Falsa médica tem prisão preventiva decretada após morte de paciente

Em depoimento na polícia, a falsa médica disse que apreendeu a fazer a aplicação de metacril com uma travesti que morava no Complexo do Chapadão, zona norte do Rio.

Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil
Publicada em 01 de agosto de 2018 às 10:16
Falsa médica tem prisão preventiva decretada após morte de paciente

O juiz Luís Gustavo Vasques, titular da Vara Criminal de Queimados do Tribunal de Justiça, na Baixada Fluminense, decretou ontem (31) a prisão preventiva da falsa médica Mariana Batista de Miranda, de 34 anos, que realizava implantes com silicone industrial na casa dos pacientes.

No dia 16 de março deste ano, ela fez uma cirurgia estética que levou a paciente Fátima Santos de Oliveira, de 44 anos, à morte após ser internada no Hospital Federal do Andaraí por complicações causadas pela aplicação de substância metacril nas nádegas.

Mariana foi presa na segunda feira (30), em uma ação conjunta de policiais da Delegacia de Queimados e do Ministério Público do Rio e indiciada por homicídio doloso e exercício ilegal da medicina. Mariana é estudante de um curso técnico de enfermagem e fazia preenchimento de glúteos, ao preço de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil. Em depoimento na polícia, a falsa médica disse que apreendeu a fazer a aplicação de metacril com uma travesti que morava no Complexo do Chapadão, zona norte do Rio.

Fátima de Oliveira tinha feito uma aplicação de meio litro de metacril nas nádegas em fevereiro deste ano, mas não ficou satisfeita com o resultado e procurou a falsa médica para um novo preenchimento. Desta vez, Mariana aplicou um litro do silicone industrial. A partir daí começaram as complicações do pós-operatório. Fátima de Oliveira passou mal, teve fortes dores e calafrios e foi internada no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. De lá, foi transferida para o Hospital Federal do Andaraí, no Rio, onde morreu no dia 8 de abril, vítima de complicações da aplicação do silicone industrial, de acordo com o laudo de necropsia do Instituto Médico-Legal (IML).

De acordo com a decisão do juiz Luís Gustavo Vasques, a acusada assumiu os riscos de sua prática indevida, atentando diretamente contra a vida alheia. Segundo o juiz, Mariana foi identificada a partir das declarações das testemunhas e por imagens do celular da vítima. "A prisão foi decretada porque há risco de reiteração da prática delituosa gravíssima”, disse o juiz.

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