Jovem quer “voltar a viver” após cirurgia de redução de estômago realizada no Hospital de Base em Porto Velho
Com 170 quilos, Ana Carolina afirma que pretende retomar projetos após cirurgia.
“Um recomeço. Uma vida com qualidade, com saúde, com projetos novos, que até agora não podia sequer pensar”. Essa foi a declaração dada pela jovem Ana Carolina, 21 anos, momentos antes de entrar no centro cirúrgico do Hospital de Base Ary Pinheiro – referência no tratamento de alta complexidade em Rondônia – para passar por procedimento cirúrgico de bariatria, técnica usada para redução de até 30% do estômago no combate à obesidade.
Ana Carolina é uma das 60 pessoas que serão operadas neste ano pelo especialista Oziel de Moura, chefe do programa de combate à obesidade implantado pelo governo de Rondônia.
Com 170 quilos, Ana é considerada uma paciente super obesa, com índice de IMC superior a 50. Para o caso dela – que fez dois anos de tratamento contra a obesidade na Policlínica Oswaldo Cruz (POC) – a intervenção cirúrgica é o tratamento indicado para interromper o ganho de peso.
No total, o programa obteve crescimento de 300% em número de cirurgias em 2016 em comparação com 2015, saltando de 18 procedimentos para 60. De acordo com o Oziel de Moura, a coordenação do programa trabalha com a expectativa de elevar para 90 o número de pacientes atendidos a partir de 2018.
Atualmente, duas equipes operam no HB. Uma na terça-feira e outra na quinta. Para que a oferta de cirurgia atinja a meta, a direção estuda a possibilidade de dobrar o número de profissionais. Outra saída é dobrar a cota semanal das equipes existentes, relata Oziel de Moura.
Oziel de Moura utiliza técnica bypass gástrico, uma das mais avançadas
Comunicativa, Ana Carolina se diz muito otimista. Ela conta que desde criança luta contra a balança, mesmo praticando esportes, seguindo alimentação saudável. Para entrar no programa, passou por acompanhamento médico na POC. Ela estava na fila de espera há quatro anos. Oziel explicou que no Brasil, o tempo de espera por cirurgia de redução de estômago é de cinco anos. Em Rondônia, devido ao investimento do governo, o tempo de espera é 26% menor.
TÉCNICA MODERNA
De acordo com o Oziel de Moura, a técnica utilizada pela equipe é uma das mais modernas. Trata-se do bypass gástrico, que tem como meta alterar a forma como o cérebro percebe a comida. O procedimento é realizado através de videolaparoscopia.
“Estudo revela novas informações da relação entre cérebro e estômago e ajuda a explicar como o bypass gástrico favorece a redução do peso. A cirurgia bariátrica altera a fisiologia e a estrutura do corpo com objetivo de tratar a obesidade”, destacou Oziel.
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