora contra predadores dos dinheiros públicos? Contudo, decorridos alguns dias das operações, um a um, os envolvidos nos esquemas fraudulentos logo são vistos circulando pelas ruas das cidades, dirigindo seus carrões, ou, então, esbanjando o dinheiro do povo em ressortes e hotéis de luxo, dentro e fora do Brasil, tranquilamente, sem nenhum embaraço, causando certo desconforto (para não carregar no substantivo) na sociedade. Afinal, quem aprendeu desde cedo que se não deve roubar e que lugar de ladrão é atrás das grades, devidamente punido pela Justiça, e não nas ruas, não pode achar isso normal. Certo?
Mas, infelizmente, é exatamente isso que acontece no Brasil, o que seria diferente se o tal Estado Democrático de Direito fosse, de fato, fundado num sistema justo de leis, e não em pessoas, que delas acabam se servindo, segundo o lugar que ocupam na pirâmide social, os chamados cidadãos de primeira classe, os privilegiados que só conhecem os benefícios da lei, em detrimento do cidadão de terceira classe, ao qual a lei é aplicada com todo o seu rigor.
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