Juízes federais e do trabalho param em defesa de auxílio-moradia de R$ 4,3 mil

Ocorrem atos conjuntos em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Salvador, Belém, Porto Alegre e no Distrito Federal.

Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil
Publicada em 15 de março de 2018 às 16:03

Juízes federais fazem hoje (15) uma mobilização nacional em defesa do recebimento de auxílio-moradia, após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter marcado para o dia 22 deste mês o julgamento sobre a manutenção ou não do benefício, hoje no valor de R$ 4,3 mil.

A mobilização foi organizada pela Associação dos Juízes Federais do Brasil e outras entidades de classe jurídicas também aderiram ao movimento, como a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho, a Associação Nacional dos Procuradores da República e a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho. 

Ocorrem atos conjuntos em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Salvador, Belém, Porto Alegre e no Distrito Federal. Em outras 12 capitais, entidades representativas regionais também fazem manifestações. Devido à mobilização, algumas varas funcionam em regime de plantão.

Magistrados e procuradores defendem o direito a receber o auxílio-moradia mesmo nos casos em que os beneficiados possuem residência própria na cidade em que trabalham. Eles argumentam que a verba serve como compensação à defasagem inflacionária dos subsídios, que não são reajustados desde 2015.

Outro argumento do movimento é o de que o avanço contra o auxílio-moradia faz parte de um “ataque insidioso e forte retaliação, agora já não disfarçada, em razão de sua atuação técnica e isenta no cumprimento de suas funções constitucionais, notadamente no que atine ao combate à corrupção endêmica”, diz no movimento em nota.

Uma decisão liminar (provisória) do ministro Luiz Fux, proferida em setembro 2014, garantiu o pagamento do auxílio-moradia a todos os juízes do país, estaduais ou federais, independentemente de terem residência própria ou não. Ele entendeu que o benefício está previsto na Lei Orgânica da Magistratura. O mérito dessa decisão é que irá a julgamento no plenário do STF em 22 de março.

Como não é considerada oficialmente como remuneração, o auxílio não entra no cálculo do teto constitucional vigente sobre o salário de todos os servidores públicos, que não pode ultrapassar os proventos recebidos por ministros do STF, atualmente de R$ 33,7 mil.

Em decorrência de benefícios como o auxílio-moradia, praticamente em todos os tribunais do país há magistrados que recebem acima do teto, mostram dados sobre as folhas de pagamento recentemente divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Nem todos os membros da magistratura brasileira aderiram ao movimento. No início do mês, o Conselho dos Tribunais de Justiça, composto pelos presidentes das justiças estaduais, criticou o movimento dos juízes federais, embora tenha defendido a manutenção do auxílio-moradia. A Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal disse que irá acionar o CNJ para que puna os magistrados que não foram trabalhar nesta quinta-feira. 

Comentários

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    francisca Bentes 16/03/2018

    Deveriam se envergonhar, isso é uma afronta, na situação que estamos vivendo Eu aplaudia se fosse para os PROFESSORES.

  • 2
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    francisca Bentes 16/03/2018

    Deveriam se envergonhar, isso é uma afronta, na situação que estamos vivendo

  • 3
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    professor 15/03/2018

    Eles querem fazer greve para não perder 4300 e poucos reais, e nós fazemos greve, para fazer valer o que já foi votado pelos deputados.......PEE.

  • 4
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    gabriel 15/03/2018

    'PROFESSOR', QUEM CRIOU O BOLSA FAMILIA NÃO FOI O LULA, INCLUSIVE ELE ERA CONTRA. DIA QUE DEIXAVAM AS PESSOAS PREGUIÇOSAS. INFORME-SE MELHOR

  • 5
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    marcos britto 15/03/2018

    O nosso país está uma vergonha,senhores poderosos, coloquem falta neles, põe a polícia para baterem neles,joguem gás, pimenta, como fazem com os humildes professores, funcionários da SAÚDE, que reivindicam 20% para ganharem 1%, se JESUS não mudou a História, que enviem SATANÁS...e a escalada será outra!

  • 6
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    Maria das graças 15/03/2018

    Só no Brasil acontece esses desparates, ganham muito bem fora as mutretas, experimentem viver com o salário de professor que foi quem fez vcs chegarem aonde estão!!! Tomem vergonha, como acreditar nesta classe: juizes! Nunca!!

  • 7
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    professor 15/03/2018

    É o chamado "bolsa família" dos juízes, e ainda tem gente que critica o BOLSA FAMÍLIA criado por LULALÀ, um alento para realmente quem não tem nada...

  • 8
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    Henry 15/03/2018

    A mera probabilidade da benesse correr o risco de acabar já foi suficiente para que os juízes parassem de trabalhar. Se os vencimentos estão defasados busquem o devido reajuste, mas não se utilizem de artifícios para majorá-lo. Que péssimo exemplo Excelências.

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