Egressos do IFRO são referência na Costa Rica

Estudantes que foram do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) vêm conseguindo sucesso em instituições fora do Brasil.

ASCOM/IFRO
Publicada em 13 de setembro de 2017 às 16:45
Egressos do IFRO são referência na Costa Rica

Estudantes que foram do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) vêm conseguindo sucesso em instituições fora do Brasil. Um dos exemplos está nos egressos aprovados na Universidade EARTH, localizada aproximadamente a 95 km da capital San José, em Guácimo de Limón, na Costa Rica. Raquel Guimarães Alves concluiu o Curso Técnico em Agropecuária no Campus Ariquemes no ano de 2015, e em seguida foi selecionada para o curso de graduação em “Ingenería Agronómica y Recursos Naturales Renobables”. Em maio de 2017 ela foi o destaque no prêmioCumbre Agroempresarial.

O grupo de Raquel criou uma empresa de chocolate, sendo a primeira empresa de bombons da universidade produzidos com cobertura de 50% de cacau. Além de vender, eles realizam minicursos para turistas no laboratório de processamento de alimentos. “Agregar valor ao cacau é algo sumamente importante. Somos estudantes de cinco países diferentes (Sudão do Sul, Guatemala, Equador, Malawi e Brasil). Até agora vedemos mais de sete mil unidades somente dentro da universidade”, contabiliza. 

Neste ano a premiação avaliou 19 projetos da área empresarial relacionados com a política da universidade, tendo algumas especificações a serem cumpridas: sustentabilidade, inovação e empreendedorismo, aplicabilidade da ideia a nível global, entre outros. “No primeiro ano tivemos um curso chamado ‘planificación empresarial’, em que tivemos que formar um grupo de no mínimo quatro e no máximo seis pessoas de diferentes países, com este grupo formamos uma ideia de negócio, que precisava ser inovadora”, diz a acadêmica.

O plano de negócio envolve várias análises do mercado, ambiental-social e financeira. Depois de defender a possível empresa para um grupo de jurados, as ideias aprovadas precisam ser colocadas em ação durante o segundo ano de curso.  Conforme Raquel, “é aí que entra o curso de ‘proyectos empresariales’. Posteriormente, levamos um curso no terceiro ano de análise do projeto empresarial. Temos que ter lucro e com uma margem de 30% máximo ao planificado”. 

Ainda no técnico integrado ao ensino médio, Raquel demostrava interesse pela pesquisa, tendo sido bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Para a instituição é muito importante o sucesso dos egressos, analisa o reitor do IFRO, principalmente quando se tem um resultado como os desses alunos, que estão tendo um bom desempenho. “Se for olhar o fato de ingressarem numa universidade igual a EARTH, uma instituição estrangeira e que recebe alunos não somente ‘brasileiros’ ou da própria Costa Rica, mas é divulgada internacionalmente e há uma disputa significativa para ela”, afirma Uberlando Tiburtino Leite.

Dia Mundial do Agrônomo

Na data de hoje, 13 de setembro, é comemorado o Dia Mundial do Agrônomo, que homenageia todos os profissionais que atuam direta ou indiretamente no setor agropecuário.  Nacionalmente, outra data dedicada ao agrônomo é o 12 de outubro, ligado ao dia da regulamentação da profissão, conforme decreto 23.196 de 1933. Este é um profissional que pode atuar em diversas áreas, da preparação de solo para cultivo até as atividades ligadas ao meio ambiente e ao agronegócio.

Wanderson Novais conclui o Curso Técnico em Agropecuária do Campus Ariquemes em 2013. Já no ano seguinte foi selecionado na EARTH. “Antes não pensava em fazer agronomia, porque no Brasil é um curso mais voltado a uma agricultura convencional. E eu gostaria de estudar um tipo de agricultura que pudesse conciliar harmoniosamente as partes sociais, ambientais e produtivas. Isto foi o que me chamou atenção na EARTH, e também, a oportunidade de aprender os idiomas espanhol e inglês”.

O acadêmico, que respondeu questionário aplicado no Departamento de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão (DIEPE/IFRO), afirma ter “planos para melhorar a produção familiar e formar uma agroindústria junto à minha família e na medida do possível trabalhar com pequenos produtores para melhorar a qualidade de vida deles. Meu sonho seria fazer isso em Rondônia, pois sei que tem muitos lugares que faz falta a atuação de profissional agrícola comprometido com o desenvolvimento rural”.

