Coluna - Nintendo, o mais querido das desenvolvedoras independentes

Empresa anunciou esta semana 16 novos títulos para o Switch

Guilherme Neto - Apresentador do quadro Fliperama no programa Stadium. A coluna é publicada pela Ag
Publicada em 12 de dezembro de 2019 às 10:53
Coluna - Nintendo, o mais querido das desenvolvedoras independentes

A Nintendo divulgou na última terça-feira (10) várias novidades no cenário independente para o Switch, no último Nintendo Direct do ano, série de vídeos disponibilizados regularmente pela empresa para divulgar novidades para seus videogames. Entre os destaques, está a sequência do jogo de aventura Axiom Verge 2, o game RPG Sports Story e o quebra-cabeça em primeira pessoa The Talos Principle. São títulos produzidos por equipes pequenas e com baixo orçamento, em alguns casos por apenas uma ou duas pessoas em sua própria casa. Por conta disso, costumam ser mais simples, sem demandar um aparelho mais poderoso como o PlayStation 4 ou o Xbox One.

A escolha do Switch como plataforma preferida para estúdios independentes tem vários motivos. A proposta híbrida do produto – o aparelho pode ser jogado na televisão e depois no modo portátil, em qualquer lugar, com suporte à tela de toque - é o principal motivo por trás do sucesso do videogame lançado em março de 2017. Até setembro de 2019, já foram 41,67 milhões de unidades vendidas em todo mundo. Por enquanto, esta marca só é superada pelos outros aparelhos da linha portátil da fabricante, como o Nintendo DS (154 milhões), e também pelos clássicos ‘Nintendinho’ (61,91 milhões) e Super Nintendo (49,10 milhões).

Outros motivos são o preço mais em conta do Switch em relação à concorrência e a força da marca Nintendo, que cativa fãs de todas as idades. A evolução da loja online eShop da Nintendo e a própria adoção cada vez maior do formato digital, preferido por muitos desenvolvedores de pequeno porte por conta dos custos reduzidos de distribuição, também são fatores importantes.

Vale destacar ainda o relacionamento da companhia com estúdios independentes. Isso fica ainda mais evidente para o público com segmentos dedicados no Nintendo Direct. Foram cinco vídeos apenas em 2019.

A oportunidade de usar a força do marketing da Nintendo, uma das maiores empresas do setor, é um diferencial importante para esses estúdios independentes. Não é fácil sobressair em meio a tantos lançamentos (só esta semana são 66 segundo um levantamento do site americano Kotaku), muitos deles bancados por um forte esquema de propagandas multimídia que envolve até mesmo grandes cadeias varejistas físicas, pontos de venda onde estas pequenas desenvolvedoras não costumam dar as caras.

Para a Nintendo, essa aliança é uma forma de manter sempre renovada sua biblioteca de jogos, dando espaço a conceitos inovadores, para não dizer arriscados, que muitas vezes se tornam um fenômeno de vendas. Um exemplo recorrente é Minecraft, o jogo mais vendido da história, com 180 milhões de cópias. Minecraft começou a ser produzido em 2009 pelo sueco Markus Alexej Persson, quando ele tinha 30 anos. Hoje o seu criador é bilionário, depois de vender os direitos do game para a Microsoft por US$ 2,5 bilhões em 2014.

Outro exemplo recente, ainda que em dimensões muito menores, é Untitled Goose Game, que permite ao jogador controlar um ganso com o único objetivo de causar travessuras e irritar seres humanos. O título lançado em setembro para Switch e PC- (outra plataforma bastante atrativa para o cenário independente - foi um sucesso de crítica e público, que contou com  boca-a-boca e ajuda de memes para alcançar a liderança nos rankings de vendas, superando inclusive um jogo da própria Nintendo lançado no mesmo dia: The Legend of Zelda: Link´s Awakening.

Entre as novidades anunciadas na última terça (10), com conceitos um tanto diferenciados, estão SkateBIRD (simulador de skate estrelado por passarinhos); SuperMash (seleção de minigames que promete provocar muitos risos ao mesclar gêneros diversos); e The Survivalists (RPG multiplayer online no estilo retrô com arte em pixels).

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