Com 33 anos de criação o Hospital Cemetron é referência no tratamento de doenças infectocontagiosas e covid-19 em Rondônia

Atualmente o hospital possui 774 profissionais que atuam oferecendo um serviço diferenciado para pacientes que ficam internados na unidade

Ludmary Nascimento Fotos: Esio Mendes, Frank Nery e Daiane Mendonça, Ítalo Ricardo Secom - Governo
Publicada em 10 de junho de 2022 às 17:02
Com 33 anos de criação o Hospital Cemetron é referência no tratamento de doenças infectocontagiosas e covid-19 em Rondônia

Hospital Cemetron comemora 33 anos de funcionamento sendo referência no tratamento de doenças tropicas incluindo a Covid-19

O Centro de Medicina Tropical de Rondônia – Cemetron, que é referência no atendimento às doenças infectocontagiosas e tropicais, tanto em nível ambulatorial quanto internação, completou 33 anos de funcionamento. O Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Saúde – Sesau programou para o próximo dia 15 de junho uma solenidade em comemoração à data. O evento deve ocorrer no Palácio das Artes, a partir das 16h. 

O Cemetron trata doenças como tuberculose, vírus da imunodeficiência humana (HIV), síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), blastomicoses, leishmaniose, malária, leptospirose, acidente com animais peçonhentos, dengue, covid-19 e outras patologias relacionadas à saúde pública. A unidade localizada em Porto Velho atende além dos municípios do interior do Estado, as cidades vizinhas dos estados do Acre, Amazonas e ainda, pacientes vindos da Bolívia.

A servidora Maria de Fátima Rebouças, de 68 anos,  que trabalha desde o início da construção do Cemetron, destaca o sentimento de gratidão pelo trabalho desenvolvido durante todos esses anos. “Passamos por muitas fases difíceis no hospital, mas sempre lutamos pelo melhor. Durante a pandemia, o Cemetron foi uma referência de atendimento. Tenho os colegas que trabalham aqui no hospital como uma família”, relatou Maria. 

Maria de Fátima relembra quando começou a trabalhar no Cemetron

Atualmente o Cemetron possui 774 profissionais atuando, desde médicos até serviços gerais que oferecem um serviço diferenciado aos pacientes que ficam internados na unidade. A unidade de saúde também possui 82 leitos clínicos, 8 leitos clínicos reservados para Covid-19, 8 leitos para Unidade de Terapia Intensiva – UTI direcionados a pacientes com Covid e 2 leitos rotativos para hemodialise, totalizando 100 leitos na unidade.  

O diretor do Cemetron, Marcos Antônio enfatizou a importância da comemoração do Hospital. “Decidimos comemorar esses 33 anos devido ao cenário de pandemia que enfrentamos recentemente. É uma forma de agradecer todos os servidores que estiveram com a gente até esse momento e também de homenageá-los”, disse Marcos

PANDEMIA

No início da pandemia, o Hospital Cemetron recebeu o primeiro paciente com suspeita de ter contraído a doença. Já nos primeiros atendimentos, a unidade precisou realizar capacitações e treinamentos para enfermeiros e técnicos que atuavam na linha de frente da covid-19, de forma que melhorasse o tratamento a pacientes que eram internados na época. 

Ana Carolina conta que precisou estudar a doença para conseguir salvar vidas

No dia 17 de março de 2021, o Estado enfrentava o maior pico da pandemia e o Hospital Cemetron possuía na época um total de 48 leitos clínicos com 43 pacientes internados e 18 leitos de UTI com 100% de ocupação. 

A médica Ana Carolina, especialista em pneumologia que atuou no setor de Unidade de Terapia Intensiva – UTI Covid contou a experiência que teve ao trabalhar com uma doença totalmente desconhecida. “Inicialmente, nós tínhamos somente a história da doença em outros países. Começou aí o desafio porque tivemos que nos atualizar de forma imediata e estudar como o vírus funcionava para treinar os nossos profissionais e encontrar o diagnóstico correto de cada paciente”, destacou Ana Carolina. 

