Governo Confúcio demonstra falta de compromisso com a educação; professor tem que trabalhar por amor, diz secretário

Os diretores do Sintero vão pedir aos deputados estaduais para que apoiem a luta dos trabalhadores em educação cobrando do governador uma solução, já que os secretários da MENP demonstraram não ter interesse na situação.

Assessoria
Publicada em 13 de março de 2018 às 18:29
Governo Confúcio demonstra falta de compromisso com a educação; professor tem que trabalhar por amor, diz secretário

A administração do governador Confúcio Moura (MDB) demonstrou nesta terça-feira, 13/03, que não possui compromisso com a educação, ao tratar com descaso os representantes da categoria.

A audiência da Diretoria do Sintero com os integrantes da MENP – Mesa de Negociação Permanente passou de expectativa a decepção e indignação em menos de 20 minutos.

Ontem, segunda-feira (12/03) o secretário Chefe da Casa Civil, Emerson Castro, enviou ofício ao Sintero convidando para audiência nesta terça-feira às 11 horas e informando que anunciaria uma proposta para atender às reivindicações dos trabalhadores em educação, em greve desde o dia 21/02.

A falta de respeito começou com o “chá de banco”. Depois de uma hora de espera, Emerson Castro, acompanhado dos secretários George Braga (Sepog), Vagner Garcia de Freitas (Sefin), Florisvaldo Alves da Silva (seduc) e de alguns assessores, apenas reiterou a falta de proposta que já havia demonstrado em todas as reuniões anteriores.

Depois de dizer que os professores têm que “trabalhar por amor à vocação”, ele apenas disse que o governo pretende continuar pagando a licença-prêmio em pecúnia a conta-gotas (obrigação prevista em lei e objeto de reivindicações de anos anteriores), que continuaria pagando as progressões funcionais (direito previsto em lei e objeto de mobilizações de anos anteriores), e que o estado estaria disposto a pagar complemento do piso nacional (em desobediência à Lei federal nº 11.738/2008), ou seja, não teria nada a oferecer aos trabalhadores em educação.

A resposta do governo durou em torno de 20 minutos, o suficiente para causar revolta e indignação à presidente do Sintero, Lionilda Simão, aos demais diretores da Executiva e aos diretores das Regionais que participaram da reunião.

A presidente do Sintero imediatamente respondeu ao secretário Emerson Castro que não considerava aquilo uma proposta, e sim uma afronta, um desrespeito. “Esse governo está zombando da nossa cara. Vou receber esse pedaço de papel apenas para mostrar aos trabalhadores em educação o quanto a administração do governador Confúcio Moura nos trata com descaso. Mas não considero isso uma proposta”, disse em tom de indignação.

A professora Léo e outros diretores do Sintero destacaram na reunião que desde o início das negociações o sindicato vem apontando alternativas e soluções para a alegada falta de recursos.

“Nós já mostramos que há em torno de mil servidores aguardando a aposentadoria e implorando por atendimento de seus pedidos. Isso daria uma boa folga na folha de pagamento. E no início do mandato o próprio governador Confúcio prometeu que investiria na melhoria salarial da educação os valores economizados com a transposição. Agora estamos vendo que foi mais uma promessa vazia”, disparou a presidente do Sintero.

Sem contar que o governo não tem cumprido a lei federal do piso do magistério desde 2014, e isso já é objeto de ação judicial, visto que os tribunais superiores têm reconhecido a obrigatoriedade do cumprimento da lei.

Ela e os demais diretores do Sintero não aceitaram os argumentos do secretário e o enfrentaram com informações consistentes, demonstrando a falta de vontade política do governo do estado em atender às reivindicações.

Nesta quarta-feira, dia 14/03, haverá uma audiência na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, evento para o qual os secretários integrantes da MENP foram convocados.

Os diretores do Sintero vão pedir aos deputados estaduais para que apoiem a luta dos trabalhadores em educação cobrando do governador uma solução, já que os secretários da MENP demonstraram não ter interesse na situação.

Já na quinta-feira, dia 15/03, os trabalhadores em educação se reunirão em assembleias, às 9 horas da manhã, simultaneamente em todas as Regionais, para avaliar a postura do governo e deliberar sobre estratégias de luta.

Comentários

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    Avelino Chagas 13/03/2018

    Faltam me pouco mais de 60 dias para completar meus 30 anos de sala de aula ai esperar 2 anos e completar idade aposentar e ir vender picolé na praia esse é o fim de um educador em um país onde não recebeu o devido respeito e o povo não tem consciência da sua importância para a transformação da sociedade.

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    joao cesar cabral ribeiro 13/03/2018

    A educação publica precisa de uma reforma, a começar por esses cargos politicos de diretor de escola a culpa sao deles de professor não ter aumento porque recebem gratificações e constrangem professores. A solução seria ser comcursso pra diretor de escola carreira independente, hoje eles são uma barreira dos professores de correrem atras de seus direitos, e a outra parte é o governo que não consegue melhorar entre governo e sai governo e nada muda.

