Criação de camarão, que vem recebendo atenção de Bolsonaro, impulsiona desmate de 50% dos mangues

Segundo dados do ICMBio, 99,9% das fazendas de carcinicultura estão localizadas em Unidades de Conservação

Brasil 247
Publicada em 30 de setembro de 2020 às 08:38
Criação de camarão, que vem recebendo atenção de Bolsonaro, impulsiona desmate de 50% dos mangues

(Foto: Elói Corrêa/GOVBA | Pixabay)

decisão do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que resultou na revogação de normas que protegiam os manguezais revelou que a criação de camarões em cativeiro, a carcinicultura, já destruiu 50% da área total de florestas de mangues do país. A atividade vem recebendo uma atenção crescente do governo Jair Bolsonaro nos últimos meses. As normas de proteção, porém, foram restabelecidas por uma determinação da Justiça Federal pouco mais de 24 horas após terem sido revogadas. 

No ano passado, em novembro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, determinou que o chamado objetivo 9 do Plano de Ação Nacional (PAN) para os mangues fosse derrubado. O ponto estabelecia ações para o fim da carcinicultura e a consequente recuperação das áreas afetadas pela atividade. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o PAN Manguezal foi o primeiro criado no país a alcançar um bioma inteiro. 

Um levantamento realizado pelo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2013, apontou que o Brasil abrigava uma área total de 1.389.960 hectares coberta por manguezais. O país abriga por 59,8% dos mangues da América Latina e reponde por 9,8% do bioma em nível mundial. No mesmo ano, contudo, “a carcinicultura já havia se expandido por 30.475 hectares”, destaca a reportagem. 

Segundo dados de 2018 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 99,9% das fazendas de carcinicultura cativeiro estão localizadas dentro de Unidades de Conservação (UC). 

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