Crise nas eleições Singeperon: membro da Comissão Eleitoral renuncia após imprensa noticiar irregularidades na condução dos trabalhos

Comissão Eleitoral opera com dois membros, apesar de o estatuto do sindicato exigir três; silêncio, favorecimento e resistência em convocar suplente agravam suspeitas sobre controle da disputa sindical

Fonte: Redação - Publicada em 21 de março de 2025 às 09:31

Crise nas eleições Singeperon: membro da Comissão Eleitoral renuncia após imprensa noticiar irregularidades na condução dos trabalhos

A eleição do Sindicato dos Policiais Penais e Agentes de Segurança Socioeducativos de Rondônia (Singeperon) entrou em crise. Além de denúncias de favorecimento, impugnações e pagamento de contribuições por terceiros, a Comissão Eleitoral perdeu um de seus membros e, mesmo com a vaga aberta, os dois remanescentes resistem em convocar o suplente eleito. A suposta omissão viola o estatuto e pode comprometer toda a legalidade do processo eleitoral.

As eleições voltam a ser alvo de holofotes dias depois da estranha investida à sede do sindicato, em um sábado à noite,  pelo presidente da Comissão Eleitoral, Tiago Braz, o qual é ligado diretamente à chapa do Deputado Estadual Edevaldo Neves e agora precisa decidir sobre um pedido de impugnação que pode tirar todo o grupo da disputa. O pedido foi protocolado após a Justiça anular a assembleia que aprovou as contas de um dos membros da chapa. A irregularidade, prevista no estatuto do sindicato, deve inviabilizar toda a candidatura. Enquanto isso, a presidência da Comissão Eleitoral mantém silêncio.

A chapa “2”, que tem a frente o Policial Penal Thiago Maia, impedido de concorrer nas eleições passadas porque não tinha tempo de contribuição com o sindicato, nem participação nas lutas sindicais, já foi alvo de denúncias de articulação com a Comissão Eleitoral, e enfrenta agora um pedido formal de impugnação que pode tirá-la da disputa.  

A solicitação foi protocolada em 17 de março de 2025 pelo candidato Francilei, que aponta a inelegibilidade de um dos membros da chapa de Maia. Gilberto Colman Júnior, candidato a diretor de esportes e lazer, ocupou cargo na diretoria do sindicato entre 2018 e 2022, mas teve suas contas rejeitadas devido à anulação da assembleia que teria apreciado os atos da sua gestão.  

O estatuto do Singeperon é claro: quem não tiver suas contas definitivamente aprovadas está impedido de concorrer ou exercer cargos eletivos. A Justiça anulou a assembleia de prestação de contas da ex-presidente Dahiane Gomes, tornando inválida a aprovação das contas daquele período. A decisão transitou em julgado em 5 de novembro de 2024, ou seja, não cabe mais recurso. Isso significa que Gilberto, que foi diretor na gestão de Dahiane, não pode exercer cargo eletivo, e sua presença na chapa 2, de Thiago Maia e Edevaldo Neves, tornaria  todo o grupo político inelegível e impede a manutenção da chapa 2 no pleito eleitoral.

Se a impugnação for aceita, a chapa de Thiago Maia será eliminada da disputa. Caso seja rejeitada, o caso deve parar na Justiça. Não bastasse isso, a quitação de três anos de dívida com o Sindicato foi paga pelo chefe de gabinete de Edevaldo Neves e não considerou o salário atual do parlamentar.

Renúncia na Comissão Eleitoral e resistência ao suplente

A crise na condução do processo eleitoral se agravou com a renúncia de Francimar, um dos três membros da Comissão Eleitoral. Conforme determina o estatuto do Singeperon, a comissão precisa atuar com três integrantes eleitos em assembleia. Com a saída, a vaga deveria ser ocupada por Luciano Leal da Costa Lima, o quarto mais votado na ocasião.

Luciano afirma que, ao tomar conhecimento da renúncia, procurou imediatamente o presidente da Comissão, Tiago Braz, para solicitar sua inclusão no grupo, mas não obteve qualquer retorno. “Entrei em contato para que me incluísse no grupo da Comissão Eleitoral. Nenhuma resposta me foi dada, mesmo sabedor que a comissão não pode conduzir os trabalhos com dois membros eleitos”, afirmou.

