Governo inclui academias e salões em atividades essenciais na pandemia

Flexibilização foi publicada em edição extra Diário Oficial da União

Por Pedro Rafael Vilela* - Repórter da Agência Brasil 
Publicada em 11 de maio de 2020 às 19:07
Governo inclui academias e salões em atividades essenciais na pandemia

© Marcello Casal JrAgência Brasil

Um decreto para incluir academias de ginástica, cabeleireiros, barbearias e salões de beleza como atividades essenciais durante a pandemia do novo coronavírus foi publicado hoje (11) em edição extra do Diário Oficial da União. Pelo dispositivo, essas atividades passam a ser consideradas essenciais, desde que obedecidas determinações sanitárias do Ministério da Saúde.  

"Saúde é vida. Academias, salões de beleza e cabeleireiro, higiene é vida. Essas três categorias juntas é mais de um milhão de empregos", afirmou o presidente a jornalistas na portaria do Palácio do Alvorada. Na maior parte do país, esse atividades estão com restrição de funcionamento decretadas por governos estaduais e prefeituras. 

O decreto presidencial pode dar respaldo jurídico para a reabertura desses estabelecimentos, mas, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), tomada em abril, estados e municípios podem adotar as medidas que acharem necessárias para combater o novo coronavírus, como isolamento social, fechamento do comércio e outras restrições, sem aval do governo federal.

Nas últimas semanas, decretos ampliaram o rol de atividades consideradas essenciais durante a pandemia. A mais recente flexibilização foi para o setor da construção civil e segmentos de fornecimento de combustíveis.

Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o ministro da saúde, Nelson Teich, afirmou que a pasta não participou da decisão de incluir academias, salões de beleza e barbearias como atividades essenciais.

Congelamento de salários

Durante a entrevista concedida na entrada do Palácio do Alvorada, residência oficial, Bolsonaro afirmou que deve decidir, até quarta-feira (13), sobre os vetos ao projeto de lei (PL) que garante auxílio financeiro para auxiliar os estados, o Distrito Federal e os municípios no combate ao novo coronavírus. A medida foi aprovada na semana passada, pelo Congresso Nacional, e prevê um socorro financeiro de R$ 125 bilhões. Os estados e municípios, em contrapartida, deverão tomar medidas de controle de gastos, como suspender o reajuste de salários dos seus servidores até o final do ano que vem. No entanto, uma série de categorias, como profissionais de saúde, de segurança pública e das Forças Armadas, foram excluídas do congelamento salarial.O ministro da Economia, Paulo Guedes, defende que essas exceções sejam vetadas do texto aprovado.

"A Economia está trabalhando na questão dos vetos, vamos atender 100% o Paulo Guedes. Teve alguns pedidos que não foram aceitos, houve pedido de tempo, de alguns governadores, para passar para quarta-feira a sanção do projeto. Vamos talvez decidir na quarta-feira", afirmou o presidente. Segundo ele, a crise econômica causada pelo novo coronavírus pode gerar um processo de deflação, com queda geral nos preços, o que poderia amenizar o congelamento de salário para funcionários públicos. 

*Colaborou Jonas Valente

Comentários

    Seja o primeiro a comentar

Envie seu Comentário

 
NetBet

Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook

Inércia das instituições: a aposta de Bolsonaro

Inércia das instituições: a aposta de Bolsonaro

Bolsonaro coleciona diferentes crimes que justificariam o seu afastamento do cargo de presidente. Entretanto, as instituições seguem ignorando as ameaças e o flerte com o autoritarismo. O Congresso Nacional, ao fugir das suas prerrogativas e não agir contra os atentados à Democracia, se mostra acovardado ou no mínimo conivente com a escalada autoritária

A realidade enterrou a política do Guedes

A realidade enterrou a política do Guedes

"Só resta ao Guedes, além de liberar recursos para acudir minimamente aos necessitados, reclamar contra iniciativas alternativas, dentro do próprio governo, à sua revelia, que apontam para a reconstrução econômica do País apoiada centralmente no Estado, protestar contra a iniciativa, para a qual não foi chamado", escreve Emir Sader

A voz da maioria: Somos Democracia

A voz da maioria: Somos Democracia

Jornalista Helena Chagas elogia a manifestação de torcedores corintianos em defesa da democracia. "Um bom precedente, que pode animar outros setores da sociedade a pegar suas máscaras e, sim, ir às ruas por uma causa tão ou mais importante do que a ida ao supermercado para alimentar a família: fazer valer a vontade da maioria", escreve