Incidência de câncer aumenta procura por doação de plaquetas em Rondônia

O motorista Rodrigo Diego, 27 anos, é doador de plaquetas há dois anos. Segundo ele, a prática começou por iniciativa própria, sem que houvesse necessidade de algum parente ou conhecido.

Texto: Veronilda Lima/Fotos: Daiane Mendonça
Publicada em 18 de julho de 2017 às 12:04
Incidência de câncer aumenta procura por doação de plaquetas em Rondônia

Rodrigo Diego é doador de plaquetas há dois anos

Com o início do funcionamento do Hospital de Câncer de Barretos há cinco anos em Porto Velho e por Rondônia estar no ranking da incidência de cânceres, a Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Rondônia (Fhemeron) viu crescer também a demanda por plaquetas, que são células sanguíneas produzidas na medula óssea, importantes para a formação de coágulos de sangue impedindo uma hemorragia.

Além da demanda de pacientes que fazem quimioterapia ou radioterapia, conforme o diretor-presidente da Fhemeron, Sid Orleans, existe o agravante quanto à durabilidade das plaquetas, que é de apenas cinco dias, enquanto o sangue com toda sua composição tem validade de 35 dias ou mais. Por isso as doações de plaquetas têm maior controle para que não haja descarte caso haja quantidade excessiva em um período, enquanto em outro haja carência.

Somam-se a isso, os quadros de hemorragias trans-operatórias, que fazem com que a Fundação esteja sempre convocando doadores especificamente para este fim, pois há requisitos diferentes, como ter acesso venoso calibroso (dilatado), ter doado sangue duas vezes no ano e precisa fazer doação antes para os exames de rotina, incluindo contagem de plaquetas (tem que ter 200 mil) e não poder estar com a hemoglobina baixa. Só depois desse processo, ele é conduzido para a máquina que faz a seleção (aférese). Os demais requisitos são os mesmos da doação de sangue normal, como pesar mais de 50 quilos, ter entre 18 e 65 anos, entre outros. A necessidade de ter doado duas vezes no ano é para garantir melhor segurança quanto à qualidade das plaquetas.

“O sangue é composto por glóbulos vermelhos e glóbulos brancos, além de plasma e plaquetas. As plaquetas ajudam no controle de sangramentos e parte delas pode ser doada sem causar prejuízo saúde do doador”, disse Orleans, explicando que o processo que permite a separação e a coleta de plaquetas chama-se aférese. O tempo para este processo chega a 1h20 ou um pouco mais, conforme o processamento da máquina, enquanto a doação de sangue é de 15 minutos.

Máquina que recebe o sangue e faz a separação dos componentes, processo chamado de Aférese

Ainda para a melhor qualidade das plaquetas, a orientação é para que o doador coma bastante frutas, em especial as vermelhas, que controlam a imunidade, tome bastante líquido no dia anterior e evite estresse. Quanto à quantidade de doações, que podem ser feitas com intervalo de apenas 48 horas e até 24 por ano, pelo protocolo da Fhemeron são 12 doações por ano ou uma vez por mês.

O motorista Rodrigo Diego, 27 anos, é doador de plaquetas há dois anos. Segundo ele, a prática começou por iniciativa própria, sem que houvesse necessidade de algum parente ou conhecido.

Pelo processo de aférese, o sangue é bombeado para uma máquina, fazendo a seleção das plaquetas, num ritmo de 90 mls por minutos; e depois retorna à corrente sanguínea do doador em 120 mls por minuto, daí a necessidade do acesso venoso calibroso para a livre passagem do fluxo.

A Fhemeron atende a todas as redes hospitalares de Rondônia, com coletas em Porto Velho, Guajará-Mirim, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e Vilhena. O horário de funcionamento é das 7h15 às 18h30, de segunda a sexta-feira.

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