Ele também apontou sinais de interferência externa e favorecimento. “Diversos fatos vêm apresentando uma condução suspeita dos trabalhos da comissão, com possíveis interferências e adição de integrante da chapa 2 no grupo da Comissão Eleitoral, além da demora em incluir representantes indicados por outras chapas”, completou.

A resistência à entrada de Luciano coloca em xeque a legalidade das decisões da Comissão, que estaria operando com número inferior ao previsto no estatuto. A omissão ocorre no momento mais delicado do processo, em que impugnações sérias estão em análise — entre elas, justamente contra a chapa que tem o apoio do presidente da Comissão.

Grupos políticos e o “Trampolim do Singeperon”

A eleição do Singeperon parece envolver interesses que se afastam da luta sindical. Policiais penais  lamentaram o uso de estruturas de grupos políticos partidários e temem que o Singeperon seja “apropriado” por projetos de poder de pessoas que não pretendem lutar pela categoria, seja por estar no âmbito municipal ou porque nunca destinaram verbas ao sistema prisional enquanto empossados, como o caso do Deputado Edevaldo Neves.

De um lado, na chapa 2, estão Gilberto Júnior, braço direito do grupo político da ex-presidente Dahianne, o Dep. Edevaldo Neves, que depende dessa eleição para se reeleger e estaria, segundo fontes internas, patrocinando a campanha e Thiago Maia, apontado pela categoria como  alheio às discussões sindicais e era crítico voraz do setor jurídico na época que havia mais avanços e conquistas judiciais. Já na atual gestão, Thiago Maia tem silenciado sobre o assunto. Maia se identifica como advogado e, conforme anuncia em suas redes sociais, pretende sair em breve do sistema penitenciário, levantando questionamentos sobre seu real compromisso com a categoria.

Do outro lado, a chapa 1 é liderada por Francilei, que, segundo  servidores, seria  “marionete” do vereador Nilton Souza, que organiza e estrutura a campanha. Souza ficou conhecido pelo projeto de cemitério para PETs em Porto Velho. 

Requerimento de Renuncia:

Crise nas eleições Singeperon: membro da Comissão Eleitoral renuncia após imprensa noticiar irregularidades na condução dos trabalhos

Comissão Eleitoral opera com dois membros, apesar de o estatuto do sindicato exigir três; silêncio, favorecimento e resistência em convocar suplente agravam suspeitas sobre controle da disputa sindical

Redação
Publicada em 21 de março de 2025 às 09:31
Crise nas eleições Singeperon: membro da Comissão Eleitoral renuncia após imprensa noticiar irregularidades na condução dos trabalhos

A eleição do Sindicato dos Policiais Penais e Agentes de Segurança Socioeducativos de Rondônia (Singeperon) entrou em crise. Além de denúncias de favorecimento, impugnações e pagamento de contribuições por terceiros, a Comissão Eleitoral perdeu um de seus membros e, mesmo com a vaga aberta, os dois remanescentes resistem em convocar o suplente eleito. A suposta omissão viola o estatuto e pode comprometer toda a legalidade do processo eleitoral.

As eleições voltam a ser alvo de holofotes dias depois da estranha investida à sede do sindicato, em um sábado à noite,  pelo presidente da Comissão Eleitoral, Tiago Braz, o qual é ligado diretamente à chapa do Deputado Estadual Edevaldo Neves e agora precisa decidir sobre um pedido de impugnação que pode tirar todo o grupo da disputa. O pedido foi protocolado após a Justiça anular a assembleia que aprovou as contas de um dos membros da chapa. A irregularidade, prevista no estatuto do sindicato, deve inviabilizar toda a candidatura. Enquanto isso, a presidência da Comissão Eleitoral mantém silêncio.

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A chapa “2”, que tem a frente o Policial Penal Thiago Maia, impedido de concorrer nas eleições passadas porque não tinha tempo de contribuição com o sindicato, nem participação nas lutas sindicais, já foi alvo de denúncias de articulação com a Comissão Eleitoral, e enfrenta agora um pedido formal de impugnação que pode tirá-la da disputa.  

