Lei Seca reduz em 70% o número de acidentes e internamentos hospitalares e deve ser ampliada em Rondônia

Operação Lei Seca ocorre em vários municípios do estado.

Montezuma Cruz - Secom
Publicada em 13 de abril de 2017 às 14:17
Lei Seca reduz em 70% o número de acidentes e internamentos hospitalares e deve ser ampliada em Rondônia

Eficazes, embora ultimamente boicotadas por redes sociais e pelo aplicativo WhatsApp, as operações da Lei Seca tendem a ser ampliadas no Estado de Rondônia.

“Hoje ela é política de estado, unindo proativamente e esforços da Secretaria de Segurança Defesa e Cidadania e o Departamento Estadual de Trânsito”, observou o chefe do Centro de Comunicação Social da Polícia Militar, capitão Renato Acácio Suffi.

Um caso guardado e mencionado como símbolo para o Comando da PM: a mãe que perdeu o filho, de 19 anos, universitário, passou a visitar escolas para debater o trânsito.

É dela a frase: “Eu gostaria que ele tivesse sido abordado na blitz, porque eu ia buscá-lo na delegacia, e não morto, no IML”.

No período de 7 de janeiro a 7 de abril, em Porto Velho, as blitzes abordaram 886 veículos e 425 motos. O Detran-RO fez 1.058 autuações e 176 carros foram removidos e 132 motos.

Neste mesmo período, a PM apreendeu 193 Certificados de Registro de Licenciamento de Veículo e 200 Carteiras de Habilitação. Segundo o capitão Suffi, alguns autos de infração são lavrados por agentes do Detran-RO e não ficam no arquivo da Companhia de Independente de Policiamento de Trânsito, entretanto, para efeito de estatística, são contabilizados e informados no total de autos confeccionados.

“Desde o início do vigoramento da lei, há cinco anos, conseguimos reduzir em até 70% o número de acidentes com vítimas fatais”, comentou.

Com base em informações da Direção do Hospital João Paulo II, na capital, o capitão estima em mais de 40% a redução de internamentos de pessoas vítimas de trauma por acidentes. Ao mesmo tempo, conforme ele constatou, diminuiu também a transferência de acidentados para cirurgias em outros estados.

A Lei Seca acertou outros alvos também, ao recapturar foragidos da Justiça, prender autores de sequestro em andamento e recuperar armas de fogo e diversos veículos furtados ou roubados.

Suffi ressalvou que atualmente constantes movimentações nas redes sociais e no Wathsapp resultam em mudanças de roteiro de condutores.

Informar pontos de blitzes é prejudicial, porque mesmo desviando do caminho da blitz, eles colocam em risco outras pessoas, por isso devem evitar esse comportamento, advertiu.

O capitão lembrou que alguns magistrados têm entendimento de que esses avisos telefônicos se constituem numa nova modalidade de crime.

A PM deu visibilidade a pontos estratégicos. Frequentemente, trabalha nas avenidas Pinheiro Machado, Carlos Gomes, 7 de Setembro, Rio Madeira, nas proximidades de casas de eventos e no Espaço Alternativo. Mas ainda tem dificuldades em ruas e avenidas estreitas, a exemplo da José Amador dos Reis, na zona Leste.

Suffi rejeita a costumeira frase de “corporativismo ou perseguição a estabelecimentos”, comumente atribuída contra a PM. “Não existe isso, nem protecionismo, porque independentemente da situação econômica, cor ou religião da pessoa, este trabalho é democrático, abordando a todos da mesma forma”.

Estudos feitos pela corporação conduzem à aplicação da lei à melhor transparência possível. Assim, as equipes sempre saem acompanhadas de agentes do Detran-RO e algumas vezes com agentes da Secretaria Municipal de Trânsito.

De 1º de janeiro até o final de março, 20 pessoas se recusaram ao teste com etilômetro. Deram negativos 1.187 testes, outros 128 incriminaram condutores. No total, 1.407.

A anotação de placas passou a ser comum nas operações. Ela ajuda a identificar a quantidade de constatações, recusas e testes, comparando-os ao total de pessoas abordadas, explicou o capitão.

Situações:

– A recusa do teste implica auto de infração
– Quando a pessoa alega que não constrói provas contra si, os agentes lavram o termo de constatação
– Condutor embriagado ao volante vai preso
– Quando o bafômetro indica menos de 0.33 ml, a pessoa é autuada por dirigir sob influência de álcool, e acima disso é enquadrada em crime e presa por incapacidade psicomotora alterada e devido à influência do álcool.

 VISÃO DA PM

► O trânsito depende de todos, principalmente do condutor.

 Vítima de acidente dá despesa, e ainda corre o risco de ficar incapaz. Servidores públicos ou funcionários de empresa com até 30 anos de idade estão na produtividade 100%.

► Se a vítima morrer, o custo é debitado à família, ou quando esta não tem condições suficientes para o sustento, transfere-se ao governo.

► Para conscientizar a sociedade, a PM está “de portões abertos” para escolas, faculdades, empresas, órgãos públicos e privados, para oferecer palestras a respeito de direção defensiva e embriaguez ao volante.

Comentários

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    Luiz Carlos Dutra 13/04/2017

    Nada contra a lei seca. Ela é benéfica, como um todo. O único problema é a Polícia Militar de Rondônia, que a interpreta com evidente abuso de autoridade. Por exemplo, um condutor é abordado na blitz da lei seca, e se recusa a fazer o teste do etilômetro, como é de seu direito. É o quanto basta para os PMs o levarem preso à delegacia, pelo suposto crime de embriaguez ao volante. Isso é errado. Ocorre que, mesmo que o condutor do veículo esteja bem vestido, calmo e seguro, os policiais costumam elaborar um laudo de constatação afirmando falsamente que o condutor está com sinais de embriaguez, vestes desalinhas, andar trôpego, fala enrolada. Tudo isso falsamente. E o cidadão não tem muitas opções para se defender desse evidente abuso de autoridade.

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