Gilmar Mendes diz que existem falsos heróis em matéria penal

O comentário do ministro foi motivado pelo julgamento, no TSE, do referendo a uma decisão dele, que, em dezembro do ano passado, concedeu liberdade a Garotinho e ao presidente do PR, Antônio Carlos Rodrigues.​​​​​​​

André Richter – Repórter da Agência Brasil
Publicada em 02 de fevereiro de 2018 às 12:24
Gilmar Mendes diz que existem falsos heróis em matéria penal

Gilmar Mendes encerra mandato na presidência do TSE Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse hoje (1º) que existem “muitos falsos heróis” em matéria penal, ao se referir indiretamente ao juiz de Campos dos Goytacazes (RJ) que determinou a prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho.

O comentário do ministro foi motivado pelo julgamento, no TSE, do referendo a uma decisão dele, que, em dezembro do ano passado, concedeu liberdade a Garotinho e ao presidente do PR, Antônio Carlos Rodrigues. A análise do caso foi interrompida por um pedido de vista, mas Gilmar Mendes aproveitou para criticar indiretamente o juiz Glaucenir de Oliveira, responsável pela prisão, que o acusou de receber dinheiro para libertar o ex-governador.

“Nós temos hoje um modelo muito curioso desses heróis, na verdade, muitos falsos heróis nesta temática penal. Esse juiz, inclusive, depois me mostraram no Facebook, é um juiz que aparece dirigindo carros riquíssimos. Certamente, a magistratura do Rio é muito bem remunerada, por exemplo, um Porsche, coisa do tipo”, disse o ministro.

Garotinho foi preso no dia 22 de novembro, junto com a mulher, a também ex-governadora Rosinha Garotinho, acusado da prática dos crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais. Ele e o presidente do PR são acusados de receber caixa 2 do grupo JBS. Rosinha foi solta no dia 29 de novembro com medidas cautelares, como o uso de tornozeleira.

Após a prisão, todos recorreram ao TSE e foram libertados por Gilmar Mendes.

Última sessão

A sessão desta noite no TSE foi marcada pelo fim do mandato de Gilmar Mendes na presidência da Corte eleitoral, após período de dois anos no cargo. A partir do dia 6 de fevereiro, o tribunal será comandado pelo ministro do STF Luiz Fux.

 

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