Desculpe, não sou do fã clube de processados e condenados. Voto contra

Alguém me perguntou: " vota em candidato  condenado ou respondendo processo?". Respondi com um sonoro "NÃO".

Caetano Neto
Publicada em 25 de janeiro de 2018 às 16:38

Alguém me perguntou: " vota em candidato  condenado ou respondendo processo?". Respondi com um sonoro "NÃO". Primeiro que não sou do "fã clube" de condenado, do tipo que, por analfabetismo político, interesse pessoal ou se revela tal qual aquele declinando seu apoio e voto. Segundo: Sigo em sentido contrário. Vou para o enfrentamento. Me aguardem.  

Sou a favor do País, do Estado e ferrenho adversário da corrupção, do ilícito, da irregularidade, do ilegal e do crime, seja na vida privada, seja na atividade pública que cuida do dinheiro do povo. Aos políticos "carreiristas", não cabe sequer a sua apresentação para o pleito eleitoral, muito menos ser avaliado por enquete ou pesquisa, visto ser uma atividade de - representação  popular -, que em nada pode pairar sobre aqueles que buscam representar o povo, sequer suspeição e muito menos se há quebra de comportamento ético e de moralidade em sua vida pregressa. Sem  os "carreiristas", o país será melhor,  muito mais justo, mais humano e com melhor dignidade para sua gente. Na minha pesquisa não entra.

Sem adentrar no contexto de suas ações e feitos, os "carreiristas", a maioria com mais de 30 anos vivendo e atuando na política local, alguns com avaliação de bom, regular e boa parte deles amarga o  mais baixo nível de popularidade, em nada tem eles de direito moral e ético para sentar à mesa dos entendimentos eleitorais de 2018. Devem ficar do lado de fora e sem um pio sequer. Não servem para a discussão e o debate da ética e da moralidade que o povo quer trazer para dentro da atividade pública.

Só para ilustrar: O  Senador  Valdir Raupp (MDB), Governador Confúcio Moura (MDB), Expedito Junior (PSDB) e do Senador Ivo Cassol (PP), dentre outros, deputados estaduais e federais, quase todos, envolvidos em crimes que fere de morte a ética e a moralidade, já que, ora por denúncia na Lava Jato como é o caso de  Raupp  que  responde a vários inquéritos no STF, ora no STJ , caso de Confúcio Moura por delação de Batista, ex-secretário de Estado de Saúde, ora pelo purgatório que passou Expedito Junior  que perdeu o mandato de Senador por crime eleitoral, hoje liberado da Lei Ficha Limpa, e neste quesito não revela haver ressocialização, se voltar tem escola para  delinquir, certo que, nenhum deles, ostenta a ética e a moralidade para representar o povo. Desses, o caso pior recai sobre o Senador Ivo Cassol que condenado recentemente por unanimidade pela Corte Suprema em ação penal por facilitação e direcionamento de licitação, não tem saída.

Cassol está mergulhado na Lei Ficha Limpa e dela não escapa, está inelegível  por oito anos por condenação à pena de quatro anos, pelo crime contra a administração pública de frustrar ou fraudar o caráter competitivo de processo licitatório, previsto no art. 90 da Lei das Licitações, a Lei 8.666/93. O art. 1º, letra ‘e’, inciso 1 da Lei das Inelegibilidades, isto é, a Lei Complementar 64/90, estabelece de forma taxativa que são inelegíveis os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, dentre outros, pelos crimes contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público.

Desculpe, a condenação de Ivo Cassol é contra a administração pública e dela não há como se afastar ou se esconder. Embora Cassol vem afirmando que sua condenação não incide na Lei Ficha Limpa visto ter sido declarado o seu crime a não ocorrência de dolo e não houve  incidência de enriquecimento  ilícito - a obra foi feita -,  mais uma vez, repiso, sorry,  até vale a tentativa por pura arte da defesa  pessoal, enfeitar o discurso da distorção da condenação, e  com seu arroto peculiar buscar ressonância para seu "fã clube", para os analfabetos políticos e até para os órgãos de imprensa e comunicação medíocres e hipócritas,  tudo para dar "bom dia' ao condenado e prestar gentilezas. Como diria o interesseiro, " quem sabe vai ser governador ! ! !". Mesmo ao pé do ouvido, quando dizem "na Justiça Eleitoral tudo pode, tudo se consegue", quem sabe você vai ver, processados e  condenados aparecer na urna eletrônica com sorriso de ético e moral.. Basta voce fazer parte do "fã clube" e apertar "confirma". 

Caetano Neto - Advogado

Presidente da Associação de Defesa dos Direitos da Cidadania - ADDC

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