Colorado do Oeste debate necessidades e avanços na inclusão de crianças e adolescentes com deficiência
Abrindo o mês do Setembro Verde, a comarca une pais e profissionais para discutirem ideias em prol de um mesmo objetivo
Durante duas noites, Colorado do Oeste teve um foco mais do que especial para as crianças e adolescentes com deficiência, onde pais e profissionais debateram os principais assuntos que vivenciam no dia a dia.
A IV Semana de Biologia do IFRO (Instituto Federal de Rondônia) recebeu diversas inscrições de tutores, além de especialistas das áreas da educação e da saúde, para o minicurso da Flávia Albaine, Defensora Pública e também criadora do projeto Juntos pela Inclusão Social, intitulado “Reflexões sobre a inclusão escolar de crianças e adolescentes com deficiência em Colorado do Oeste”.
Segundo Flávia, as maiores reflexões abordadas foram as dificuldades que os profissionais da educação e também alguns profissionais da saúde encontram em seus cotidianos para a educação de crianças e adolescentes com deficiência na comarca.
“Por exemplo, foi muito debatida a dificuldade em fazer um laudo médico para que a criança possa ter o acesso ao atendimento especializado, assim como a dificuldade da própria família quando ela resiste em aceitar a deficiência do filho e não procura o atendimento médico necessário. Foram várias questões, mas essas duas foram as mais abordadas”, pontua.
Sabendo o que é necessário
Atuante em rodas de conversas e palestras por Colorado do Oeste e até pelo País com temáticas como inclusão social, autismo, Síndrome de Down, entre outros, a Defensora segue em busca de mais artifícios para a população.
“Eu constatei a necessidade de continuar fazendo encontros periódicos para debater os assuntos com as pessoas envolvidas na educação de crianças e adolescentes com deficiência, tanto os pais, como os próprios profissionais da educação e da saúde. Até por isso eu faço rodas de conversas periódicas com pais e profissionais na Defensoria Pública de Colorado, para que a gente possa debater o tema e ver como está o andamento e situações, trocarmos informações e, juntos, decidirmos qual a melhor forma de conseguirmos mais avanços”, descreve.
Por conta disso, prepara projetos para Colorado do Oeste com o apoio de seus estudos, sua rotina na Defensoria, além de escutar o que as pessoas têm a dizer.
“Os meus projetos vão tentar melhorar essa realidade de inclusão escolar de crianças e adolescentes com deficiência na comarca. Ainda estou mapeando essa realidade para ver, como Defensora Pública, como posso fazer essa intervenção para melhorar. Já estou aplicando essas rodas de conversa, a educação e direitos por meio de artigos, estou organizando um evento de palestras com profissionais da área para o esclarecimento da população e ainda estou pensando em outras condutas que possam ser tomadas para melhorar mais a realidade local”.
Setembro Verde: a sociedade no foco da análise
Setembro é considerado um período de muito conscientização, por ser “amarelo” e “verde”. O amarelo é contra o suicídio, enquanto o verde alerta para o câncer de intestino, incentiva a doação de órgãos e tecidos, além de também ser o mês oficial da luta pela inclusão social.
“Eu espero que o Setembro Verde seja um mês de reflexão profunda e importante sobre a inclusão da pessoa com deficiência, pois como eu sempre digo, é a sociedade que precisa se adaptar para incluir essas pessoas e não essas pessoas que têm de deixar de frequentar os diversos lugares sociais”, ressalta Flávia.
Para ela, esse mês deve ser de reflexão para que cada um pense o que está fazendo sobre isso dentro da sua profissão e na sua vida pessoal, buscando melhorar a inclusão social e a ideia de que sociedade possa se adaptar para receber essas pessoas.
“Acho que a reflexão é essa, além da vitimização e do estereótipo, que também precisam ser superados. Que o potencial dessas pessoas ganhe a credibilidade que elas realmente merecem!”, finaliza.
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