Cursos de capacitação e trabalho foram pontos de partida para mudança de vida, diz reeducando do sistema prisional de Porto Velho
Segundo dados da Gerência de Reinserção Social, 1.028 apenados do regime semi-aberto desenvolvem atividades de trabalho em órgãos públicos e privados do Estado.
A Gerência de Reinserção Social da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) vem atuando para efetivar políticas públicas de ressocialização que resultem na recuperação do apenado, ofertando condições para que possa trilhar um novo caminho.
Em Rondônia, as ações de resultado são efetivadas por meio do estudo (alfabetização, ensino fundamental e ensino médio), cursos de qualificação, atividades laborativas, atividades de cunho religioso e frentes de trabalho com órgãos públicos e empresas privadas, além da participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que possibilita a inserção em cursos de nível superior.
Segundo dados da Gerência de Reinserção Social, 1.028 apenados do regime semi-aberto desenvolvem atividades de trabalho em órgãos públicos e privados do Estado.
Dos 65 reeducandos que trabalham na sede administrativa da Sejus em Porto Velho, Rachide Menezes Costa, 37 anos, há um ano fora do regime fechado, é um dos reeducandos que há quatro meses desenvolve suas atividades na Gerência Administrativa e Financeira da secretaria.
Rachide conta que antes de ir para a Sejus trabalhou na Secretaria Estadual de Educação (Seduc), e desenvolveu atividades terapêuticas nas unidades prisionais da capital.
Rachide desenvolve atividades na Gerência Financeira da Sejus.
Com o expediente de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 13h30, o reeducando conta sobre sua rotina de trabalho. “Saio de casa às 6h45, chego na Sejus às 7h15; ao chegar já verifico se tem algo fora do lugar, e organizo logo nos primeiros momentos que eu chego. Com a chegada do restante da equipe de servidores às 7h30, iniciamos efetivamente o trabalho, paginando e juntando processos”.
Após o expediente na secretaria, o reeducando trabalha com atividades terapêuticas, aperfeiçoadas no período em que passou pela Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso (Acuda).
A gerente Administrativa e Financeira da Sejus, Ariane Cardoso de Oliveira, destaca que o reeducando desenvolve seu trabalho com responsabilidade. “O Rachid é pontual, chega cedo, se precisar ficar fora do horário de expediente ele fica, é muito criterioso com o trabalho dele, está sempre de prontidão para atender as demandas do setor”.
Juscelino Lima Assunção, chefe direto do reeducando, também ressalta seu comprometimento com o trabalho. “O desempenho do Rachide é excelente. Ele é sempre pontual, é muito prestativo, e sempre procura aprender”.
TRANSFORMAÇÃO
O envolvimento de Rachide no mundo do crime iniciou aos 14 anos, quando foi recluso no sistema socioeducativo, por ter cometido crimes relacionados no artigo 157 do código penal – [Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência].
“Permaneci durante quatro meses no sistema socioeducativo, sai e continuei na mesma vida do crime, não dava valor à família, ao trabalho, às pessoas e não tinha perspectiva de vida. Quando já maior de idade entrei no sistema prisional, fiquei no regime fechado cerca de dez anos, contando todas as vezes que sai e voltei. Durante esse período, a experiência pior foi a limitação da liberdade física e familiar. Foi então quando aprendi a dar valor a liberdade”, relatou Rachide. Ele ficou recluso em unidades prisionais de Porto Velho, Guajará-Mirim e até da Bolívia.
Segundo o reeducando, sua transformação de vida aconteceu há quatro anos, quando em seu entendimento o governo do estado, por meio da Sejus, investiu nos projetos de ressocialização com os apenados. “Dei um basta na vida que eu vivia quando tive a oportunidade de participar de atividades terapêuticas, me capacitar com vários cursos e me aperfeiçoar. Antes não tínhamos nenhum livro para o apenado ler; hoje a maioria das unidades prisionais dispõe de biblioteca. A consciência de mudança de vida tem que partir do próprio apenado”, opina.
Após sua trajetória, Rachide se considera hoje ressocializado. “Eu me sinto preparado pra retornar para a sociedade, me sinto ressocializado e pronto para encarar a vida. Tenho quatro filhos, sou formado em massoterapia e almejo cursar uma faculdade”, finalizou o reeducando.
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