Montagem (da esq. para a dir.): Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro e Walter Delgatti (Foto: ABR | Reprodução)

Se forem confirmadas as denúncias de Walter Delgatti que começaram a circular hoje, explosivas, bombásticas e escandalosas (e ele promete contar mais numa delação premiada) ele passará a ser conhecido como aquele que tirou Lula da cadeia e colocou na cadeia Bolsonaro. 

Somente o fato de um presidente da República receber um hacker que responde por crimes já é inusitado e inaceitável. Que Delgatti esteve no palácio é fato provado. E alguns desdobramentos desse encontro também estão provados, como a participação dele na equipe do ministério da Defesa que travou embate com o TSE a respeito das urnas eletrônicas. Somente Bolsonaro poderia tê-lo colocado nessa missão. Para a perplexidade geral, ficamos sabendo que as 28 perguntas encaminhadas pela Defesa ao TSE foram redigidas por ele, Delgatti!

As revelações por ora conhecidas são chocantes. O então presidente da República perguntou se ele poderia invadir as urnas eletrônicas. Falou para ele ficar tranquilo com as consequências, pois haveria uma ruptura e o presidente continuaria no poder. Poderia protegê-lo.   

Delgatti já é certo que compareça à CPMI do golpe. Bolsonaro deve ser convocado também. Uma acareação entre os dois poderá esclarecer muita coisa.

Essa delação premiada promete ser a delação das delações. 

Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"