Ecoforte Extrativismo impulsiona produção de borracha no Vale do Guaporé (RO)
Parceria entre associação e Fundação BB garantirá recursos para melhorias que deverão triplicar a produção e a renda das famílias envolvidas, com maior participação de jovens e mulheres.
Mesmo enfrentando dificuldades, nos últimos dois anos a Reserva Extrativista Federal do Rio Cautário produziu 21 toneladas de borracha natural do tipo Cernambi Virgem Prensado (CVP). Localizada em Costa Marques (RO), a Associação dos Seringueiros do Vale do Guaporé (Aguapé) se prepara para triplicar a produção nos próximos dois anos. A ampliação da safra é uma das metas do convênio assinado com a Fundação Banco do Brasil pelo Programa Ecoforte Extrativismo, no valor de R$ 500 mil, com recursos do Fundo Amazônia – gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A safra extrativista de borracha natural é o principal meio de subsistência de populações tradicionais como as do Vale do Guaporé. O seringalista Romerito Pantoja dos Santos, presidente da Aguapé, explica que, mesmo produzindo açaí, farinha e castanha do Pará, a comunidade tem na extração do látex sua principal fonte de sustento. Atualmente, o quilo da borracha natural oscila entre R$ 2 e R$ 2,50.
Os recursos oriundos da parceria com a Fundação BB “vão mudar muita coisa para melhor”, aposta Santos. O convênio do projeto “RO-39 Fronteira do Cernambi: estimulando a produção de borracha natural no Vale do Guaporé”, foi assinado em 8 de janeiro. Além de estimular a compra de equipamentos para extração, a parceria também possibilitará assessoria técnica e capacitação para pelo menos metade dos 120 seringueiros organizados na associação.
Também está prevista a aquisição de equipamentos e ferramentas para o manejo das árvores e melhorias na casa de farinha, além da estruturação da sede da entidade.
Sustentabilidade
Ainda segundo Santos, com os recursos do convênio será construído um viveiro para ajudar na recuperação de áreas degradadas. “Pretendemos plantar dez mil mudas de seringueiras e de frutas. Isso vai ampliar tanto a oferta de produtos para venda como para o nosso próprio sustento”. O viveiro será mantido e cultivado pela comunidade, em conjunto com a associação e o apoio do técnico contratado com os recursos da parceria. Aumentar a participação das mulheres na economia familiar e estimular o interesse dos jovens na prática do extrativismo são objetivos adicionais do projeto.
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