Mãe que atua na área da comunicação relata desafios dobrados na jornada de trabalho durante a pandemia
Pensei diversas vezes em ficar apenas em casa com o Gael, mas a vontade de trazer esperança aos rondonienses através do meu trabalho não me fez desistir pois além de ser o local onde eu construí a minha família, eu tenho muita gratidão às pessoas que aqui habitam
Acompanhar reuniões por videoconferência se tornou um dos seus maiores obstáculos, já que deveria dividir as atenções do trabalho com o filho
Com a chegada do “Dia das Mães”, o Governo de Rondônia estima o esforço desta genitora que durante a pandemia se esforça ainda mais para exercer multitarefas consideradas fundamentais na sociedade e no eixo familiar. A dupla jornada da publicitária e diretora executiva da Superintendência Estadual de Comunicação (Secom), Suellen Lemos, é um desafio.
Com a chegada da pandemia, a servidora passou a encarar longos itinerários, duas vezes maiores que antes. No momento onde muitos preveniram-se ficando em casa e realizaram trabalhos em “home office” obedecendo a quarentena e o isolamento social restritivo, a mãe do Lucca Gael de apenas 2 anos de idade, intensificou as atividades.
Ela avalia o momento como desafiador, mas considera o trabalho na comunicação estadual como extremamente necessário. Como mãe, confessa ter medo do inimigo invisível, mas mantém o foco em poder servir a sociedade. “Na época em que a pandemia começou, eu trabalhava com atração de investimentos para o Estado, era a coordenadora da Invest Rondônia (atração de investimentos) e eu via nisso a possibilidade de melhorar a vida dos rondonienses através da geração de emprego e renda, por isso eu decidi encarar o medo e sair de casa para trabalhar, buscando o melhor para o nosso estado”.
A mistura de sensações tornaram-se sentimentos corriqueiros, tornando o pensamento de desistir por algumas vezes, inevitável. “Teve dias difíceis que eu não tinha com quem deixar meu filho, pois na época as creches estavam fechadas, o marido viajava a trabalho e meus sogros estavam isolados. Por conta de tudo isso, pensei diversas vezes em ficar apenas em casa com o Gael, mas a vontade de trazer esperança aos rondonienses através do meu trabalho não me fez desistir pois além de ser o local onde eu construí a minha família, eu tenho muita gratidão às pessoas que aqui habitam”.
Em junho, do ano passado ela precisou ficar 15 dias trabalhando remotamente. Acompanhar reuniões por videoconferência se tornou um dos seus maiores obstáculos, já que deveria dividir as atenções do trabalho com o filho. Outro desafio aconteceu com a troca de funções e secretarias, onde exigiu-se ainda mais da sua competência profissional. “Migrei para a Secom, onde o trabalho acontece em tempo real e não posso deixar para daqui a pouco. Quando sai algum decreto ou a reclassificação, fico de plantão até de madrugada”, conta a diretora.
A família de Suellen pratica o ciclismo nos finais de semana
Diariamente a profissional tem o papel fundamental de organizar as informações que são replicadas para a imprensa de Rondônia, como o “Boletim diário de casos de covid-19” da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), e as fiscalizações do Corpo de Bombeiros. São tarefas árduas que pedem equilíbrio emocional para uma mãe. “Dá muita aflição, porque me deparo com famílias perdendo seus entes queridos, mães perdendo seus filhos. Mesmo assim busco forças para continuar “, desabafa.
Apesar de tantas notícias tristes e desafiadoras que recebe ao longo da semana, ela aproveita os curtos momentos que tem com a família para torná-los únicos e inesquecíveis. Aos finais de semana pratica um “hobby”, em família. “Gostamos de praticar o ciclismo. Foi algo que aprendemos a fazer juntos. Como não podíamos sair para o shopping, passamos a andar de bike, aproveitando para levar o Gael para passear”.
Segundo a servidora, a maternidade contribuiu para que algo muito importante e valioso fosse agregado em seu currículo profissional. “Eu passei a ter mais equilíbrio. Hoje em dia eu foco em buscar soluções. Como mãe eu tive que aprender a manter a calma, pois quando ele adoece e se machuca eu preciso demonstrar a ele que eu sou o alicerce da sua vida. Sempre vou levantá-lo quando cair e hoje percebo que consegui trazer isto para o meu ambiente de trabalho”, finaliza.
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