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    Henry 13/03/2018

    Ilustre governador! não deixe que o seu secretariado dite as regras. O sr. sabe melhor que ninguém que o salário do servidor público encontra-se defasado, exceto deles (secretários), que aumentou para 25 mil reais. Sabemos que o sr. tem boa vontade, faça ela valer, pois tens a caneta na mão. Der um aumento justo a todos os servidores, pois são eles que fazem a máquina pública funcionar. Os secretários passam, mas os servidores (efetivos) ficam. Não saia do comando sem deixar seu legado.

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    Pedro 13/03/2018

    O MDB partido do Confuso, Raupp, Temer e outros estão é precisando de uma resposta nas urnas agora em outubro.

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    Fabio 13/03/2018

    "Vereador fala dos R$ 30 milhões do DER, grampos e acredita na justiça O vereador destacou que ainda acredita no Ministério Público e no Tribunal de Justiça, pois ambos darão reposta à sociedade rondoniense sobre a investigação do número exorbitante repassado pelo governo de Confúcio Moura (MDB)." Se não houvesse tanta corrupção e desvios de Dinheiro público nossos professores seriam melhor REMUNERADOS! Que tal nossos POLíTICOS trabalharem por AMOR?! Mas não o amor ao DINHEIRO como fazem!

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    Altamir Roque 13/03/2018

    Me parece uma frase das mais infeliz e hipócrita, a do chefe da casa civil, ao afirmar que professor deve trabalhar por amor. No mínimo, esse despreparado secretário de governo demonstrou sua mais alta ignorância em assuntos educacionais, aliás ignorância já provada quando titular da seduc. Muito cínico ele. A frase é tão idiota que chega a ser surreal. Que ele trabalhe por amor. Faz tempo que não ouço tamanha estupidez por alguém que exerce um importante cargo no governo. Que idiotice!

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    José Alves da Silva 13/03/2018

    Se o Estado parar de investir nas redes municipais para cooptar cabos eleitorais sobrariam cerca de 30 milhões de reais (basta olhar o numero de servidores cedidos com ônus para o Estado) obras de ampliação, reforma e climatização de Escolas MUNICIPAIS (não cuida das dele)mas por politica cuida da casa alheia. Um outro ponto que o pseudo intelectual da casa civil e demais asseclas não falam é do aumento exponencial da arrecadação que em 2014 bateu na casa dos R$ 5.647.495.65 ( cinco bilhões seiscentos e quarenta e sete milhões de reais) de receita liquida (fora as transferências obrigatórias aos municípios), já em 2017 foram R$ 6.903.137.525,43 (seis bilhões novecentos e três milhões de reais). Fora isso, tivemos a passagem de mais de 3000 (três mil) servidores transpostos para a folha federal. Somando 1,5 bilhões no aumento de arrecadação, transposição, demissões e aposentadorias sobra dinheiro, mas para outras coisas que não interessam a esses políticos. O SINTERO deveria protocolar no TCE e na Assembléia um pedido de auditoria na SEDUC, a começar pelo reordenamento, aquisição e implantação de software, mediação tecnológica, emendas parlamentares para prefeituras, contratos de consultoria e telefonia Voip. Comecem por ai e verão que dinheiro nunca foi o problema, falta gestão, algo que o próprio Desembargador aventou na recente Liminar acerca da greve.

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    Cordezito pessoa junior 13/03/2018

    Criou se uma expectativa mesmo em torno da vontade do governo no sábado mediado por um dep porém, apesar da,reunião ter ocorrido foi tão evasivo a pseudoprosta quanto a fala se o governo deixaria o palácio para ser candidato - lamentável uma lástima que deve e poder ser respondido nas urnas ( por amor sim! Mais sem valorizar os servidores desta PASTA que motivação teria? Está tudo nefasto desde o áudio? Falta de entendimento com o vice Daniel que garantiu ter o governo Condicoes para responder às reivindicações ( não de aumento pecuniário. Mais de cumprimento DA LEI OU SEJA JUSTO PARA FINS DE MELHORIA! Quando o justo governa o povo se ALEGRA!

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    Maria das graças 13/03/2018

    Gostaria de saber porque esse sujeito que responde pelo nome de Emerson Castro ainda estar fazendo neste governo e porque ele faz tão pouco caso da educação? Ele esquece que a mãe dele era professora! Tenha mais respeito pela classe mais importante do país, vc ganho um bom salário pra não fazer nadaaaaa a não ser atrapalhar, e puxar o saco do teu chefe! Infelizmente este é o perfil dos incompetentes como vc e o resto do bando! Cuidado a vida é uma gangorra hj estar no alto é bom porque a queda vai ser forteeeee!!! Aguarde podem cuspir pra cima👍👍👍👍👊👊👊👊

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