Em reunião, presidente da Funai e indígenas de Rondônia discutem projetos de etnodesenvolvimento

A Funai é parceira no etnodsenvolvimento e está à disposição para orientar os indígenas na direção mais segura de realizar suas atividades”, destacou presidente da Funai

Assessoria/Funai/Fotos: Ubirajara Machado/Funai
Publicada em 01 de outubro de 2021 às 09:31
Em reunião, presidente da Funai e indígenas de Rondônia discutem projetos de etnodesenvolvimento

Opresidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, recebeu nesta quarta-feira (29), em Brasília, um grupo de cinco lideranças indígenas do estado de Rondônia das etnias Cinta Larga e Suruí. Na reunião, foram discutidos o apoio para a ampliação de projetos de etnodesenvolvimento e formas de incentivo à geração de renda nas aldeias.

“É uma satisfação receber os caciques. O diálogo é fundamental para que possamos ouvir e atender as demandas de produção da melhor forma possível, sempre com base na segurança jurídica e no respeito à vontade de cada etnia. A Funai é parceira no etnodsenvolvimento e está à disposição para orientar os indígenas na direção mais segura de realizar suas atividades”, destacou presidente da Funai.

Xavier ressaltou também a necessidade de buscar o apoio de parceiros locais e da iniciativa privada para ampliar as atividades desenvolvidas nas aldeias e agregar valor aos produtos. Na ocasião, as lideranças agradeceram o apoio da fundação ao etnodesenvolvimento e presentearam Xavier com ornamentos típicos da cultura indígena local. Os caciques reforçaram ainda a importância do fortalecimento da Funai na região.

Participaram da reunião os caciques Marcelo Cinta Larga, João Bravo, Oita Matina e Neide Tatuí, da etnia Cinta Larga, e o cacique Anderson, da etnia Suruí. Pela Funai, estiveram presentes o assessor de Acompanhamento a Estudos e Pesquisas, Alexandre dos Santos; o coordenador de Fomento à Geração de Renda, Denis Quadros; e o coordenador regional da Funai em Cacoal (RO), Sidcley Solete.

Os Suruí já são referência em produção de café e mel, e os Cinta Larga se destacam pela coleta de castanha. Nesta semana, os indígenas participaram de reuniões junto à Coordenação-Geral de Etnodesenvolvimento para tratar de turismo nas Terras Indígenas Sete de Setembro, Roosevelt e Parque Aripuanã, além de suporte à agricultura familiar em pequena e grande escala.

“O grupo veio buscar incentivo também à criação de aves e peixes para fomentar a renda dentro das comunidades. As lideranças trouxeram ainda a demanda de indígenas Kwazá para apoio ao aumento da produção de açaí nas aldeias da etnia. Os Kwazá são os maiores produtores de açaí na região do município de Alto Alegre dos Parecis (RO)”, destacou Sidcley.

"Queremos estabelecer um modelo de negócio benéfico para todos a partir do que é produzido nas Terras Indígenas, em pequenas áreas, com uso de tecnologia, por meio do cooperativismo", explicou o cacique Anderson Suruí.

Projetos de destaque

A produção de café especial sustentável da etnia Paiter Suruí, em Rondônia e no Mato Grosso, consolida a conquista do mercado nacional com apoio técnico e logístico da Funai. Na Terra Indígena Sete de Setembro, cerca de 110 famílias indígenas de 15 aldeias se organizaram em associações cooperativas para o ganho em escala e a distribuição da safra. A fundação apoia a produção de café especial desde a preparação da terra até o custeio para equipamentos, o transporte da safra e a articulação com outros órgãos para cursos de capacitação dos cafeicultores indígenas.

Os Paiter Suruí têm consolidado ainda o cultivo de banana. Em média, a produção chega a 80 toneladas da fruta por mês, sendo que a safra dura seis meses no ano. O cultivo é realizado em 100 hectares da Terra Indígena Sete de Setembro que possui um total de 248 mil hectares. A renda anual da produção de banana alcança R$ 360 mil, beneficiando 40 famílias indígenas, o que equivale a R$ 9 mil para cada família por ano. A comunidade conta com o apoio da Funai para o transporte da safra, o combustível e a preparação do solo. Os indígenas vendem a produção para o comércio local e também para a prefeitura por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com destinação à merenda escolar.

Já a etnia Cinta Larga é destaque na produção de castanha. A iniciativa gera emprego para cerca de 280 famílias indígenas que garantem sua renda com a comercialização do produto para os estados de São Paulo, Santa Catarina e Goiás, além dos municípios de Rondônia. Para realizar a coleta da castanha, os indígenas Cinta Larga contam com o apoio da Funai para a aquisição de ferramentas, a instalação de maquinário para o beneficiamento do produto, o transporte da produção e a capacitação dos indígenas.

Comentários

    Seja o primeiro a comentar

Envie seu Comentário

 
NetBet

Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook