Mais de 700 casos de tuberculose em Rondônia; Agevisa alerta contra o abandono no tratamento da doença
Com foco na redução do abandono ao tratamento da doença, a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) preconiza o tratamento dos doentes, redução do abandono e importância da vigilância dos contatos próximos ao paciente.
A doença muitas vezes é confundida com os sintomas da gripe
Para melhorar os indicadores de casos de tuberculose em Rondônia, campanhas de combate à doença devem ocorrer nos 52 municípios do Estado, entre os dias 20 a 26 de março. Com foco na redução do abandono ao tratamento da doença, a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) preconiza o tratamento dos doentes, redução do abandono e importância da vigilância dos contatos próximos ao paciente.
Como estratégia para conclusão do tratamento e cura, o Tratamento Diretamente Observado (TDO) pode ser realizado em todas as unidades de saúde, por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem ou agente comunitário de saúde, que devem observar e administrar o medicamento acompanhando o paciente todos os dias ou três dias na semana, evitando a entrega da medicação para ser utilizada em casa. Sem o tratamento a transmissão acontece de forma latente.
A Agevisa atualiza o protocolo que deve ser seguido pelos municípios e orienta a execução da vigilância nas unidades para que, além do tratamento dos doentes, a preocupação seja também com a realização de exames dos contatos, onde há transmissão das doenças às pessoas mais próximas aos pacientes infectados. O Ministério da Saúde está implantando um protocolo da vigilância de infecção latente com capacitação para os profissionais de saúde de todo o Estado. O objetivo é descobrir quem está doente e quem está infectado, haja vista a diferença no tratamento. A pessoa infectada não apresenta nenhum sintoma, mas por meio do exame é confirmada a prova tuberculínica positiva. O tratamento da Infecção Latente por Tuberculose (ILB) é feito com uma medicação que deve ser administrada no mesmo período em que a pessoa é diagnosticada com a tuberculose, prevenindo que ela adoeça.
“Muitas vezes o paciente está doente, achando que é uma gripe, começa a tomar xarope e chá, vai ao pronto atendimento e é receitado medicamento padrão para amenizar os sintomas porque não foi descoberto. O caminho é, na presença de tosse por mais de três semanas, procurar uma unidade de saúde. Dizer que está com tosse frequente e demais sintomas, e realizar o exame de escarro, que será encaminhado ao laboratório. A presença de tosse é uma suspeita de tuberculose pulmonar”, explicou a coordenadora Nilda de Oliveira Barros, enfermeira especialista em pneumologia sanitária, da Coordenação Estadual de Controle da Tuberculose.
“A população tem que saber que existe a tuberculose e ela está muito presente. Temos notificados no Estado de Rondônia a base de 700 casos por ano”, informou Nilda.
Agevisa orienta municípios para campanhas de conscientização à comunidade
Com acesso aos indicadores do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), a Agevisa observou o registro de pessoas que se tornaram resistentes ao esquema de tratamento, considerado o melhor do mundo, por meio do abandono.
Em 2017, 16,3% dos pacientes de tuberculose abandonaram o tratamento, dado considerado alto em relação ao que é preconizado pelo Ministério da Saúde com a taxa de cura de 85% e abandono de no máximo 5%. Os casos de óbito são relacionados aos pacientes que abandonaram o tratamento e aqueles que tiveram o diagnóstico tardio. Com isso, a conscientização dos sintomas, como a tosse por mais de três semanas é de suma importância.
Em comemoração ao dia 24 de março, que é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, O Governo do Estado, por meio da Agevisa, orienta a realização de campanhas nos municípios, com palestras em parcerias com instituições prisionais, faculdades e divulgação nos canais de comunicação e em todas as unidades de saúde, conscientizando a comunidade sobre os principais sinais e sintomas da doença.
TRANSMISSÃO, SINAIS E SINTOMAS
Transmitida por via aérea, a bactéria se instala no pulmão. Em algumas pessoas, a imunidade faz encapsular a bactéria e não desenvolve a doença, em outras pessoas a doença é manifestada para outros órgãos. O tipo mais comum é de tubérculo no pulmão, mas pode ocorrer no fígado, rins, ossos e olhos, onde o diagnóstico é mais difícil de ser definido.
Inicialmente a tosse pode ser seca e com alguns dias a tosse se torna produtiva, com catarro, há perda de peso, febrícula que não ultrapassa 38 graus e, geralmente, ocorre o febril no final da tarde, há moleza e dispneia (falta de ar) e, em casos mais avançados, há presença de sangue no catarro e fraqueza, podendo levar a óbito com a ausência do tratamento.
O tratamento padronizado é gratuito por seis meses em todas as unidades de saúde, onde o paciente passa por uma avaliação médica mensalmente para situação clínica.
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O principal transmissor da doença são os morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue) que, ao morderem as criações, transmitem o vírus presente em sua saliva, levando o animal a morte.
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