Conheçam Irandir de Oliveira, o enrolado dono da Transbrasil, cujo ônibus terceirizado se envolveu em acidente que matou 6
Ex-prefeito de Ouro Preto do Oeste já foi preso e vítima de atentado
Irandir Oliveira de Souza, hoje com ... anos, é o sócio-administrador da Transbrasil, empresa contratante do ônibus terceirizado que se envolveu em um acidente que deixou 6 mortos em Vilhena na noite do último sábado.
Personagem de uma extensa reportagem publicada pelo site Metropoles (confira aqui), o empresário nasceu em Batayporã, no Mato Grosso do Sul, mas construiu vida política em Rondônia, onde foi eleito prefeito do município de Ouro Preto do Oeste, em 2004.
Sua candidatura à época levantou grande polêmica, já que ele respondia a 18 processos criminais, incluindo tráfico de drogas, formação de quadrilha, falsidade ideológica e estelionato. Inicialmente, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Rondônia chegou a impedi-lo de concorrer, mas como Irandir não tinha condenação transitada em julgado em nenhum dos casos, conseguiu o registro e exerceu o mandato. Só em Rondônia, o empresário acumula 149 processos das mais diversas naturezas criminais.
ATENTADO
Ainda em 2004, o então prefeito foi vítima de um atentado. Irandir estava em um restaurante no Brás, região central de São Paulo, quando um jovem se aproximou e atirou três vezes nele antes de fugir. Os disparos o machucaram nas costas, nádegas e em uma perna.
A Polícia Civil de SP suspeitou que a intenção do criminoso era matá-lo, uma vez que nenhum objeto de valor foi levado. O empresário estava na capital paulista resolvendo problemas da Transbrasil. Uma das linhas de investigação, inclusive, era de que o crime teria sido cometido por causa de desentendimentos relacionados à empresa.
Quatro anos após o atentado, Irandir foi preso pela Polícia Federal em uma megaoperação. Era agosto de 2008. O empresário ostentava dois mandados de prisão preventiva (falsidade ideológica e crimes ambientais) e um de prisão definitiva (crime eleitoral) expedidos contra ele, todos da comarca de Ouro Preto do Oeste.
O proprietário da Transbrasil também é alvo de investigação pela Polícia Civil do município, acusado de peculato, falsidade ideológica e formação de quadrilha por supostos desvios de verba pública ocorridos na Secretaria de Saúde durante o seu mandato como prefeito da cidade.
Depois de oito meses detido no Presídio Urso Panda, em Porto Velho (RO), ele ganhou o direito à prisão domiciliar alegando problemas de saúde. Em casa, foi monitorado por uma tornozeleira eletrônica. Agora, cumpre a pena em regime aberto.
Irandir acabou citado em outra denúncia três meses após a prisão. A mulher dele, Andréia da Rocha, foi flagrada por policiais rodoviários federais transportando 5kg de cocaína no interior de um ônibus da empresa Eucatur, de Ouro Preto do Oeste para Goiânia (GO).
O caso foi registrado em 23 de novembro de 2008, por volta das 8h15, no Km-172, da BR-060, no município de Goiânia (GO). À polícia, a mulher, que estava com o filho pequeno no colo, teria confessado que fez o transporte da droga a pedido de Irandir. Durante a abordagem policial, Andréia fugiu do local com a ajuda do marido. Ao ser interrogado em juízo, no entanto, o empresário negou a acusação.
Irandir não foi condenado no episódio. Em sua decisão, a juíza Wanessa Rezende Fuso Brom, de Goiânia, ressaltou o farto currículo de antecedentes criminais do empresário. Mas afirmou que não havia provas para ligá-lo ao tráfico de drogas. A mulher dele, no entanto, foi condenada a sete anos e três meses de reclusão por tráfico interestadual de drogas. Em 2013, após recorrer da condenação, ela foi absolvida, também por falta de provas.
“No que tange ao acusado Irandir, tem-se que, em que pesem os fortes indícios de que Andréia transportou a droga a pedido dele, inclusive foi ele quem a buscou na barreira policial e, portanto, tinha conhecimento de todo o ocorrido, somado ao fato de suas vastas certidões de antecedentes criminais espalhadas pelo país, com vários registros por crimes da mesma natureza, inclusive em estados onde possui filiais de sua empresa de ônibus, nota-se que as provas constantes nos autos são frágeis para ensejar uma condenação”, está escrito num trecho da sentença.
“PROVA PLANTADA”
Encontrar Irandir não é tarefa fácil. Os telefones fixos da empresa não funcionam. O site Metrópoles foi ao endereço da transportadora cadastrado na Receita Federal e ele não estava lá. Na tarde do dia 15 de março, uma quarta-feira, a reportagem conseguiu entrar em contato com um gerente da Transbrasil que trabalha em Brasília e deixou recado. À noite, o empresário retornou a ligação e marcou um encontro no lobby do edifício The Union, ao lado da Rodoviária Interestadual de Brasília.
Recebeu a equipe sozinho, ocasião em que negou qualquer irregularidade na empresa. Aparentemente tranquilo, afirmou que as denúncias partem de concorrentes insatisfeitos e que o “kit liminar” é “prova plantada”. Reconheceu que sempre recorreu à Justiça para conseguir autorizações, uma vez que, segundo sustenta, não teria aceitado participar de um suposto “balcão de negócios” gerido pela ANTT: “Se a empresa estivesse pagando (propina), as nossas linhas estavam certinhas há muitos anos. Como não dispomos de recursos financeiros, sofremos essa perseguição. Tanto da agência quanto das grandes empresas.”
Segundo Irandir, a Transbrasil/TCB tem cerca de 35 veículos próprios e opera com carros arrendados. No cadastro da ANTT, são 286 ônibus ao total. Ao ser questionado sobre a cobrança do “kit liminar”, explicou que ocorre o contrário: “Pagamos mensalmente pelo aluguel do veículo, pelo arrendamento. Isso é legal. O dono do ônibus não paga nada. Ele tem que receber. Onde alguém vai trabalhar e, em vez de receber, paga?”
Com relação à venda de passagens, o empresário afirma que os bilhetes são comercializados apenas nos terminais rodoviários, onde garante que é o ponto de partida de todos os ônibus. “Podemos vender passagens por onde o veículo passa. Pagamos todos os impostos necessários”, garantiu.
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Comentários
Nada disso apaga o fato de que a carreta estava sendo conduzida de maneira temerária ,na chuva, a 120 km/h, e que essa imprudência é que causou o acidente.
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