Lula, eita cabra de sorte!

"A nós, pobres mortais, resta torcer para que a sorte continue"

Fonte: Oliveiros Marques - Publicada em 01 de dezembro de 2025 às 17:53

Lula, eita cabra de sorte!

O presidente Lula durante a COP30 em Belém - 19/11/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Na noite do último domingo, o presidente Lula, de forma acertada, fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV para falar sobre a sanção da lei que isenta de imposto de renda os brasileiros e brasileiras com renda de até R$ 5.000 e reduz o imposto para aqueles e aquelas que ganham entre R$ 5.000 e R$ 7.350. Serão mais de 15 milhões de beneficiados. Imagino que essa deva ser a pauta da luta política capaz de render ótimos frutos eleitorais para as candidaturas governistas no próximo ano. Afinal de contas, estamos falando da garantia, a partir do próximo ano, de algo equivalente a um décimo quarto salário para milhões de famílias. Convenhamos: não é pouca coisa.

Mas, para além da importância deste anúncio, outro detalhe me chamou a atenção na fala de 6 minutos e 3 segundos de Lula. O quanto esse cabra é sortudo. Nasceu com aquilo virado para a lua, não tem explicação. Comecemos pela fome no Brasil. Foi só ele voltar ao governo para o País sair - de novo - do mapa da fome. Não custa lembrar que ele já havia tido a sorte de encaminhar essa retirada lá em 2014. E agora, vejam só, depois dos governos Temer e Bolsonaro terem empurrado o Brasil de volta ao abismo da miséria e da insegurança alimentar, eis que, com Lula presidente, o País deixa novamente esse ranking vergonhoso. É a tal da coincidência celestial: basta o homem assumir que o anjo da boa fortuna desce de carona no Alvorada.

E as demonstrações da sorte de Lula em seu pronunciamento não param por aí. Com Lula presidente, o Brasil alcança as menores taxas de inflação e de desemprego dos últimos anos - e, em alguns recortes, de toda a série histórica recente. A inflação, essa danada que assombra a vida do povo, está rodando na casa de 4% acumulados em 12 meses, dentro da meta e entre as mais baixas do G20. Já o desemprego, aquele tormento que tira o sono, baixou para cerca de 5,4%, a menor taxa desde 2012, com mais de 3,8 milhões de empregos criados desde o início do governo. Mas, claro, nada disso tem a ver com política econômica, previsibilidade, recomposição do investimento público ou com a valorização real do salário-mínimo que voltou a existir depois de anos de congelamento. Nada disso. Tudo obra da sorte desse cabra.

Porque se formos levar em conta a realidade - aquela que teima em estragar boas narrativas - teríamos que reconhecer fatores menos místicos: a retomada dos investimentos públicos, a volta da estabilidade institucional, a redução de ruídos diplomáticos, a reabertura de mercados externos, o reaquecimento do consumo popular, a ampliação do crédito produtivo e o clima de segurança jurídica que atraiu capital privado. Mas não, não caiamos nessa armadilha racional. O que realmente move a economia brasileira é a estrela de sorte que paira sobre a cabeça de Luiz Inácio.

Da mesma forma, a retomada e o fortalecimento de programas sociais como o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família, bem como a criação do Pé de Meia, do Luz do Povo e do Gás do Povo, também não tiveram nenhuma relação com a redução da pobreza ou com o reaquecimento econômico. Nunca! Foi tudo, absolutamente tudo, mera sorte. Golpe de sorte atrás de golpe de sorte.

A nós, pobres mortais, resta torcer para que a sorte continue. Que ela permaneça firme ao lado de Lula, garantindo que o Brasil continue com inflação controlada, desemprego baixo e políticas públicas funcionando. E mais: que tenhamos nós mesmos a sorte de, no próximo ano, os brasileiros e brasileiras escolherem seguir no caminho dessa tal sorte que, quando aparece, dá gosto de ver.

Oliveiros Marques

Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

Lula, eita cabra de sorte!

"A nós, pobres mortais, resta torcer para que a sorte continue"

Oliveiros Marques
Publicada em 01 de dezembro de 2025 às 17:53
Lula, eita cabra de sorte!

