Identificada bactéria que teria provocado contaminação em alunos de escola municipal no interior de Rondônia
Alguns pais não ficaram satisfeitos com a resposta, já que, segundo eles, não se descobriu como os alunos se contaminaram.
A enfermeira Gizeli Pezzin Simões explicaos procedimentosadotados
Ouro Preto do Oeste, Rondônia - O caso da contaminação dos alunos da Escola Municipal Joaquim Nabuco, que ocorreu no dia 16 de agosto na Estância Turística de Ouro Preto do Oeste, foi parcialmente esclarecido aos pais e à comunidade em geral . Eles aguardavam , ansiosamente , há mais de 35 dias, por uma resposta sobre o que de fato teria causado a contaminação nos cerca de 100 dos 223 alunos que estudam naquela unidade educacional no período da manhã.
Os esclarecimentos foram repassados durante uma reunião que ocorreu na noite de quinta-feira (21) ,nas dependências da própria escola, por representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSAU). Também estavam presentes servidores da Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Cultura (SEMEC).
Inicialmente, a diretora Marilene Ferreira da Silva informou às centenas de pais que compareceram à reunião que havia convidado o chefe da Vigilância Sanitária, Marçal Gomes de Sá, e a representante da Vigilância Sanitária, enfermeira Gizeli Pezzin Simões, para que pudessem esclarecer e tirar as dúvidas a respeito do que teria causado a contaminação nos alunos na manhã do dia 16 de agosto.
Marçal detalhou aos presentes que na manhã do dia seguinte ao ocorrido, técnicos foram à escola e realizaram a coleta de água em cinco pontos diferentes, e não foi possível coletar parte do alimento que havia sido servido às criança, uma vez que já havia sido descartado.
Disse que as coletas de água foram enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen), e que alguns dias depois obteve o resultado de que quatro das amostras deram satisfatória e que apenas a coleta feita no poço da escola acusou resultado insatisfatório para coliformes fecais (bactéria escherichia coli). Segundo informações, as crianças não tinham nenhum tipo de contato com a água do poço.
O chefe da Vigilância Sanitária informou que solicitou várias medidas à direção da escola, entre elas a interdição definitiva do poço e a elaboração do Manual de Boas Práticas juntamente com o Procedimento Operacional Padrão (POP).
Gizeli detalhou que, após ter constatado que os alimentos consumidos no dia 16 de agosto pelos alunos já haviam sido descartados e a água, enviada ao laboratório, iniciou a investigação analisando os sintomas das crianças que estavam internadas. Em seguida, solicitou de Porto Velho um lote de swab (um objeto parecido com um cotonete, utilizado para coletar amostras clínicas), recebido no dia 25 do mesmo mês.
No mesmo dia (25), a enfermeira realizou a coleta de amostras em 36 alunos utilizando o swab e as enviou ao Lacen, de onde obtive a informação de que em todas as 36 coletas foi constatada a presença da bactéria escherichia coli. Exames de duas das 36 crianças confirmaram também a bactéria shigella. Gizeli complementou dizendo que as duas bactérias acusadas nos exames afetam o trato gastrointestinal.
A enfermeira, no entanto, destacou que não conseguiram descobrir como ocorreu a transmissão dessas bactérias para os alunos. E que, em breve, irão fornecer os resultados aos pais das 36 crianças contaminadas.
Alguns pais não ficaram satisfeitos com a resposta, já que, segundo eles, não se descobriu como os alunos se contaminaram. Na visão dos mesmos, essa informação seria a mais importante, porque só assim poderiam se precaver para não ocorrer mais uma situação delicada como essa, que envolveu a saúde de cerca de 100 crianças.
Outra reclamação foi quanto ao motivo da reunião, pois o convite enviado pela diretora aos pais dizia que a reunião seria também para a entrega das notas bimestrais. Porém, alguns deles declararam que não conseguiram ter acesso às notas de seus filhos.
Segundo Marilene, o Ministério Público do Estado de Rondônia (MP-RO) também instaurou um procedimento, e o delegado de Polícia Civil Júlio Cesar esteve no local após o ocorrido, bem como o Conselho Alimentar Escolar (CAE) que visitou as instalações da cozinha uma semana antes da contaminação. A diretora finalizou argumentando que foi feito tudo o que estava ao alcance da direção da escola para que o caso fosse esclarecido, e que se coloca à disposição para quaisquer dúvidas.
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