Enem: 4 temas sobre meio ambiente que podem cair na redação
As provas impressas serão aplicadas nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021 e a versão digital nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.
Uma das grandes preocupações dos estudantes na hora de prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou qualquer vestibular é a redação. Muitos têm medo em não saber argumentar sobre o tema e não conseguir propor uma solução ao problema apresentado. A redação exige reflexão de forma clara e coerente por parte do candidato, que para isso precisa estar bem informado sobre os mais variados assuntos.
Historicamente, a redação do Enem costuma abordar temas que influenciam de alguma maneira a sociedade, focando principalmente em problemas que buscam soluções. Em 2019, o tema foi a democratização do acesso ao cinema no Brasil, que permitia ao candidato abordar questões como o acesso da população ao cinema, a relação do preço dos ingressos com a economia e o lazer como um direito humano.
Para o Enem deste ano, porém, são grandes as chances de um tema ambiental na redação. “Esse foi um ano em que as temáticas ligadas a meio ambiente e sustentabilidade estiveram presentes de maneira muito ativa no dia a dia da população, a começar pela pandemia do novo coronavírus, cuja origem está diretamente ligada à forma como lidamos com a natureza, além de ter gerado mudanças de paradigmas importantes”, comenta a coordenadora de Comunicação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Melissa Barbosa.
Veja a seguir alguns temas ambientais que podem cair no Enem deste ano.
Pantanal
Em 2020, o Pantanal recebeu atenção do mundo todo em razão dos incêndios que queimaram partes extensas do bioma e mataram milhares de animais. “A intensidade e a quantidade de áreas queimadas foram muito grandes. Ainda que o fogo já esteja sob controle, temos que pensar agora nas espécies de animais que, com seu habitat destruído, não têm mais fontes seguras de alimento”, comenta o membro da Rede de Especialista em Conservação da Natureza (RECN) e diretor executivo do Instituto SOS Pantanal, Felipe Dias.
Impacto do isolamento social na saúde da população
A pandemia e o isolamento social mudaram radicalmente os hábitos das pessoas, impactando inclusive a sua saúde. Um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) publicado pela revista científica The Lancet mostrou que os casos de depressão aumentaram 90% entre os meses de março e abril, no começo da pandemia, enquanto a quantidade de pessoas que relataram sintomas de crise de ansiedade e estresse agudo mais que duplicou. Muitos fatores influenciam esse resultado, um deles é a falta de contato das pessoas com a natureza. Estudos já comprovaram que o ar livre e os ambientes naturais ajudam na redução do cortisol (hormônio do estresse), da frequência cardíaca e da pressão arterial, além de contribuir para reduzir os sintomas da ansiedade e da depressão.
Década do Oceano
O ano de 2021 marca o início da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, criada para ampliar a cooperação internacional em pesquisas relacionadas à preservação do Oceano e a seu desenvolvimento sustentável. Trata-se de mais um esforço da Organização das Nações Unidas (ONU) para trazer à tona as temáticas ambientais, que podem ainda ser relacionadas com eventos como a Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs). Na pauta, o candidato pode abordar de que forma o ambiente marinho está relacionado com a economia, o bem-estar social, à mitigação das mudanças climáticas e a cultura de povos tradicionais em todo o país. Estudos como o Relatório Mundial sobre a Ciência Oceânica da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Relatório do Painel de Alto Nível para a Economia Sustentável do Oceano são boas opções de leituras para entender melhor esse assunto.
Cidades sustentáveis
As mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global vêm gerando impactos significativos sobre a sociedade, como alterações no regime de chuvas. Com isso, muitas cidades ao redor do mundo têm construído estratégias de mitigação e adaptação a essas mudanças, para evitar ou reduzir, por exemplo, que sua infraestrutura seja sobrecarregada por grandes volumes de água concentrados em curtos espaços de tempo. As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro são exemplos de cidades que sofrem constantemente com esses problemas Caso a redação do Enem deste ano se relacione com essa problemática, o candidato pode trazer no texto conceitos como o de cidades-esponjas, que utilizações utilizam Soluções Baseadas na Natureza (SBN) como estratégia para absorver uma quantidade maior de água da chuva e, assim, evitar enchentes e inundações que causam danos à infraestrutura urbana e impactam a vida de diversas pessoas, principalmente as mais vulneráveis.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
Com 30 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Protege duas áreas de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera. Com mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A Fundação é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial.
UPAS Sul e Leste realizaram mais de 170 mil atendimentos
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