Confúcio Moura convoca a população brasileira a se vacinar
Para o senador, na pandemia houve um apagão anticiência cuja explicação só pode ser feita pelo viés ideológico, pois opôs grandes nomes da ciência brasileira sobre a eficácia da vacina
O senador Confúcio Moura (MDB-RO), médico de formação, utilizou a Tribuna do Senado Federal nesta quarta-feira (17), durante a Sessão Deliberativa Ordinária para conclamar a população brasileira para que se mantenha fiel ao Plano Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, um dos maiores e mais eficiente programa de vacinação do mundo.
“Quando eu comecei a trabalhar na profissão, no ano de 1976, eu ainda peguei no consultório crianças com paralisia infantil. Esses jovens que estão hoje, aliás, esses senhores e senhoras que naquela época eram bebês, que hoje devem estar com 45 a 50 anos de idade, pegaram a poliomielite, tiveram paralisia infantil. Nós não tínhamos ainda a vacina, a gotinha salvadora. Depois que iniciaram no Brasil as campanhas de vacinação contra a paralisia infantil, eu fui observando que não apareciam mais meninos com paralisia infantil no meu consultório. No decorrer do tempo desapareceu a paralisia infantil graças à vacinação, muito bem coordenada pelo Ministério da Saúde. O Programa Nacional de Imunização é fantástico! ”, elogiou Confúcio Moura.
Para Confúcio Moura o fato dele não pego paralisia infantil foi uma questão de sorte, uma vez que o município onde nasceu e passou a infância não havia vacinas. “Eu devo ter pegado todas as doenças, menos paralisia infantil, já que estou aqui andando bem com as duas pernas, mas o resto peguei tudo: sarampo, catapora etc. Isso tudo eu peguei porque não tinha vacina naquele momento ao alcance da gente no Sertão. Mas o tempo foi passando e houve uma adesão fantástica do Brasil às campanhas de vacinação, e essas doenças foram regredindo – agora, aqui e acolá, aparece um caso de sarampo, é preciso fechar o cerco para combater o sarampo”, alertou.
Para o senador rondoniense, não há espaço para que viés ideológico turven a racionalidade, como ocorreu na Pandemia. “Nós assistimos a mortes sucessivas de colegas nossos aqui – José Maranhão morreu aqui, assim como o Major Olímpio, homem forte de quase dois metros de altura, e assim foram outros colegas nossos, falecidos no nosso meio. Nós vimos a morte deles. Nós vimos o sufoco de Manaus. Os brasileiros não podem esquecer a pandemia. A pandemia foi uma lição para nós todos. Ainda não acabou a covid, mas a vacina reduziu a mortalidade alta”, lamentou o parlamentar.
Na avaliação de Confúcio Moura, na pandemia houve uma inexplicável cegueira sobre a ciência, em que grandes nomes da medicina se opuseram sobre a eficácia ou não da vacina, logo, da própria ciência. Na sua avaliação, um surto de escuridão nunca antes imaginado. “Não podemos, de maneira nenhuma, desacreditar na pesquisa científica. Uma vacina, para ser colocada à disposição da população, passa por criteriosos momentos na pesquisa científica. Ela é testada inicialmente num pequeno grupo fechado, com placebo de um lado e vacina do outro. Isso é comparado. Vem os efeitos colaterais e se vai avançando até que ela seja aprovada pelos órgãos reguladores. Nós vimos na pandemia o trabalho fantástico da Anvisa na liberação, até emergencial, de algumas vacinas”, lembrou o senador.
Confúcio Moura avalia que o Congresso teve papel importante, embora não tenha ficado imune a cegueira ideológica antivacina. “Aqui no Senado e na Câmara, foi composta no ano de 2020, uma Comissão Mista para acompanhar a pandemia da Covid-19. O senador Esperidião fez parte, assim como outros amigos fizeram parte dessa Comissão Mista da Covid. Nós acompanhamos toda a evolução da doença no Brasil, desde a primeira dose de vacina, que foi do Butantan, no dia 20 de janeiro de 2021, mais de um ano depois da chegada da doença”, descreveu o parlamentar.
Como médico, Confúcio Moura sabe que a pandemia da Covid 19 não será a última e espera que a sociedade brasileira não sofra mais com a irracionalidade anticiência. “Eu convoco o povo brasileiro, as mães, pais, que estão me ouvindo a não atenderem apelos ideológicos em torno da vacinação, pois não têm nenhuma fundamentação científica e todos perdem, inclusive a vida de quem ama. Nada disso, minha gente! Você que ama seu filho, você que cuida do seu filho, esse cuidado deve ser demonstrado, exercido, através da vacinação, da imunização no tempo certo. O Programa Nacional de Imunização é um orgulho brasileiro”, concluiu Confúcio Moura.
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