Justiça ouve rapaz suspeito de participar de massacre em Suzano

O jovem é acusado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de ser um dos mentores do ataque.

Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
Publicada em 04 de abril de 2019 às 12:20
Justiça ouve rapaz suspeito de participar de massacre em Suzano

Tragédia mudou a rotina da escola Raul Brasil após tiroteio. Dez pessoas morreram     (REUTERS/Amanda Perobelli / Direitos reservados)

Um adolescente de 17 anos acusado de participar do planejamento do ataque contra a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, tem hoje (4) mais uma audiência no fórum do município, na Grande São Paulo. Na semana passada, ele acompanhou a primeira audiência de instrução do processo, quando foram ouvidas testemunhas de acusação e de defesa. O caso segue em segredo de Justiça.

O jovem é acusado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de ser um dos mentores do ataque. Ele foi apreendido no último dia 19 e está em uma unidade da Fundação Casa. Ele pode permanecer internado por até 45 dias, e, após esse prazo, a Justiça deverá se pronunciar a respeito de uma sentença definitiva, que pode durar no máximo três anos.

O advogado Marcelo Feller, defensor do adolescente apreendido na semana passada, nega que o jovem tenha qualquer ligação com o crime. Ele diz que o rapaz realmente fantasiou atacar a escola com um dos autores do massacre, também de 17 anos, em 2015, quando ambos tinham entre 13 e 14 anos.

Porém, ainda segundo o advogado, os dois brigaram em outubro daquele ano, voltando a se falar somente em outubro de 2018. De acordo com o defensor, o adolescente apreendido não acreditava que o amigo pudesse realmente fazer o atentado.

O ataque

O atentado contra a escola, na manhã do dia 13 de março deste ano, foi provocado por dois ex-alunos - um de 17 anos e um de 25 - encapuzados e armados. Dez pessoas morreram: duas funcionárias da escola, cinco alunos, um comerciante que era tio de um dos atiradores e os dois atiradores. O atentado deixou ainda 11 feridos.

O único estudante que ainda estava internado após o crime recebeu alta médica na última terça-feira (2). O estudante, de 15 anos, estava na enfermaria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista.

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