Com maior número de média de mortes no Brasil e índices sofríveis de vacinação em massa, Estado de Rondônia afrouxa medidas de distanciamento e coloca população em alto risco

Isso porque os dados oficiais comprovam que a Covid 19 mata muito mais rondonienses do que brasileiros de outros estados, numa média de mais de 50% acima da nacional, de acordo com os dados oficiais

Mario Quevedo
Publicada em 19 de abril de 2021 às 17:07
Com maior número de média de mortes no Brasil e índices sofríveis de vacinação em massa, Estado de Rondônia afrouxa medidas de distanciamento e coloca população em alto risco

Não se sabe qual foi o critério que o governo do Estado de Rondônia adotou para estabelecer através de novo decreto o abrandamento de medidas de restrição de circulação de pessoas, mas o certo é que não podem ter sido os indicadores mais importantes acerca da pandemia, que é a letalidade da doença no Estado e o ritmo de vacinação.

Isso porque os dados oficiais comprovam que a Covid 19 mata muito mais rondonienses do que brasileiros de outros estados, numa média de mais de 50% acima da nacional, de acordo com os dados oficiais. Uma simples verificação nos indicadores comprova que, em Rondônia, a escalada de mortes em relação ao número de habitantes é catastrófica. 

Pela proporção, para cada três pessoas que morrem no país, quatro falecem em Rondônia. A pilha de cadáveres não é maior porque o contingente populacional é um dos menores do país. Mas, invertendo a lógica, é possível afirmar que, se estivéssemos seguindo a média nacional, para cada três pessoas que morreram em Rondônia, uma teria escapado.

Ou, interpretando mais uma vez, se a média de Rondônia fosse projetada para o Estado, então ao invés de 370 mil mortes estaríamos nos aproximando das 600 mil. É uma situação grotesca.
Paralelo a isso, temos o segundo pior índice de vacinação no Brasil, contando neste início de semana com 8,82%, empatando com o Amapá e à frente apenas do Mato Grosso.

Um levantamento estatístico focado apenas nos indicadores da capital comprovam que vivemos atualmente o pior momento da pandemia, no que diz respeito a mortalidade. Se forem comparados os dados dos primeiros trimestres dos últimos cinco anos, temos o seguinte cenário: 2017 – 818; 2018 – 820; 2019 – 799; 2020 – 845; 2021 - 1.981. Pode-se observar que a quantidade de óbitos na capital se manteve dentro de um padrão entre 2.017 e o ano passado, mas quase triplica em 2.021.

Para acrescentar outro ingrediente inquietante, temos instalada uma crise entre os profissionais de saúde, com muitas baixas, inclusive provocadas pela partida de médicos para outros estados, além da sobrecarga de trabalho na linha de frente. 

Enfermeiros da região central do Estado denunciam que os procedimentos de intubação, que requerem conhecimento específico, têm sido feitos por “quem está disponível”, e que nas escalas de plantão de enfermagem nas UTI há profissionais atendendo até doze leitos, quando o aceitável nestas situações seriam dois no máximo.

Diante deste cenário alarmante o afrouxamento das medidas de contenção a proliferação do coronavírus apontam para uma ação de contramão no enfrentamento da pandemia. Agora, é esperar os indicadores dos próximos 30 dias e torcer para que as projeções mais sinistras que se podem fazer a partir dos dados acima não se confirmem.

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