Empresa diz que entrega os testes para Covid-19 em Porto Velho até quarta-feira, depende da Anvisa

Os Kits ainda aguardam publicação de autorização da Anvisa

Carlos Terceiro, Nahoraonline
Publicada em 12 de maio de 2020 às 09:15
Empresa diz que entrega os testes para Covid-19 em Porto Velho até quarta-feira, depende da Anvisa

O jornal Nahoraonline com exclusividade obteve informações da representante da empresa Buyer Br, de Barueri (SP), Maires de Carli, na região norte, da chegada e envio da carga com 100 mil kits de testes para o Corona vírus no estado que já contabiliza 43 mortes e 1.398 pessoas infectadas. Esse teste vai ajudar a combater a subnotificação e mostrar quem de fato está com a covid-19 e transmitindo, muitas vezes, sem saber por ser assintomático.

Governo pagou mais de R$ 3 milhões adiantados a essa empresa paulista cujo capital social é de R$ 175 mil e quase 40 dias depois, está cumprindo prazo de entrega, que eram de 10 dias, Veja:

Portal da Transparência do Estado de Rondônia – Consultar pagamentos

Em meio à confusão causada pela pandemia do Corona vírus, o governo de Rondônia resolveu que, na pressa é melhor pagar primeiro para ver depois.

Em 3 de abril, a empresa Buyer Br, de Barueri (SP) apresentou proposta de venda de 100 mil kits de testes rápidos, ao valor unitário de R$ 105,00, totalizando R$ 10.5 milhões. Como se tratou de compra emergencial, houve dispensa de licitação e autorização para pagamento de 30% do valor como entrada e o restante no faturamento. A dona da empresa, Cibele Oliveira, se defende e diz que o preço praticado está abaixo do mercado porque com a escassez do produto os preços subiram.

A empresa Buyer Br, apesar do nome pomposo, funciona em uma casa relativamente simples e apresentou capital social de R$ 174 mil, mas recebeu adiantado, do governo de Rondônia, no dia 7 de abril, R$ 3.150 mil e deveria ter entregue os testes no dia 17 de abril, dez dias após o recebimento do adiantamento conforme estabelecido no ato da compra.

A Buyer Br é uma empresa que tem na receita federal outros objetos de vendas e não medicamentos, explicando a parceria com outra empresa, a Level. A Level importa, a Buyer compra e revende, não tem estoque.

A Buyer alegou que estava com problemas, porque em função da pandemia, voos foram cancelados e atrasou a chegada, mas garante que os kits já estão no Brasil, e que já fizeram a prova de vida da carga para garantir o bom andamento do negócio.

Os kits foram adquiridos em 7 de abril, quando, de acordo com o boletim epidemiológico do governo, o Estado registrava apenas 23 casos da doença um óbito, a Sesau pagou R$ 105 por cada kit de teste rápido. Ocorre que na mesma data, a prefeitura de Porto Velho comprou 10 mil kits de testes rápidos para Covid-19 ao preço de R$ 79,00 a unidade, oriundos da Alemanha, que apresenta aprovação pela Anvisa e segurança nos resultados em 98%, segundo representante em contato por telefone com o jornal Na hora online.

Com relação ao recebimento e conferência dos 100 mil testes, provavelmente a Comissão Permanente encarregada para esse fim deve atestar a quantidade, até para que o fornecedor possa receber os mais de sete milhões faltantes. Para tanto, o Ministério Público deve acompanhar esse processo para evitar que erros possam ser cometidos na contagem do material.

Pelo que foi apurado, o governo de Rondônia tem como meta comprar kits no valor total de R$ 28 milhões para atender a demanda crescente de suspeitos com a doença que assola o país e o mundo.

Se tivesse comprado da empresa fornecedora da prefeitura municipal de Porto Velho ou outra qualquer especialista nesse tipo de material complexo, teria economizado cerca de R$ 2,6 milhões de reais, com testes do Corona vírus.

Na pressa, a empresa foi habilitada numa sexta-feira e já no domingo estava apta para fornecer o produto, não tendo o comprador, tido tempo para avaliar melhor e pesquisar no mercado. No final, quem ofereceu menos prazo, talvez com o fito de ganhar o certame, acabou atrasando mais e cobrando mais caro.

Um teste para ser eficaz e atender pelo menos 99% com segurança, precisa ser de uma empresa que possa ter a certificação da Anvisa quando chega ao Brasil. Segundo os dirigentes da fornecedora já estão com toda essa documentação em mãos. Segundo Maires, a Anvisa ainda não liberou, mas, aguarda a publicação para amanhã em nome da Level Importação, Exportação e Comércio S/A, sob o número de protocolo, 25352.189916/2020-92.

O Brasil tem apreendido muitas mercadorias oriundas da China, principalmente testes da
Covid-19 que não funcionam. Para tanto, houve até a publicação de uma Resolução da Vigilância Sanitária nesse sentido. Veja:

Segundo matéria do próprio governo de Rondônia, o corpo de bombeiros ainda deve ir buscar os testes em São Paulo de avião, em quantidade menor (não cabe 100 mil testes na aeronave) para iniciar a testagem na população, o que consideramos desnecessário porque a obrigação de entrega em Porto Velho é da fornecedora. Veja a matéria:

http://www.rondonia.ro.gov.br/governo-de-rondonia-compra-100-mil-kits-de-testes-rapidos-para-diagnostico-da-covid-19/.

A empresa fornecedora se comprometeu em doar 50 mil máscaras para ajudar no combate ao Covid-19.

O Nahoraonline abre o espaço para direito de resposta por parte das Empresas Citadas a qualquer momento independente de interpelação judicial.

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