O presidente Lula durante a COP30 em Belém - 19/11/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Na noite do último domingo, o presidente Lula, de forma acertada, fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV para falar sobre a sanção da lei que isenta de imposto de renda os brasileiros e brasileiras com renda de até R$ 5.000 e reduz o imposto para aqueles e aquelas que ganham entre R$ 5.000 e R$ 7.350. Serão mais de 15 milhões de beneficiados. Imagino que essa deva ser a pauta da luta política capaz de render ótimos frutos eleitorais para as candidaturas governistas no próximo ano. Afinal de contas, estamos falando da garantia, a partir do próximo ano, de algo equivalente a um décimo quarto salário para milhões de famílias. Convenhamos: não é pouca coisa.

Mas, para além da importância deste anúncio, outro detalhe me chamou a atenção na fala de 6 minutos e 3 segundos de Lula. O quanto esse cabra é sortudo. Nasceu com aquilo virado para a lua, não tem explicação. Comecemos pela fome no Brasil. Foi só ele voltar ao governo para o País sair - de novo - do mapa da fome. Não custa lembrar que ele já havia tido a sorte de encaminhar essa retirada lá em 2014. E agora, vejam só, depois dos governos Temer e Bolsonaro terem empurrado o Brasil de volta ao abismo da miséria e da insegurança alimentar, eis que, com Lula presidente, o País deixa novamente esse ranking vergonhoso. É a tal da coincidência celestial: basta o homem assumir que o anjo da boa fortuna desce de carona no Alvorada.

E as demonstrações da sorte de Lula em seu pronunciamento não param por aí. Com Lula presidente, o Brasil alcança as menores taxas de inflação e de desemprego dos últimos anos - e, em alguns recortes, de toda a série histórica recente. A inflação, essa danada que assombra a vida do povo, está rodando na casa de 4% acumulados em 12 meses, dentro da meta e entre as mais baixas do G20. Já o desemprego, aquele tormento que tira o sono, baixou para cerca de 5,4%, a menor taxa desde 2012, com mais de 3,8 milhões de empregos criados desde o início do governo. Mas, claro, nada disso tem a ver com política econômica, previsibilidade, recomposição do investimento público ou com a valorização real do salário-mínimo que voltou a existir depois de anos de congelamento. Nada disso. Tudo obra da sorte desse cabra.

Porque se formos levar em conta a realidade - aquela que teima em estragar boas narrativas - teríamos que reconhecer fatores menos místicos: a retomada dos investimentos públicos, a volta da estabilidade institucional, a redução de ruídos diplomáticos, a reabertura de mercados externos, o reaquecimento do consumo popular, a ampliação do crédito produtivo e o clima de segurança jurídica que atraiu capital privado. Mas não, não caiamos nessa armadilha racional. O que realmente move a economia brasileira é a estrela de sorte que paira sobre a cabeça de Luiz Inácio.

Da mesma forma, a retomada e o fortalecimento de programas sociais como o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família, bem como a criação do Pé de Meia, do Luz do Povo e do Gás do Povo, também não tiveram nenhuma relação com a redução da pobreza ou com o reaquecimento econômico. Nunca! Foi tudo, absolutamente tudo, mera sorte. Golpe de sorte atrás de golpe de sorte.

A nós, pobres mortais, resta torcer para que a sorte continue. Que ela permaneça firme ao lado de Lula, garantindo que o Brasil continue com inflação controlada, desemprego baixo e políticas públicas funcionando. E mais: que tenhamos nós mesmos a sorte de, no próximo ano, os brasileiros e brasileiras escolherem seguir no caminho dessa tal sorte que, quando aparece, dá gosto de ver.

Oliveiros Marques

Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

Comentários

  • 1
    image
    José Ferreira 02/12/2025

    Mais um lance de sorte do Lula foi a prisão de Jair Messias, condenado a 27 anos de cadeia. A Justiça varreu esse vagaba ao fundo da lixeira.

Envie seu Comentário

 

Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook