Irrigação de baixo custo para viveiro de café clonal incentiva produtores de Theobroma a investir em tecnologia
O café clonal, amplamente incentivado pelo governo do estado, é uma dessas tecnologias que está levando o estado ao topo da produção cafeeira nacional.
Incentivo à produção de mudas dentro da propriedade.
O crescimento da lavoura cafeeira no estado de Rondônia tem permitido o investimento em tecnologia no intuito de produzir cada vez mais cultivares de forma melhorada e adaptada às condições edafoclimáticas locais. O café clonal, amplamente incentivado pelo governo do estado, é uma dessas tecnologias que está levando o estado ao topo da produção cafeeira nacional.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab/2017), Rondônia, com uma produção de cerca de dois milhões de sacas, é o 2.º maior produtor brasileiro do café robusta, como é conhecido o Conilon. “Este crescimento e o entusiasmo com a lavoura cafeeira vêm do advento do avanço da tecnologia dos clonais”, diz a gerente do escritório da Emater-RO em Theobroma, Julieta Luciana dos Santos Lima, explicando que as cultivares estão se adaptando cada vez mais às condições da região, com alto grau de produtividade.
Apesar do incentivo do estado e da oportunidade de acesso oferecidos aos produtores rurais, nem sempre é fácil e barato investir em tecnologia de ponta. Assim, extensionistas da Emater-RO têm orientado o cafeicultor a trabalhar com tecnologias simples, adaptadas a pequenos produtores e com alta resposta. “Temos incentivado os produtores a produzirem as próprias mudas, dentro de suas propriedades, baixando o custo de produção e possibilitando qualidade e diversidade das espécies empregadas”, detalha Julieta.
A gerente da Emater-RO explica ainda, que nessa tecnologia a propagação do café clonal não é feita por sementes. “Na verdade o material utilizado são estacas que, no caso da propagação vegetativa, possuem alto grau de enraizamento nas sacolinhas no viveiro, isto possibilita a manutenção das características genéticas da planta matriz, garantindo uma homogeneidade da lavoura ainda no período de maturação, além de outras características desejáveis como: produtividade, vigor, estabilidade de produção, adaptação ao clima e solo, qualidade do grão e arquitetura de planta.”
TECNOLOGIA SIMPLIFICADA
No município de Theobroma, a Emater-RO, em parceria com as secretarias de Estado da Agricultura (Seagri) e do Planejamento, Orçamento e Gestão (Sepog/Reg. III), está estimulando a implantação de novas lavouras de café e a procura por técnicas simplificadas tem motivado, nos últimos anos, o aumentado a produção local. “Trata-se de uma parceria entre técnico e produtor bastante participativa para a transferência da tecnologia proporcionando ao agricultor melhor conhecimento da prática e do saber tecnológico do café clonal.
O custo para construção desse sistema não passa de R$ 350,00.
O processo de trabalho é simples e o material utilizado pode ser encontrado na própria propriedade, como, por exemplo: ripas de madeira, folhas de coqueiro, uma tela de galinheiro, etc. Montada a estrutura o agricultor é orientado a apresentar-se na Agência de Defesa Agrossilvopastoril de Rondônia (Idaron) para registrar o viveiro. “Até 6.000 mudas não é considerado caráter comercial, acima disso as exigências seriam bem maiores”, explica a gerente da Emater-RO/Theobroma.
Como as mudas de café clonal são muito sensíveis e necessitam estar sempre com as folhas úmidas para desenvolverem rápido, após a estruturação do viveiro e as sacolinhas preenchidas, é feita a montagem do sistema de irrigação. Esse sistema foi idealizado pelos extensionista da Emater-RO em parceria com o técnico da Seagri, Adalto Frazão. “É um sistema automático que funciona um minuto pulverizando por 20 minutos parado, fazendo com que sempre haja água sobre as folhas”, diz Julieta, explicando que o sistema contribui para que a família não precise ficar acompanhando de perto quando deve ligar ou desligar o sistema de irrigação.
IRRIGAÇÃO DE BAIXO CUSTO
A confecção do sistema de irrigação é simples e pode ser feita com material que sobra na propriedade ou de restos de acabamento de construções, como canos e mangueiras. Também são necessárias: a aquisição de micro pulverizador, uma bóia de caixa d’água comum, um sensor elétrico colocado em um recipiente de 20 litros e uma bomba submersa tipo “sapo” dentro de um tambor de 200 litros. O custo para construção desse sistema não passa de R$ 350,00 e pode ser utilizado também para hortas.
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