Jogada de Bolsonaro tira PF das mãos de Moro
"O que quer o presidente Jair Bolsonaro quando ameaça recriar o Ministério da Segurança Pública? Bolsonaro está avisando ao navegante Moro que ele reduza sua velocidade política de pré-candidato", aponta Helena Chagas, do Jornalistas pela Democracia
Sergio Moro e Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Correa/PR)
O que quer o presidente Jair Bolsonaro quando ameaça recriar o Ministério da Segurança Pública? Antes de tudo, com a simples ameaça, colocar o ministro da Justiça e da Segurança Pública em seu devido lugar — que não é, na visão de Bolsonaro, o de candidato à presidência em 2022.
Bolsonaro está avisando ao navegante Moro que ele reduza sua velocidade política de pré-candidato e enquadre suas ambições, que, pelos planos presidenciais, não devem ultrapassar os limites de uma candidatura a vice em sua chapa de reeleição.
Mas não é só isso. Acima desse propósito político — e talvez como razão principal para que venha a operar a mudança— está a segurança da família presidencial. Ou seja, o controle da Polícia Federal e de outros órgãos que podem investigar seus filhos, as milícias do Rio de Janeiro, etc.
Não por acaso, Moro recuou nos últimos dias no apoio à federalização do caso Marielle. É como se mandasse um recado ao chefe e a outros interessados de que não quer se meter nesse assunto. Obviamente, porém, a família Bolsonaro estará mais tranquila se a Polícia Federal estiver em mãos amigas como a do antigo companheiro Alberto Fraga, nome cogitado para o Ministério da Segurança.
Que ninguém se iluda: a articulação pela recriação da pasta, com a cisão da Justiça, aparentemente liderada por Fraga, nasceu dentro do Planalto. Sua face mais visível foi o movimento dos secretários de Segurança estaduais que foram ao presidente nesta quarta-feira. Bolsonaro, docemente constrangido, mostrou ter simpatia pela ideia.
Isso não quer dizer ainda, porém, que a decisão está tomada e que o Ministério será recriado na volta do presidente da Índia. Vai depender das reações nos próximos dias, sobretudo da de Moro, a quem caberá a próxima jogada.
A vingança de Toffoli
Segundo a jornalista Tereza Cruvinel, "a vitória de Moro e Fux pode ter vida curta, segundo fontes do judiciário". "A vingança de Toffoli, segundo fontes jurídicas, pode ser pautar a apreciação das ADIs pelo plenário, tão logo se encerre o recesso do Judiciário. E pautar para as primeiras semanas de funcionamento da corte", afirma
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"Uma “esquerda” que ataca a própria esquerda com argumentos falaciosos da direita é que municia a direita. E uma esquerda que municia os inimigos não me parece nada estratégica. O foco hoje deveria ser tirar o país das mãos dos fascistas, e não colaborar com a tentativa de criminalizar os comunistas", diz a colunista Cynara Menezes, do Jornalistas pela Democracia, sobre a demonização recíproca de ícones políticos
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Em caso de convocação, entretanto, não haveria o pagamento do adicional
Comentários
Mas Moro é cachorro vira lata de milicianos bolsonaristas desde a prisão política de Luiz Inácio Lula da Silva impedindo esse de concorrer a presidência. Bolsonaro malandro como é, já percebeu que não passa de um bobão nas mãos de malandros da pesada nesta manobra política orquestrada por Sérgio Deltan e companhia. Bolsonaro vai se lascar com essa serpente ao lado dele bem feito
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