Investimentos de R$ 2,5 milhões em pesquisas ampliam mercado do pirarucu e tambaqui de Rondônia
Pesquisadora Jucilene Cavali classificou espécies tambaqui e pirarucu de Rondônia
Equipe coordenada pela engenheira agrônoma e doutora em zootecnia na Universidade Federal de Rondônia (Unir), Jucilene Cavali conseguiu melhorias altamente positivas para o setor pesqueiro.
Seu projeto, apoiado pela Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e a Pesquisa (Fapero), obteve o peso médio de 13 quilos para as espécies pirarucu e tambaqui e possibilitou a fabricação de bolsas com o couro desses peixes.
Aos oito anos, comemorados no último dia 26 com a palestra da doutora Jucilene e um café da manhã para seus servidores, a Fapero anunciou ter investido R$ 2,5 milhões, até o momento, em projetos acadêmicos na aquicultura/piscicultura.
Pelo primeiro edital de 2016, a equipe da Unir obteve sete bolsas de estudo, das quais, uma de mestrado, outra de doutorado.
A pesquisadora, que é orientadora no Programa de Mestrado Acadêmico em Ciências Ambientais na Unir , destacou o fomento dado pelo governo estadual e o rápido crescimento na produção de pescado.
“Rondônia alcançou o ranking nacional na produção de pescado em 2016 por mais de 5 mil pisciculturas licenciadas”, afirmou. “Com 90,6 mil toneladas hectare/ano e apenas um frigorífico para processamento, viu o acúmulo de peixes nos viveiros no aguardo de melhores preços e oportunidades de venda”, disse.
Havia muita carência na área até 2017, quando apenas o Frigorífico Zaltana industrializava o peixe e Manaus era o maior cliente de Rondônia. Ainda não havia padronização para o peixe “exportado”. Hoje, quatro frigoríficos podem classificar o pirarucu e o tambaqui.
“Nos desafios do novo, na conjuntura de estruturação das Universidades e na multifuncionalidade que temos em sociedade, especialmente em uma região onde há muito a ser feito, a Fapero oportuniza pesquisadores a pleitear editais de fomento no próprio Estado, concorrendo em condições mais igualitárias entre os pares, especialmente no que tange a infraestrutura e produções científicas outrora disputadas no plano nacional”, ela comentou.
“Bolsista Fapero sente que contribui para algo maior no estado”, assinala a professora Jucilene.
COURO QUE VIRA BOLSA
A peça de couro curtida alcança o valor de R$ 500 a R$ 600
Com assistência técnica da Unir, uma produtora de Rondônia começa a fabricar artesanalmente bolsas ecológicas do couro de peixes pirarucu e tambaqui. Cada peça custa a partir de R$ 1,8 mil. O couro que seria descartado é agora bem aproveitado. A peça de couro adquirida in natura pelo valor de R$ 40 a R$ 60, alcança R$ 500 a R$ 600 quando curtida.
“A bolsa ecológica é melhor do que o couro bovino”, afirma a coordenadora. Para curtir o couro, pesquisadores substituíram o tanino pelo corante de borra de café.
Os impactos desse crescimento acelerado e a saturação dos viveiros de cultivo abriram demandas em sanidade de peixes e manejo alimentar. Era preciso estudar bem as densidades de estocagem, taxas de arraçoamento, exigências nutricionais de espécies de peixes nativos e promover assistência técnica mais especializada.
No período 2013-2017, apoiados pela empresa Nutrizon, os cursos de Engenharia de Pesca e Zootecnia da Unir eles pesquisaram intensamente, nutrição e sanidade.
Análises foram feitas no laboratório de pesca e aquicultura em Presidente Médici
Jucilene também atua na cadeia produtiva da carne, com ênfase em avaliação de carcaça e qualidade.
“Nada seria possível sem os grupos de pesquisa envolvidos (Grupo de Pesquisas em Tecnologias Ambientais, GPTA; Grupo de Estudos em Produção Animal e Aproveitamento de Resíduos GEPAAR; e Grupo de Estudos e Pesquisas em Biociências, GPBio), via bolsas de Iniciação Científica, de mestrado e Doutorado”, ela disse.
“É gratificante acompanhar o envolvimento e a responsabilidade dos acadêmicos, nossos futuros profissionais, com as questões socioeconômicas e ambientais”, acrescentou.
Análises de pesos e medidas das espécies foram feitos no Laboratório de Pesca e Aquicultura da Unir em Presidente Médici, na BR-364, a 409 quilômetros de Porto Velho.
Lá, os pesquisadores utilizaram balanças de precisão e submeteram diversos exemplares à avaliação morfométrica, com a fita métrica (precisão de 0,5 mm). Nessas análises, a cabeça é seccionada, e os peixes eviscerados.
Separadamente, se pesam: vísceras, carcaça e cabeça. Logo após, é feita a dissecação, retirando-se o couro com escamas, vísceras (gerada a carcaça, parte composta de carne e espinhas), a manta (parte composta somente de carne) e espinhas (composto pelas espinhas da manta, coluna, costela e nadadeiras).
QUEM É
Jucilene Cavali , engenheira agrônoma doutora em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa (MG), em produção animal é também mestre em Zootecnia pela Unir, na área de Forragicultura e Pastagens. Pesquisadora/Orientadora no Programa de Mestrado Acadêmico em Ciências Ambientais da Unir/Embrapa e no Programa de Doutorado em Sanidade e Produção Animal Sustentável na Amazônia Ocidental PPGESPA/UFAC. Vice-líder do Grupo de Estudos em Produção Animal e Aproveitamento de Resíduos e do Grupo de Pesquisa em Tecnologias Agroambientais.
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