Debate não empolga, mas ajuda os candidatos a ganhar votos de indecisos
Enquanto assistia a transmissão pela internet, lia os comentários postados. Não foram poucos os que expressavam ter agora o candidato, ter se decidido
Até mesmo a democracia tem limites, faço aqui uma alusão à participação de grupo numeroso de candidatos, que acaba por retirar do foco o que realmente importa: reconhecer os melhores contendores, os que serão capazes de tirar do papel as ações que propõem para sua cidade. Isso é particularmente importante para pessoas que ao longo da campanha não acompanharam a evolução das candidaturas e o tratamento dado aos problemas do município.
De todo modo, se ele não empolga como em eleições passadas e frustra no caso de elevado número de candidatos, ocorrendo falta de tempo para realçar propostas, o debate ajuda os indecisos a definir o voto, consagrando-se como a mais valiosa oportunidade para o candidato que precisa ampliar intenções de voto.
Enquanto assistia a transmissão pela internet, lia os comentários postados. Não foram poucos os que expressavam ter agora o candidato, ter se decidido. E, por estes e por outras manifestações, de eleitores certos do voto antes do debate, percebi que o prefeito Hildon Chaves (PSDB) e Vinicius Miguel (Cidadania) foram os mais citados.
É de lamentar que os candidatos Williames Pimentel, MDB, com a importante pauta da saúde e conhecimento técnico do setor imbatível, e a vereadora Cristiane Lopes, PP, única mulher da corrida eleitoral de Porto Velho, tenham, por razões já divulgadas, ficado de fora do último debate da campanha de primeiro turno.
Por excesso de candidatos, e convenhamos mais de metade deles sem chance de se colocar no segundo turno, o tempo, por mais justo que seja o formato do debate e contribua a segurança e tranquilidade do mediador, acaba se diluindo e favorece mais as picuinhas e caneladas, o que é próprio da atividade política, mas é algo que não tem apreço de parte do eleitorado e, dependendo dos ataques, é repulsivo.
Pelo que vi, o Sargento Eyder Brasil pareceu enciumado e descontente porque o coronel Ronaldo Flores, um bem avaliado ex-comandante da Polícia Militar, gaúcho de poucas quilometragens ainda na beiradeira Porto Velho, saiu candidato. É compreensível, há um campo de disputa de mesmo eleitorado, possivelmente, entre as patentes, e Breno Mendes (Avante), o protegido do Palácio Rio Madeira, evaporou quase do debate, com menos aparição do que Samuel Costa (PCB) e Edvaldo Soares (PSC).
Se ficasse só no descontentamento, estava bom. Mas Eyder disse que preferia ver pacientes mortos do que ter uma operação anticorrupção no seu encalço. Ofendeu migrantes, ao desqualificar Flores por se aventurar na eleição fora de seu estado natal, e exprimir ignorância ao qualificar o Solidariedade como partido de esquerda.
“O sr. gosta de ficar pendurado no cabide?” foi a provocação de Vinicius Miguel a Mendes após citar as andanças do advogado por diversos postos públicos, sem, na visão do oponente, contribuir de forma efetiva para o município. Da canelada, restou a Mendes o apelido de Breno Mentes.
De mais, era se esperar, com exceções, que a tentativa reeleição do prefeito fosse tratada como foi: colocar defeito em tudo, dar informações incompletas da gestão e pespegar no prefeito a pecha de preguiçoso, pouco afeito a prefeitar. Não colocou até agora.
Sem nenhuma contestação dos oponentes, Hildon Chaves soube divulgar resultados de sua gestão, e basta um dado para impressionar indecisos, jamais desmentido nesta primeira etapa da campanha: a execução de 250 quilômetros de asfalto, mais do que os 20 anos de 5 administrações anteriores. A media, de cada uma delas, disse o prefeito, foi de 40 quilômetros.
Impressiona! De mais a mais porque é notório que na gestão petista de Roberto Sobrinho jorrou muito dinheiro federal, e nem uma sinalização e identificação das ruas o município foi capaz de fazer, além de manter tudo às escuras e obras paradas.
O Rondoniaovivo, com a inédita iniciativa de um site na promoção do evento, em seus 15 anos de história, a três dias da eleição de primeiro turno, inaugura, tudo indica, novo tempo. Sua transmissão ocorreu sem tropeços, e ao proporcionar a possibilidade de reflexão e decisão para eleitores indecisos, cumpriu um papel nos valores de sustentação da democracia representativa.
Debate ou troca de farpas?
Analistas políticos de plantão asseguram, até com certo entusiasmo, que o eleitor gosta, mesmo, é de ver sangue, no sentido figurado, logicamente, escorrendo no horário de propaganda eleitoral. Trocando em miúdos, aprecia um espetáculo recheado de baixarias
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