Intubação está entre as principais medidas adotadas por médicos para o tratamento da covid-19, em Rondônia

Hospitalizado, um paciente que perde a capacidade de realizar a oxigenação devido a grave insuficiência respiratória hipoxêmica, tem que se submeter ao procedimento

Jackson Vicente Fotos: Daiane Mendonça e Frank Nery Secom - Governo de Rondônia
Publicada em 13 de abril de 2021 às 14:20
Intubação está entre as principais medidas adotadas por médicos para o tratamento da covid-19, em Rondônia

Equipe responsável pelo procedimento é composta por médicos intensivistas e enfermeiros

Em Rondônia, a intubação de pessoas com coronavírus tem sido uma das medidas adotadas para tratar pacientes que perdem a capacidade de realizar a oxigenação devido a grave insuficiência respiratória hipoxêmica. O infectologista da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Amando Noguera, explica como o método é realizado nas unidades hospitalares da rede estadual.

Qualquer indivíduo que contrai o vírus, dependendo de seu organismo, os sintomas comuns de febre, tosse e cansaço físico aparecem após três dias. Se ocorrer agravamento até o décimo quarto dia, os pulmões correm risco de serem lesados. Sendo o órgão do corpo humano responsável pela troca gasosa, os médicos devem verificar o método eficaz para tratar o paciente com alterações durante a troca de oxigênio.

Conforme explica Armando Noguera, a prática da intubação é feita em serviços de urgência e emergência e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), no entanto, antecipadamente, são utilizados outros recursos para tratar um paciente agravado. Equipamentos como a máscara de alta concentração de oxigênio e cateter nasal são as primeiras opções usadas pelos profissionais da saúde. Para medir a circulação de ar no sangue, um aparelho denominado oxímetro é colocado no dedo da mão do paciente, aferindo a saturação de oxigênio.

Estrutura montada segue à risca todos os protocolos de segurança

“Deve estar em 98% a saturação. Caso a medida baixar para 80%, o indivíduo pode desmaiar e ficar inconsciente. O pulmão serve para receber o oxigênio e levar à corrente sanguínea, dependendo da gravidade da pessoa, os primeiros equipamentos sejam insuficientes, tem que optar por um processo mais adequado”, detalha.

O procedimento de intubação é feito com o paciente sedado, e conta com uma equipe especializada composta por médicos intensivistas, enfermeiros e fisioterapeutas utilizando instrumentos e paramentos próprios da ocasião. O infectologista enfatiza que a ação tem por objetivo ofertar mais oxigênio aos pulmões evitando também possíveis paradas cardiorrespiratórias, outro efeito súbito com possibilidade de ocorrer durante o tratamento por baixa concentração de oxigênio no sangue.

No processo, são aplicados medicamentos sedativos para que o paciente não sinta dor e permaneça inconsciente, como: midazolam e fentanil. Posicionado para a intubação, na via aérea superior do indivíduo, é utilizado um aparelho chamado laringoscópio, que obtém uma exposição adequada das vias a fim de inserir o tubo orotraqueal na região da boca até à traqueia. “É dentro do tubo que vai passar o oxigênio, e não há como ele escapar. Liberamos porcentagens diferentes do insumo de acordo com as condições e necessidades encontradas”, explica Noguera. Outro equipamento utilizado na prática é o ventilador mecânico, que controla todos os parâmetros respiratórios durante a ação.

Quando ausente o ventilador a ação pode ser feita, manualmente, com o dispositivo ambu, na qual é realizada a técnica de ventilação e circulação de ar até o órgão.

GARANTIA DO TRATAMENTO

Considerado o tratamento mais rejeitado por boa parte das pessoas acometidas pelo vírus, reunindo várias experiências com internações hospitalares, Armando Noguera relata: “conversamos com os pacientes sobre a necessidade de aplicar a intubação, e reiteramos os benefícios do processo, que ocorre enquanto a pessoa está sedada. Muitos dizem que têm medo, mas nosso trabalho é unir todos os esforços para garantir sucesso, que é a permanência da vida”.

Procedimento pode salvar vidas em situações de agravamento da covid-19

Ele também alerta sobre a consequência de possíveis sequelas geradas por conta do tempo de internação do paciente, como o aumento da chance de pneumonia associada à ventilação mecânica e lesão nas cordas vocais. No entanto, esse fator ocorre em pequenos casos.

De acordo com o especialista, geralmente, algumas pessoas permanecem de cinco a oito dias intubadas, logo que são confirmados que os pulmões já conseguem funcionar normalmente, os médicos desinstalam os equipamentos. “Quando o paciente melhora, o tubo orotraqueal pode ser retirado, momento em que são realizados os exames de: gasometria, raios-X de tórax, hemograma, saturação do paciente e entre outras avaliações”.

ESTRUTURA PARA O PROCEDIMENTO

O Governo de Rondônia busca reforçar a cada dia todos os atendimentos de saúde em prol da população que vivencia os efeitos da pandemia, priorizando o fornecimento de leitos clínicos e de UTIs. E é por meio desta postura, que garante o serviço de tantos profissionais da área em meio ao procedimento de intubação considerado fundamental no tratamento de pessoas acometidas pela covid-19 em situação grave.

O infectologista enfatiza: “Nas unidades de Saúde da rede estadual, a exemplo dos hospitais de campanha Zona Leste e Centro de Porto Velho, têm os equipamentos próprios para viabilização deste método mencionado. É uma estrutura essencial hoje em dia, mediante aos altos índices de contaminação que vem gerando agravamento, portanto, evitamos que eles esgotem nas unidades para impedir possíveis transtornos”.

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