Contra as queimadas só é preciso atitude
Não se combate uma prática adotada desde tempos imemoriais com campanhas e discursos
Uma sugestão para que nossos parlamentares deixem um pouco de lado a rotina das homenagens, honrarias e louvores e apresentem alguma proposta que realmente interesse ao estado e à população: que tal incorporar modernidade no combate às queimadas? Não chega desse jogo de cena que se repete a cada ano por aqui?
Não se combate uma prática adotada desde tempos imemoriais com campanhas e discursos. Tenham paciência! O pequeno produtor sabe, lá na ponta, que somente o fogo poderá limpar a capoeira para plantar comida ou recuperar a pastagem. E sabe que, por aqui, uma capoeira se forma em um ano. Fazer o quê? É tacar fogo e pronto!
Acontece que está na internet o anúncio de uma solução para o problema. Antecipo que não. Não estou interessado em comissão de vendas, que até pode rolar se algum empresário do comércio manifestar interesse em representar aqui a empresa que produz o equipamento. Mas não é, definitivamente, a minha praia.
Estou falando do triturador florestal, um equipamento que, acoplado a um trator, é capaz de limpar até quatro hectares por dia, segundo anuncia a indústria. Com a vantagem de incorporar ao terreno os nutrientes da cobertura vegetal, além de proteger com a cobertura. Os técnicos com certeza sabem como funciona. Eles poderiam me ajudar a calcular quantos braços/hora seriam necessários para a mesma tarefa.
Não sei quanto custa o equipamento. Até tentei contato com a indústria, lá de Santa Catarina e não consegui. Mas sei que estão querendo, lá em Brasília, disponibilizar algo em torno de R$ 1 bilhão daquele dinheiro das multas da Petrobrás (parte dos R$ 2,3 bilhões que Dallagnol sonhava em meter a mão), para o combate às queimadas na Amazônia. Porque não pensar em algo realmente efetivo?
Outra coisa: uma autoridade informou que o Basa deixou de investir R$ 2 bilhões do FNO em Rondônia no ano passado por falta de projetos e propostas. Claro que o pequeno produtor, ou um consórcio deles, poderia investir em um equipamento capaz de valorizar seu trabalho e facilitar enormemente sua vida.
Ou alguém acha que o produtor queima só para prejudicar a imagem do país no exterior? Queima porque não tem alternativa, para que suas terras não virem novamente floresta em dois ou três anos. Acontece que, por falta de regularização fundiária, eles não conseguem financiamento. Mas também isso poderá ter solução. É que o Exército vai ajudar na realização de georreferenciamento - passo inicial para a regularização - das pequenas propriedades.
Ademais, o governo do estado também pode investir na aquisição desse equipamento para doar às associações de produtores. Porque não? O estado só tem a ganhar com o aumento da produção, pois não? Pelo menos assim o rondoniense não vai ter a certeza de que o calendário de 2020 não terá assinalado o período de novas queimadas, fumaça insuportável e muita conversa fiada.
Assista ao vídeo em https://www.youtube.com/watch?v=v2Y14ScAR9o
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Nem precisa duma máquina. Levem presos para roçar. Redime a pena deles, conserva o terreno e ainda cria adubo com as folhas e mato retirado.
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