O periódico O Globo apresentou um editorial incisivo, defendendo o dever do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de penalizar o presidente Jair Bolsonaro, declarando-o inelegível. O artigo enfatiza que há uma série de evidências que mostram o uso de fundos públicos por Bolsonaro para minar a democracia.

O foco principal do editorial é uma reunião organizada pelo presidente no Palácio da Alvorada 11 meses atrás, na qual promoveu alegações sem fundamentos sobre as urnas eletrônicas. Durante quase uma hora, Bolsonaro buscou descreditar o sistema eleitoral brasileiro e o Judiciário, visando justificar uma possível ruptura da ordem democrática em caso de derrota eleitoral.

O texto ressalta que todas as vinte principais falsidades proferidas por Bolsonaro naquele evento foram rapidamente desmascaradas. O ataque ao TSE não prejudicou a segurança das urnas, a maioria das sugestões apresentadas pelas Forças Armadas na Comissão de Transparência Eleitoral foi aceita, o ministro Edson Fachin nunca atuou como advogado para o MST, e a investigação da Polícia Federal citada por Bolsonaro era confidencial, conforme afirmado pelo ministro Luís Roberto Barroso.

Além disso, o jornal destaca que Bolsonaro já sofreu um revés nas urnas, sendo o primeiro presidente em exercício a não conseguir a reeleição desde a alteração da Constituição que a permitiu, em 1997. Agora, o momento é para sua primeira penalidade jurídica. Com quase 600 processos contra ele, o episódio da reunião com os embaixadores é apenas um entre muitos.

O texto conclui com a observação de que a atitude de Bolsonaro não pode ser justificada como um dia ruim, uma exceção ou resultado de um erro de compreensão. Em vez disso, era parte de uma estratégia meticulosamente planejada e executada para desestabilizar a ordem democrática. Portanto, o TSE deve desempenhar seu papel e penalizar Bolsonaro, declarando-o inelegível.