Empresário se mata na frente de ministro e do governador de Sergipe

Sadi Gitz, dono de uma empresa de cerâmica que faliu, estava na plateia de simpósio sobre gás natural

Tácio Lorran/Metrópoles
Publicada em 04 de julho de 2019 às 15:14
Empresário se mata na frente de ministro e do governador de Sergipe

Em evento na capital de Sergipe, Aracaju, e com a participação do Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o empresário Sadi Gitz se matou ao atirar contra o próprio rosto nesta quinta-feira (04/07/2019). Ele estava na plateia do simpósio sobre gás natural – a conferência contava também com a presença do governador Belivaldo Chagas Silva, parlamentares locais e empresários.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado, Gitz era dono de uma empresa de cerâmica que faliu – a Escurial. A informação é de que o empreendimento trabalhava muito com gás e vinha enfrentando dificuldades há algum tempo. Atualmente, está em recuperação judicial. “Ele chegou ao evento e chamou o governador de mentiroso”, afirma a SSP.

Em nota, o Governo do Estado de Sergipe lamentou o ocorrido com o empresário Sadi Gitz e informou que o Simpósio de Oportunidades para o Novo Cenário do Gás Natural, com participação de cerca de 500 pessoas, está cancelado. O Instituto Médio Legal (IML) foi chamado para recolher o corpo do empresário.

A crise da Escurial
Em 17 de maio deste ano, a Escurial anunciou processo de hibernação do parque industrial. Em nota, a empresa culpou diretamente a Sergas pelo acontecimento, dizendo que a “política de preços encontra-se abusiva”. Assim, afirmou a empresa, foram perdidos 600 empregos direto e indiretos.

Trecho da nota diz ainda que “o motivo determinante para essa decisão foi o preço do gás cobrado pela Sergas, empresa do Governo do Estado de Sergipe”. A Escurial também contestou judicialmente a Sergas pelo preço abusivo, “inclusive com pedido de perdas e danos”.

A empresa lamentou as demissões e disse que “a perda de arrecadação de tributos, redução de ambiente de negócios, são fatos que se sobrepõem a qualquer discurso teórico-político. Nenhuma empresa ou empresário tem satisfação em hibernar, mudar ou relocar uma unidade, mas as condições operacionais só existem se houver uma política real de fomento à atividade produtiva”.

À época, o presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial de Socorro (Assedis), Celso Horishi Hayasi, disse que o Brasil inteiro sofre com o problema do gás natural. Segundo ele, a Cerâmica de Sergipe teve o fornecimento cortado no dia 15, por isso deixou de operar.

No mesmo dia, a Sergas enviou uma nota rebatendo às críticas da Escurial e afirmou que os gestores estavam devendo para a companhia.

Busque ajuda
O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos ou tentativas de suicídio que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social porque esse é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o assunto não venha a público com frequência, para o ato não ser estimulado. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.

Depressão, esquizofrenia e uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida – problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.

Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode ajudar você. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype, 24 horas, todos os dias.

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