Livros para entender a história de Rondônia
Que sabe o brasileiro em geral de Rondon? Que era de origem índia e dedicou sua vida à reabilitação e à dignificação do silvícola . Que hoje está velho e cego e que no coração da nossa floresta ocidental há um imenso trato de terra batizado por Rondônia – em homenagem a Rondon (Rachel de Queiroz).
Exemplares em bom estado de Rondon Conta Sua Vida podem ser encontrados em sebos na internet
Livro: Rondon Conta Sua Vida
Autora: Esther de Viveiros
Cooperativa Cultural dos Esperantistas
Rio de Janeiro, 1969
Biografia do marechal Cândido Mariano da Silva Rondon
Este livro e sua autora
Difícil gênero literário é a biografia: dependendo estreitamente da realidade dos fatos acontecidos e da realidade psicológica da personalidade retratada, depende também muitíssimo do tratamento literário que recebe, da mão de artista capaz de selecionar e reunir elementos naturais para tirar deles a figura viva, em carne e sangue, e assim viva apresentá-la ao leitor.
Parece-me que a minha querida Esther de Viveiros conseguiu obter esse difícil resultado com este seu “Rondon”. Foi buscar o sertanista nas suas infâncias e antes delas, nas suas origens. Coração cheio de ternura e entendimento, acompanhou o menino naquele início áspero, desentranhou no velho ilustre de hoje o homem na força da vida, o adolescente, a criança. Direis talvez que a façanha não foi difícil assim porque a autora dispunha de um diário do biografado e que, além do mais, a quantidade de documentos de que se serviu é abudandante e preciosa.
E eu respondo que um diário é um elemento de perigo na mão de um biógrafo inábil , e pode servir muito mais para o transviar do que para o guiar, em dadas circunstâncias. Pois o que estamos procurando não é um auto-retrato, mas uma interpretação “de fora”- de alguém que vê e estuda o modelo com olhos de espectador e de crítico. Os problemas pessoais, as afeições, os ressentimentos e entusiasmos, a natural falta de perspectiva de quem escreve sobre si mesmo, ao dia a dia, a própria modéstia do diarista , contribuem muitas vezes para despistar o biógrafo, afastá-lo da justa compreensão dos fatos e pessoas. E quanto a documentos outros - todos sabemos muito bem o que são documentos. Documento prova tudo o que se quer, e só, talvez, em matéria de datas há o que fiar neles. Não, diários, documentos, tudo isso são elementos valiosos sim, mas auxiliares; o importante é a contribuição pessoal que o biógrafo põe na sua obra, a honestidade, a finura de entender, o talento de escrever e interpretar. Exigimos do biógrafo tudo que exigimos do romancista, sem lhe darmos a liberdade de criação, que é o grande privilégio e o grande trunfo do ficcionista.
Todas essas pedras no caminho a autora da biografia de Rondon soube transpô-las com tranqüilidade e elegância. Deu-nos um Rondon vivo, e fez conhecido o Rondon principal, que é o ignorado, pois é esse o destino dos grandes homens: se estereotipam num gesto, numa frase, numa figura, ou quando muito numa campanha; e é através daquela cena única ou daquele fato único que o povo se habitua a conhecê-los e amá-los. O resto da criatura que eles são, vai aos poucos se esbatendo numa zona de sombra- (parece que nos repugna que os nossos ídolos participem do barro da condição humana) e o nosso gosto é seccioná-los, imobilizá-los naquele momento de grandeza- rigorosamente transformá-los em estátua.
Que sabe o brasileiro em geral de Rondon? Que era de origem índia e dedicou sua vida à reabilitação e à dignificação do silvícola . Que hoje está velho e cego e que no coração da nossa floresta ocidental há um imenso trato de terra batizado por Rondônia – em homenagem a Rondon. Nada mais. Quem foi esse homem, como viveu nos anos que lhe prepararam a grandeza, qual o tecido de fatos, heranças, infuências, responsável pela trama integral daquela personalidade de eleição ?
É a essas interrogações que Esther de Viveiros nos responde nas ricas páginas da biografia, realizando o feito de tornar conhecido o Rondon amado sim, mas ignorado – o Rondon célebre e desconhecido.
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Corre em minha terra um ditado curioso: “Compadre de Santo, só outro santo”.
Foi o que aconteceu com este livro. A personalidade excepcional teve a estudá-lo outra personalidade excepcional- e daí o resultado feliz do encontro. Daí a justeza da interpretação, a segurança do desenho, a inteligente fidelidade ao modelo que são os traços marcantes deste livro. É que se o protagonista é um grande homem, quem lhe conta a vida é uma grande mulher- dois santos, dois “compadres” : o Marechal Rondon e D. Esther de Viveiros.
RACHEL DE QUEIROZ-Trecho da apresentação do livro Rondon Conta Sua Vida
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