Kassab não quer Tarcísio vs. Lula
"O que menos interessa a Kassab é que Tarcísio dispute contra Lula em 2026, tudo o que ele quer é continuar nos dois barcos", diz Alex Solnik
Gilberto Kassab e Tarcísio de Freitas (Foto: Reprodução/Facebook)
Esse negócio de Tarcísio de Freitas fazer salamaleques e reverências a Bolsonaro, e repetir que é bolsonarista até a raiz dos cabelos faz parte do script, ele não pode renegar o cara que o elegeu governador de São Paulo, seria o seu fim, mas, no dia a dia, no frigir dos ovos, seu guru é muito mais Kassab que Bolsonaro, Tarcísio é um forasteiro no estado, é Kassab que o leva pela mão, que o conduz, raposa velha da política paulista, ele adota agenda bolsonarista, mas não se afasta de Lula e quem não deixa que se afaste é Kassab, que está no governo Lula também, Kassab é o maior equilibrista da política nacional, consegue fincar um pé no barco de Lula, com dois ministérios de peso (Minas e Energia e Agricultura) e ainda o de Pesca controlados pelo PSD, que fundou e preside e no de Tarcísio, onde é Secretário de Governo, e ao mesmo tempo faz a ponte entre eles.
O que menos interessa a Kassab é que Tarcísio dispute contra Lula em 2026, tudo o que ele quer é continuar nos dois barcos, para ele (e para Tarcísio) é muito melhor e mais tranquilo se reeleger em São Paulo e disputar o Planalto em 2030, quando Lula não poderá mais concorrer, para que correr risco de perder em 2026 e se queimar, para que queimar etapas?
Kassab é cria de Paulo Maluf e, portanto, do malufismo, um de tantos ismos que já tivemos, e que acabou quando Maluf virou o verbo malufar, tal como o ademarismo acabou quando o “rouba mas faz” não foi mais aceito pela sociedade e tal como o janismo acabou quando, depois de uma ascensão a jato ele decepcionou seus admiradores ao renunciar à presidência da República em apenas nove meses.
Kassab sabe que os ismos acabam, e que o bolsonarismo não vai sobreviver quando Bolsonaro virar sinônimo de ladrão de jóias, falsificador de certificado de vacina e chefe do golpe de estado de 8/1.
Alex Solnik
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
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