Estivadores do terminal de carga Porto do Levy voltam ao trabalho após negociação com a empresa
A CUT lamenta a completa omissão do sindicato da categoria dos estivadores, que sequer apareceu no local durante toda greve e está com a Convenção Coletiva de Trabalho vencida desde 2016
Porto Velho, Rondônia - Às 19 horas desta terça-feira (09), os estivadores do terminal de carga Porto do Levy, no Rio Madeira, aprovaram, por unanimidade, em assembleia, o imediato retorno ao trabalho na manhã desta quarta-feira (10), após uma negociação entre a empresa e uma comissão de representantes dos trabalhadores, representados pelo advogado Fernando Soltovski, com a participação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), representada pelos diretores Magno Oliveira e Itamar Ferreira, que também é advogado, e a presença da auditora fiscal do trabalho Adriana Figueira, chefe da fiscalização em Rondônia.
Durante a negociação foi apresentada uma pauta com várias reivindicações, sendo as principais: pagamento de diferenças na produção, inclusive fazendo uma revisão nos últimos seis meses; retorno do vale alimentação cartão de R$ 260,00, devolução de descontos por diferenças do ponto eletrônico, seguro de vida, plano de saúde, ajuda transporte, reajuste do valor da produção por tonelada - que é de R$ 0,70 - pela reposição salarial dos últimos três anos, dentre outras.
Para o retorno imediato ao trabalho, que é uma suspensão por 72 horas, foi firmado o compromisso de abono das faltas de greve, não punição e estabilidade por 60 dias.
Até a próxima sexta-feira (09) haverá uma nova rodada de negociação para tratar da contraproposta da empresa e uma nova assembleia será realizada, quando então a greve poderá ser encerrada definitivamente.
Os representantes da empresa reconheceram que uma boa parte das reivindicações dos trabalhadores sobre diferenças procede e será feita uma revisão na folha de pagamento dos últimos 6 meses, que será informada à auditoria fiscal do trabalho, ao advogado e à CUT. A partir do momento que for apurado o valor das diferenças, dependendo do quantitativo, a empresa solicitou que seja realizada uma negociação para discutir eventual necessidade de parcelamento.
Além da questão das diferenças, existem outras reivindicações que a empresa ficou de estudar e apresentar uma contraproposta, como a ajuda transporte, o plano de saúde e o reajuste da produção, cujo valor está congelado há três anos.
A CUT lamenta a completa omissão do sindicato da categoria dos estivadores, que sequer apareceu no local durante toda greve e está com a Convenção Coletiva de Trabalho vencida desde 2016.
Magno Oliveira, da CUT, afirmou que “os trabalhadores estão de parabéns, pois mesmo sem a atuação do sindicato da categoria, foram à luta pelos seus direitos e estão conseguindo significativos avanços. Está de parabéns, também, a auditoria do trabalho, que fez uma fiscalização completa na empresa e acompanhou todo processo de negociação, inclusive a assembleia”.
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