Greve pode impactar recuperação econômica, diz associação
Setor de proteína animal já acumula perda de R$ 1 bilhão.
A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA) informou hoje à tarde (25) que toda a cadeia produtiva foi afetada pela greve dos caminhoneiros, que entrou hoje (25) no quinto dia de paralisação. O setor de laticínios, por exemplo, deixou de coletar 51 milhões de litros de leite por dia nas fazendas, e o produto vem sendo descartado.
O setor estima um impacto de R$ 180 milhões por dia no segmento. A associação também projeta uma perda acumulada de R$ 1 bilhão na área de proteína animal, e empresas relatam a paralisação de fábricas, por falta de espaço para estocar produtos, e o desabastecimento de matérias-primas.
A entidade alerta que a situação tem se agravado a cada dia, com maior número de veículos com alimentos parados nos principais pontos das rodovias.Considerando apenas 3 (das 106 associadas), são mais de 363 caminhões com alimentos perecíveis parados em estradas de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro O setor da alimentação no Brasil reúne mais de 35 mil indústrias.
Folha de pagamento
A Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) revelou que empresas do setor estão com máquinas paradas e estoque de insumos em baixa. O setor de embalagens, que funciona como uma espécie de termômetro da cadeia produtiva, é um dos mais afetados.
“Somos a última etapa da cadeia de produção de vários setores da economia. Se os produtos não tem embalagens, não podem ser vendidos”, disse o empresário Sidney Anversa Victor, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf-SP).
De acordo com o empresário, a greve dos caminhoneiros pode ter reflexos também na tendência de recuperação econômica que o setor apresentava desde o início do ano.
“A folha de pagamento, por exemplo, pode ser onerada em até 25% a cada 10 dias. Com as impressoras paradas, não podemos faturar, mas no final do mês temos que honrar o compromisso com os trabalhadores. O setor, depois de 6 anos de crise e redução de 20% na mão de obra desde 2012, vinha registrando uma leve recuperação no início do ano, mas agora o temor é que a greve dos caminhoneiros impossibilite a retomada do crescimento e que 2018 feche também com números negativos", afirmou o presidente da Abigraf-SP.
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