A solicitação foi protocolada em 17 de março de 2025 pelo candidato Francilei, que aponta a inelegibilidade de um dos membros da chapa de Maia. Gilberto Colman Júnior, candidato a diretor de esportes e lazer, ocupou cargo na diretoria do sindicato entre 2018 e 2022, mas teve suas contas rejeitadas devido à anulação da assembleia que teria apreciado os atos da sua gestão.  

O estatuto do Singeperon é claro: quem não tiver suas contas definitivamente aprovadas está impedido de concorrer ou exercer cargos eletivos. A Justiça anulou a assembleia de prestação de contas da ex-presidente Dahiane Gomes, tornando inválida a aprovação das contas daquele período. A decisão transitou em julgado em 5 de novembro de 2024, ou seja, não cabe mais recurso. Isso significa que Gilberto, que foi diretor na gestão de Dahiane, não pode exercer cargo eletivo, e sua presença na chapa 2, de Thiago Maia e Edevaldo Neves, tornaria  todo o grupo político inelegível e impede a manutenção da chapa 2 no pleito eleitoral.

Se a impugnação for aceita, a chapa de Thiago Maia será eliminada da disputa. Caso seja rejeitada, o caso deve parar na Justiça. Não bastasse isso, a quitação de três anos de dívida com o Sindicato foi paga pelo chefe de gabinete de Edevaldo Neves e não considerou o salário atual do parlamentar.

Renúncia na Comissão Eleitoral e resistência ao suplente

A crise na condução do processo eleitoral se agravou com a renúncia de Francimar, um dos três membros da Comissão Eleitoral. Conforme determina o estatuto do Singeperon, a comissão precisa atuar com três integrantes eleitos em assembleia. Com a saída, a vaga deveria ser ocupada por Luciano Leal da Costa Lima, o quarto mais votado na ocasião.

Luciano afirma que, ao tomar conhecimento da renúncia, procurou imediatamente o presidente da Comissão, Tiago Braz, para solicitar sua inclusão no grupo, mas não obteve qualquer retorno. “Entrei em contato para que me incluísse no grupo da Comissão Eleitoral. Nenhuma resposta me foi dada, mesmo sabedor que a comissão não pode conduzir os trabalhos com dois membros eleitos”, afirmou.

Ele também apontou sinais de interferência externa e favorecimento. “Diversos fatos vêm apresentando uma condução suspeita dos trabalhos da comissão, com possíveis interferências e adição de integrante da chapa 2 no grupo da Comissão Eleitoral, além da demora em incluir representantes indicados por outras chapas”, completou.

A resistência à entrada de Luciano coloca em xeque a legalidade das decisões da Comissão, que estaria operando com número inferior ao previsto no estatuto. A omissão ocorre no momento mais delicado do processo, em que impugnações sérias estão em análise — entre elas, justamente contra a chapa que tem o apoio do presidente da Comissão.

Grupos políticos e o “Trampolim do Singeperon”

A eleição do Singeperon parece envolver interesses que se afastam da luta sindical. Policiais penais  lamentaram o uso de estruturas de grupos políticos partidários e temem que o Singeperon seja “apropriado” por projetos de poder de pessoas que não pretendem lutar pela categoria, seja por estar no âmbito municipal ou porque nunca destinaram verbas ao sistema prisional enquanto empossados, como o caso do Deputado Edevaldo Neves.

De um lado, na chapa 2, estão Gilberto Júnior, braço direito do grupo político da ex-presidente Dahianne, o Dep. Edevaldo Neves, que depende dessa eleição para se reeleger e estaria, segundo fontes internas, patrocinando a campanha e Thiago Maia, apontado pela categoria como  alheio às discussões sindicais e era crítico voraz do setor jurídico na época que havia mais avanços e conquistas judiciais. Já na atual gestão, Thiago Maia tem silenciado sobre o assunto. Maia se identifica como advogado e, conforme anuncia em suas redes sociais, pretende sair em breve do sistema penitenciário, levantando questionamentos sobre seu real compromisso com a categoria.

Do outro lado, a chapa 1 é liderada por Francilei, que, segundo  servidores, seria  “marionete” do vereador Nilton Souza, que organiza e estrutura a campanha. Souza ficou conhecido pelo projeto de cemitério para PETs em Porto Velho. 

Requerimento de Renuncia:

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