O curso engenharia agronômica da EARTH dura quatro anos, com aulas de segunda-feira a sábado, “somos estudantes de 42 países diferentes. Nos diferenciamos pelo conceito social e ambiental que levamos, empresarialidade, multiculturalidade, o aprender fazendo com a realização de muitas práticas, valores éticos e claramente o ensino técnico que como agrônomos devemos ter”, ressalta Raquel Guimarães.

A EARTH é uma universidade privada, sem fins lucrativos, dedicada à educação em ciências agrícolas e recursos naturais para contribuir com desenvolvimento sustentável mediante a conciliação da produção agrícola e a preservação de recursos naturais. O diferencial é que o formando sai com habilitação em licenciatura em agronomia.

Formação no IFRO

O reitor do IFRO ressalta a qualidade na formação dos alunos do técnico e das graduações, o que vem abrindo portas para o Instituto. Para ele, uma mostra disso está justamente nas aprovações junto a diversas instituições nacionais e internacionais, passando a ser alunos que vão divulgar o nome do Instituto. “A nossa ex-aluna Raquel está fazendo um trabalho fora da Costa Rica, vinculado à universidade. Para o IFRO é muito relevante, porque está conseguindo se inserir não só em instituições locais, em instituições nacionais, mas em outras instituições que tenham renome, que tenham uma referência. E, além disso, os nossos alunos estão tendo sucesso”.  Segundo Uberlando Leite, o Instituto Federal de Rondônia já recebeu, por parte da EARTH, a proposta de aumentar esse intercâmbio de alunos e também de servidores, para que consigam desenvolver atividades em parceria.

Como recomendação aos alunos do IFRO, Wanderson ressalta ser necessário aproveitar o conhecimento dos professores, que são fonte valiosa de informação, “também façam valer a pena o tempo que passam no IFRO, pois é uma instituição de alta qualidade e vai ajudar muito quando chegarem à universidade ou durante a atuação profissional”.

Para Raquel Guimarães, foi grande a colaboração do IFRO para que ela pudesse ser selecionada, “me ajudou não somente em decidir que o que eu queria era realmente agronomia, mas me ajudou a ver o mundo de forma diferente”, ela destaca as aulas e os professores que a incentivavam, “mas não foram somente eles. Desde as cozinheiras que me davam conselhos para ser uma melhor pessoa, os motoristas, as bibliotecárias que me viam na biblioteca todo o dia e também pela noite, e a todo o pessoal da CAED que sempre me apoiou”.

Das matérias do curso técnico ela afirma ter uso até o momento. “Tudo o que eu vi até agora no segundo ano foram bases construídas no curso técnico. Os estudantes que entram na EARTH que vêm de instituições técnicas dos seus países têm mais facilidade de assimilar o conteúdo e questionar muitos problemas voltados ao mundo da agricultura”, conclui Raquel.

Tradição

Em Rondônia, desde a Escola Agrotécnica de Colorado do Oeste, que posteriormente foi transformada em Campus do IFRO, há histórico de aprovação na instituição costariquenha por meio do Curso de Agropecuária, mas as possibilidades são mais amplas avalia o reitor Uberlando Leite. “Nós temos uma infraestrutura geral no IFRO, um quadro de servidores e em todas as áreas nós temos uma boa formação que reforçam nossa qualidade institucional num todo”.     

Além dos Cursos Técnicos em Agropecuária nos campi Colorado do Oeste, Ariquemes e Cacoal, há ainda outras formações que estão no campo de atuação da agronomia, como por exemplo o Técnico em Agroecologia de Cacoal ou mesmo o Técnico em Florestas em Ji-Paraná, e outros cursos ofertados pelo IFRO, que podem ajudar a traçar este caminho profissional.

Em Colorado do Oeste há ainda a possibilidade de se cursar Engenharia Agronômica no próprio Instituto Federal de Rondônia, ofertado desde 2011 e que vem formando profissionais desde dezembro de 2015.  Campi CacoalCampi AriquemesCampi Colorado

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