A médica ainda contou como era feita a liberação dos pacientes curados da covid-19. “Tivemos uma equipe multidisciplinar que atuou fortemente em salvar vidas, então todo paciente grave que tinha alta era uma vitória. Nós fazíamos questão de levar os pacientes até os familiares para comemorarmos juntos a cura do vírus.” finalizou

Enfermeira diz que a pandemia foi um dos cenários mais difíceis que já enfrentou

A enfermeira Diana Pereira de Sousa, responsável por treinar e reorganizar os leitos de UTI Covid-19 para não superlotar a unidade, relembrou a luta da época. “Enfrentar a pandemia foi um dos trabalhos mais difíceis. Sempre que a  equipe tinha alguma dificuldade, fazíamos treinamentos diários de forma que não interferisse no tratamento do nosso paciente. Nos primeiros meses eu trabalhei organizando os leitos na unidade e já na segunda onda da pandemia, trabalhava diretamente na UTI-Covid”, disse enfermeira.

Em 2021, o caminhoneiro Alberto Barbosa, de 46 anos testou positivo para a covid-19. Na época, toda a família dele também havia sido contaminada, mas felizmente somente ele  precisou ser internado no Cemetron devido ao estado grave. Alberto ficou 3 dias com máscara de ventilação não-invasiva – VNI, mas não reagia. Então a equipe do hospital decidiu entubá-lo por 18 dias. De acordo com a enfermeira o paciente ficou com 80% do pulmão comprometido.

Dia em que o paciente Alberto Barbosa teve alta do Cemetron

“A partir de relatos da minha família, eu passei da morte para a vida. Foram quase 50 dias internados lutando contra esse vírus. Eu só tenho à agradecer a equipe do Cemetron que utilizou todos os equipamentos e medicamentos necessários para salvar minha vida. Hoje, eu posso continuar com o meu trabalho, levar meus filhos para passear e viver uma vida normal, graças à essas pessoas”, agradeceu Alberto.

O diretor, Marcos Antônio também destacou que “durante essa luta houve uma unificação entre as equipes do hospital para o combate ao coronavírus.  Como resultado, 2.208  pacientes tiveram alta da unidade e voltaram para seus familiares”, destacou o diretor.  

COMPLEXO CEMETRON

Para ampliar o atendimento, o Cemetron recebeu a doação de um anexo hospitalar montado por meio do programa “Fazer o Bem Faz Bem – Alimentando o Mundo com Solidariedade”. O novo anexo foi construído em 35 dias e contou com 60 leitos. 

O anexo construído com apoio da iniciativa privada trouxe melhor estrutura para atender pacientes com covid-19

A unidade foi construída em estrutura modular, semelhante a outras unidades de saúde instaladas em São Paulo e Rio Grande do Sul. Com o objetivo de enfrentamento à pandemia para posteriormente, se transformar em uma unidade de atendimento de rotina, por se tratar de uma instalação permanente.

A médica Maiara Soares, especialista em infectologia explicou que com a construção do anexo, as doenças tropicais voltaram a ser tratadas no prédio do Cemetron, de forma segura e sem risco de transmissão da covid-19. “Em relação às doenças infectocontagiosas, antes da construção tivemos que transferir os pacientes para outras unidades, por causa do alto risco no Cemetron. Somente depois da ampliação, nossos pacientes voltaram e puderam continuar o tratamento na unidade. Ou seja, hoje o Cemetron é referência em doenças tropicas incluindo o tratamento de covid-19”, enfatiza Maiara.

Médica Maiara Soares atua há 8 anos no Cemetron

Atualmente o complexo continua exclusivamente atendendo pacientes covid-19, mas com uma demanda menor. São apenas 12 leitos de UTI e 8 clínicos. Na época do pico da pandemia a unidade chegou a lotar os 24 leitos clínicos e 16 leitos de UTI com pacientes Covid-19. 

OUVIDORIA

Para aprimorar o contato com a população é importante que as sugestões, reclamações, críticas, elogios, denúncias ou solicitações sejam dirigidas à Ouvidoria da Sesau, pelos telefones 0800-647-7071 (até às 13h); (69) 98482-1370/(69) 3212-8300, ou pelo e-mail [email protected].

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